Sócio portuense de Ronaldo vende produtora de sabonetes da Maia ao grupo Bourn Rock
Em 1999, Aquiles Barros, professor de Química na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, era desafiado a criar uma unidade fabril de sabonetes perfumados de luxo. Nascia a Castelbel, denominação que resulta da combinação do nome da terra natal, Castêlo da Maia, com "beleza".
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Começou a operar com apenas meia dúzia de pessoas e uma faturação anual de 150 mil euros.
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Em agosto de 2016, a Castelbel era adquirida em 60% pelo Fundo Vallis Sustainable Investments I, que é gerido pela Vallis Capital Partners, "private equity" que viria posteriormente a reforçar a sua participação para 100% do capital da empresa da Maia.
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"Sob a gestão do Fundo Vallis I, a Castelbel mais do que duplicou o seu volume de negócios, fortaleceu o seu modelo de governo, implementou um plano ambicioso de crescimento doméstico e internacional, ao mesmo tempo que investiu no aumento da sua capacidade produtiva, com a mudança para novas instalações fabris, no Castelo da Maia", realça a Vallis Capital Partners, que acaba de anunciar a venda da Castelbel ao grupo Bourn Rock Investimentos (BRI).
Em comunicado, sem revelar o valor da transação nem o de faturação da Castelbel, apresenta esta empresa como "líder nacional na produção e comercialização de artigos perfumados de luxo para o lar e para o corpo".
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Detentora das marcas Castelbel e a Portus Cale, a Castelbel "exporta atualmente cerca de 75% da sua produção para mais de 60 países, tendo como destino mercados tão exigentes como os Estados Unidos e o Reino Unido".
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Há menos de um ano, a empresa, que emprega cerca de duas centenas de pessoas, garantia que gerava receitas da ordem dos 14 milhões de euros.
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"É com satisfação que concluímos esta operação de venda, que constitui o quinto ‘exit’ do Fundo Vallis Sustainable Investments I, SCA, SICAR. Esta transação é o culminar do trabalho dedicado de toda a equipa da Castelbel, que ao longo dos anos executou, com êxito, um ambicioso plano de negócios. Quero agradecer a todos os envolvidos na transação, e desejar ao Grupo Blueotter o maior sucesso no seu investimento na Castelbel", afirma Eduardo Rocha, CEO da Vallis Capital Partners.
Principal ativo do grupo português Bourn Rock Investimentos (BRI), a Blueotter "é um operador líder em Portugal de reciclagem e gestão global de resíduos não perigosos, com uma faturação superior a 65 milhões de euros, gestão de mais de 500 mil toneladas por ano em 10 centros de reciclagem, valorização e tratamento, e abrange as atividades de coleta, triagem, reciclagem, tratamento de orgânicos, valorização, tratamento, eliminação de resíduos, inovação e produção de energias renováveis".
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A Castelbel constitui a primeira diversificação da atividade de investimento do grupo, que tem como objetivo "diversificar o risco e procurar sinergias de talento e de sustentabilidade, ao mesmo tempo que acredita no seu crescimento e expansão a nível nacional e Internacional".
Com a aquisição da Castelbel, o grupo BRI estima atingir uma faturação de 90 milhões de euros em 2024, 800 colaboradores e 11 unidades industriais em Portugal.
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"Estamos muito entusiasmados com este investimento, onde iremos dar continuidade ao excelente trabalho desenvolvido até hoje pela equipa da Castelbel e do seu potencial de expansão nacional e internacional", começam por afiançar Vanessa Segurado e Pedro Afonso de Paulo, acionistas do grupo BRI.
"Dado o forte ‘background’ do nosso grupo em sustentabilidade e gestão ambiental, procuramos ainda desenvolver o potencial de sustentabilidade e economia circular da Castelbel. É uma nova etapa no crescimento do nosso grupo, onde iniciamos o primeiro investimento de diversificação", rematam.
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Do lado do vendedor, refira-se que a Vallis detém um portefólio que é constituído por empresas como a Insparya, líder europeu em transplante capilar, com clínicas em Portugal, Espanha e Itália; a Docout, empresa espanhola de gestão documental; Logifrio, operador ibérico de logística de produtos alimentares em temperatura controlada; a Europalco, líder no mercado português de organização de eventos e aluguer de equipamentos audiovisuais; ou a Raclac, empresa de produção e distribuição de dispositivos médicos, líder e pioneira Europa na produção de luvas de exame de nitrilo.
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No caso da Insparya, refira-se que Cristiano Ronaldo detém 17% da "holding" nacional - que é controlada a meias pelo fundador, Paulo Ramos, e o consórcio de fundos luso-britânico Vallis/Hermes -, enquanto o capital no negócio internacional está dividido em partes iguais pelos três sócios.
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