Vestuário assume quebra “impossível de recuperar” nas exportações

As vendas caíram 44% em maio, com perdas de receitas de 304 milhões de euros nos primeiros cinco meses do ano. Os empresários dizem que “é impossível manter o mesmo número de trabalhadores quando não há encomendas”.
António Larguesa 10 de Julho de 2020 às 15:10

A indústria portuguesa do vestuário já acumulou uma perda de 22,7% nas exportações nos primeiros cinco meses de 2020, em comparação com igual período do ano passado, o que equivale a menos 304 milhões de euros encaixadas pelas empresas do setor devido à pandemia de covid-19.

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Após conhecer a quebra de 44% em maio, mês em que vendeu apenas 152 milhões de euros no estrangeiro, o presidente da principal associação do setor (Anivec), César Araújo, reconhece que "esta queda nas exportações é significativa e impossível de recuperar no resto do ano".

"Este é o terceiro mês de redução abrupta nas encomendas. (…) As empresas do vestuário e confeção continuam a ser fortemente prejudicadas pela quebra no consumo e é impossível para os empresários, face a esta conjuntura, manter o mesmo número de trabalhadores quando não há encomendas", admite o líder associativo, que é dono da Calvelex.

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Responsável por 66% dos cerca de 138 mil trabalhadores da indústria têxtil e do vestuário em Portugal, o setor reclama que "é uma necessidade absoluta que o Governo mantenha mecanismos de apoio, como o modelo de ‘lay-off’ simplificado, para evitar despedimentos e manter a sustentabilidade desta indústria, que representa uma parte significativa da economia do país". 

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Segundo os dados divulgados pela Anivec, com base nas estatísticas de comércio internacional do INE publicadas esta sexta-feira, 10 de julho, os principais destinos em que a redução das vendas ao exterior foi mais acentuada, em termos percentuais, foram Espanha (-66%), Estados Unidos (-47%), Países Baixos (-43,7%) e Reino Unido (-39%).

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