Google, Facebook e Amazon depõem nos EUA contra"taxa Google"
As gigantes tecnológicas Google, Facebook e Amazon vão pronunciar-se, numa audição com o Governo norte-americano em relação ao imposto que França impôs recentemente sobre as tecnológicas, o qual ficou conhecido como "taxa Google".
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Em julho, o senado francês aprovou uma taxa de 3% que irá incidir sobre as receitas dos serviços digitais, colhidas em França, pelas grandes tecnológicas – isto é, aquelas que amealhem mais de 25 milhões de euros de receitas só no país da torre Eiffel e mais de 759 milhões de euros no negócio a nível global.
O gabinete do representante do Comércio nos Estados Unidos abriu um inquérito, nesse mesmo mês, acerca deste imposto, o qual considera "não razoável". Até dia 26 de agosto, está aberta a fase de consulta pública. Desta data em diante, Washington pode impor tarifas sobre os bens franceses ou outras restrições comerciais.
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Na próxima segunda-feira, 19 de agosto, o vice-presidente do Conselho da Indústria de Tecnologias da Informação, Jennifer McCloskey, o qual representa as gigantes tecnológicas, vai defender perante o governo que o imposto "representa um precedente problemático" e pode "impactar desproporcionalmente empresas sedeadas nos Estados Unidos".
O diretor de política fiscal na amazon, Peter Hiltz, disse num testemunho por escrito que mais de 10.000 negócios de pequena e média dimensão, com sede em França, estão a vender nas lojas online da Amazon e foram notificados que algumas taxas vão aumentar em 3% para as vendas feitas na Amazon francesa, a partir do próximo dia 1 de outubro. A consequência será um aumento do custo dos produtos neste país.
O responsável pela área fiscal na rede social de Mark Zuckerberg, Alan Lee, defendeu que a taxa aplicada em França "impõe dificuldades para o modelo de negócio do Facebook e vai prejudicar o crescimento e a inovação", pelo que poderá implicar um renovado funcionamento. Sublinha ainda que o cálculo do imposto exige mais recursos focados neste assunto.
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Da parte da Google, a cara da fiscalidade, Nicholas Bramble, alegou que o imposto francês é "um desvio acentuado das regras fiscais há muito estabelecidas e incide unicamente uma subcategoria de negócios". Bramble acredita que a taxa pode ainda gerar a discussão de que atividade são de facto desenvolvidas em França ou noutras regiões.
No último mês, o presidente Donald Trump já ameaçou impor tarifas sobre o vinho francês na sequência deste imposto. Mas esta ameaça não parece estar a desincentivar, para já, a aplicação de tais medidas: também a Austria, Espanha, Reino Unido e Itália já anunciaram planos para avançar com impostos semelhantes.
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