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Lacerda Machado: "TAP deve ser privatizada e rapidamente"

O ex-administrador da companhia aérea voltou a defender que o investimento no negócio da manutenção no Brasil foi o que fez da TAP uma multinacional e é o que hoje "justifica o interesse dos grandes grupos" na privatização. E considerou a venda da ANA "o pior negócio que foi feito na aviação comercial em Portugal".

Lacerda Machado CPI TAP
Lacerda Machado CPI TAP Miguel Baltazar
25 de Fevereiro de 2025 às 15:48

Diogo Lacerda Machado, ex-administrador da TAP, defendeu esta terça-feira no Parlamento que a companhia aérea "deve ser privatizada e rapidamente", salientando que em fevereiro de 2020, antes da covid-19, a transportadora "chegou a valer milhões" e "levou-me a achar que a venda por 10 milhões [feita em 2015 à Atlântic Gateway] era um brutal prejuízo para os contribuintes portugueses".

"A gestão da TAP deve ser uma gestão privada orientada para o mercado", afirmou aos deputados, no âmbito da audição requerida pela Iniciativa Liberal sobre as conclusões da auditoria da Inspeção-Geral das Finanças às contas da TAP.

Sobre a compra pela TAP da empresa de Manutenção e Engenharia Brasil, a IGF afirmou na auditoria não ter sido demonstrada a "racionalidade económica da decisão da administração da TAP de participar no negócio" e, posteriormente, "de não partilhar os riscos e encargos daquela participação com a Geocapital", empresa de que Lacerda Machado era então advogado. Este, no entanto, voltou a defender a aquisição da empresa de manutenção da Varig no Brasil em 2005, considerando-o o melhor investimento da TAP em 50 anos, "como meio para a posterior aquisição da Varig para posicionar a TAP como principal transportadora aérea do Brasil para a Europa".

"Foi este investimento que fez da TAP uma multinacional, que permitiu que a TAP tenha hoje uma quota de mercado absolutamente anormal nos voos entre o Brasil e a Europa e que justifica o interesse dos grupos de aviação que querem tomar participações na TAP", afirmou Lacerda Machado.

"Espero, estimo e desejo que a TAP seja privatizada, e que seja privatizada depressa, e que sobretudo aquilo que faz dela um agente fundamental na economia portuguesa é continuar a sua operação, que infelizmente pode não ser maior por causa, esse sim, de um negócio absolutamente inexplicável que é a privatização do monopólio das infraestruturas aeroportuárias de um país por 50 anos a troco de coisa nenhuma", atirou o advogado referindo-se à venda da ANA ao grupo Vinci.

Em seu entender, "esse é o pior negócio que foi feito na aviação civil comercial em Portugal, e é identificado pelos interessados na TAP como o maior problema da TAP".  

Lacerda Machado era em 2005 advogado da Geocapital, a empresa macaense que entrou no negócio de compra da empresa de manutenção no Brasil com a companhia aérea portuguesa, tornando-se depois administrador. 

Em seu entender, foi a partir deste negócio – que durante anos veio a penalizar as contas da TAP SGPS – que "a diferença é radical" na operação da companhia. "Foi o melhor investimento estratégico decidido pela administração da TAP, que hoje explica o que é o seu mais importante valor como companhia aérea".

Lacerda Machado disse não ter tido intervenção na decisão do negócio e que quando foi administrador "recebeu zero", assegurando que também "a Geocapital não ganhou dinheiro nenhum com a operação".

Sobre outras das conclusões da auditoria da IGF, o advogado apenas disse não ter tido qualquer intervenção no pagamento de 55 milhões a David Neeleman em 2020, nem sobre as remunerações e prémios pagos a administradores através de um contrato de prestação de serviços, frisando que as questões remuneratórias na companhia "cabiam à comissão de remunerações".

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