Governo autoriza Transtejo a gastar mais 10 milhões com nova frota de navios elétricos
O Governo voltou a reprogramar a despesa relativa à renovação da frota da Transtejo, autorizando um aumento no investimento de 70,5 para 80,6 milhões de euros.
Dois anos depois do início do processo de aquisição de 10 novos navios elétricos para a frota da Transtejo, o Governo decidiu agora autorizar o aumento de despesa em 10 milhões de euros, para um total de mais de 80 milhões, bem como a prorrogação do prazo de conclusão do fornecimento, revela uma resolução do Conselho de Ministros publicada esta sexta-feira em Diário da República.
Em causa está o "impacto de novos aumentos extraordinários de preços das matérias-primas, dos materiais e da mão de obra, resultantes da pandemia da doença COVID-19, da crise global na energia e dos efeitos resultantes da guerra na Ucrânia", justifica o Governo.
Desta forma, o Governo dá autorização à Transtejo para assumir encargos plurianuais e realizar a despesa necessária à concretização do plano de renovação da frota até ao montante global de 80,6 milhões de euros, referentes à componente de investimento, e de até 28,8 milhões para a manutenção dos navios, valores aos quais acresce o IVA à taxa legal em vigor.
O Plano de Renovação da Frota da Transtejo contempla não só a aquisição de 10 novos navios elétricos, como também as respetivas baterias para nove deles, a construção dos postos de carregamento e a respetiva manutenção dos navios e postos.
Em 2019, o Conselho de Ministros tinha autorizado uma despesa para o plano de renovação de 57 milhões de euros, somando-se mais 33 milhões para manutenção, entre 2020 a 2035. Em março de 2022, o Governo reviu este montante em alta, para os 70,5 milhões, justificado pelo valores superiores das candidaturas apresentadas no concurso público da Transtejo para a aquisição e construção dos postos de carregamento.
Segundo a mais recente resolução do Conselho de Ministros, a autorização de despesa prevê o financiamento da componente de investimento, por verbas do Fundo Ambiental, por fundos europeus no âmbito do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência de Uso de Recursos (POSEUR) e por receitas próprias da Transtejo, a inscrever no seu orçamento, considerando as que resultarão da alienação da frota a substituir.
"Mantendo-se as fontes de financiamento, o nível de execução do Plano, a prorrogação dos prazos e o aumento dos custos de investimento com a aquisição dos navios elétricos, as estações de carregamento e despesas complementares do projeto determinam a alteração nos valores de cada uma destas componentes de forma a otimizar as diferentes receitas e a minorar o peso no financiamento público", pode ler-se no documento.
Recentemente, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, que tutela os transportes urbanos, anunciou no Parlamento que existe a possibilidade de ter quatro navios a operar no rio Tejo no final do primeiro trimestre de 2024, com a operação a iniciar-se no Seixal. Duarte Cordeiro disse ainda, durante uma audição parlamentar, que a Transtejo está também a analisar a possibilidade de colocar o navio elétrico "Cegonha Branca" ao serviço até ao final de 2023, já com testes realizados, antecipando assim a operação.
"O plano de renovação da frota da Transtejo vai permitir transformar a operação de transporte fluvial de passageiros numa referência do serviço público - um serviço fiável, seguro, confortável e sustentável –, contribuindo decisivamente para a descarbonização da mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa", afirmou. A Transtejo é responsável pela ligação fluvial do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, a Lisboa.
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