Manutenção da notação A-2, com tendência estável à Visabeira
Previsão de evolução favorável da tesouraria
O pagamento atempado e na íntegra dos compromissos financeiros de curto prazo da GRUPO VISABEIRA SGPS sujeitos a rating e a follow-up continua a depender não só da geração de fundos do Grupo mas também, no caso desta ser insuficiente para o efeito, do resultado das acções desenvolvidas pelos principais accionistas da GRUPO VISABEIRA SGPS (o Senhor Engenheiro Fernando Campos Nunes e a Caixa Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A. (CAIXA CAPITAL), por si e em representação do fundo de capital de risco por ela gerido) na sequência do compromisso firme que assumiram, solidariamente, em 28 de Maio de 2010, de desenvolver todos os esforços para que o Grupo cumpra, atempadamente, os seus compromissos financeiros de curto prazo.
Atendendo a que o referido compromisso configura a forma de uma carta de conforto com uma obrigação de meios, embora não de resultados, à sua validade até 27 de Maio de 2011 e à previsão quanto à evolução favorável da tesouraria do Grupo até esta data, na opinião da Companhia Portuguesa de Rating, S.A. (CPR) a capacidade da GRUPO VISABEIRA SGPS honrar, atempadamente e na íntegra, os seus compromissos financeiros de curto prazo mantém-se forte (A-2) com tendência estável, sendo esta notação e tendência válidas apenas para os compromissos financeiros de curto prazo com vencimento até 27 de Maio de 2011.
Expansão continuada de actividade
A actividade do Grupo registou um aumento de 17,3% nos primeiros sete meses de 2010, em termos homólogos, para o qual foi determinante o desenvolvimento da actividade na principal área de negócio das Telecomunicações, electricidade, Gás e Construção. Da consolidação do volume de negócios do Grupo VAA e da BORDALO PINHEIRO referente ao período completo em análise, enquanto que no período homólogo do ano anterior foi parcial, resultou cerca de 30% do aumento do volume de negócios do Grupo. A rendibilidade operacional deste volume de negócios baixou para 7,4% nos primeiros sete meses de 2010 (-0,8 pontos percentuais (pp), em termos homólogos), em resultado principalmente da necessidade de constituição de ajustamentos para valores a receber e da descida do Excedente Bruto de Exploração sobre o volume de negócios, efeitos que foram minorados pela diluição do peso das amortizações por via da referida expansão de actividade.
Descida da autonomia financeira
A desvalorização das acções detidas nos primeiros sete meses de 2010 foi o principal factor para a descida do rácio de autonomia financeira do Grupo para 19,8% no final de Julho de 2010 (-2,0 pp face ao final de 2009).
Plano a médio prazo
O plano do Grupo para o período de 2010 a 2015 aponta para uma expansão de actividade a taxas mais moderadas do que as verificadas no período histórico analisado, acompanhada de uma melhoria progressiva da rendibilidade operacional. Para esse período o Grupo estima a realização de investimentos significativos, incluindo 39,9 milhões de euros em 2011. O Grupo tem como objectivo a redução do ciclo financeiro de exploração em cerca de um terço face ao de 2009. Da conjugação destes aspectos com a estimativa de aumento significativo do valor dos capitais próprios, por via da retenção dos resultados líquidos, o Grupo estima melhorias substanciais do rácio de autonomia financeira. Porém, a valorização da carteira de acções detida pelo Grupo e a variação do justo valor das propriedades de investimento, pela sua representatividade no activo, poderão ter um impacto significativo na evolução desse rácio. De igual forma, atendendo à fase de reestruturação em que o Grupo VAA se encontra, a verificação de eventuais prejuízos terá um impacto negativo na autonomia financeira consolidada da GRUPO VISABEIRA SGPS. No segundo semestre de 2010 o resultado líquido do Grupo VAA foi nulo.
Factores sob observação
Na medida em que poderão influenciar a capacidade da GRUPO VISABEIRA SGPS honrar, atempadamente e na íntegra, os compromissos financeiros sujeitos a rating e a follow-up, a CPR manterá sob observação os seguintes aspectos:
- a capacidade de geração de fundos pela actividade operacional do Grupo, nomeadamente os impactos nesta capacidade da evolução da conjuntura económica, da performance dos espaços comerciais do Palácio do Gelo Século XXI, da actividade do Grupo VAA e do investimento a realizar pelos operadores de telecomunicações e pelos operadores das infra-estruturas de transporte e distribuição de electricidade;
- a manutenção da capacidade do Grupo em renovar e/ou obter novos financiamentos que sejam necessários à sua actividade operacional e para a realização dos seus investimentos, no contexto de crise económico-financeira actual, e a concretização da reestruturação da dívida financeira que se encontra em curso;
- a evolução das taxas de juro e da cobertura deste risco, tendo em consideração a elevada proporção da dívida que se encontra a taxa variável e as condições dos principais swaps de taxa de juro contratados;
- a eventual cobertura do risco cambial associado às participadas que o Grupo detém em Moçambique e Angola;
- as consequências do eventual incumprimento da cobertura mínima proporcionada por activos penhorados exigida no âmbito dos programas de papel comercial contratados para o financiamento das acções adquiridas;
- a evolução da exposição a aplicações financeiras, nomeadamente a evolução da quantidade de acções detidas da Portugal Telecom, S.G.P.S., S.A., da Zon MULTIMÉDIA – Serviços de Telecomunicações e Multimédia, SGPS, S.A, da EDP - Energias de Portugal, S.A. e do Banco Comercial Português, S.A., bem como de quaisquer outras que o Grupo venha a adquirir, da cotação das mesmas e dos respectivos dividendos a receber;
- a evolução da autonomia financeira consolidada da GRUPO VISABEIRA SGPS.
Nota: Os ratings da CPR não constituem recomendações para comprar ou vender. Esta nota não dispensa a leitura do relatório
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