Traders admitem que são influenciados pelos tweets de Trump
Quatro em cada cinco traders admitiu que as suas estratégias de negociação foram influenciadas de algum modo pelos tweets do presidente norte-americano. Esse meio de comunicação tem sido utilizado frequentemente por Donald Trump para atacar adversários, fazer anúncios e difundir propaganda.
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Este é o resultado de um inquérito realizado pela gestora do índice bolsista suíço, a SIX, a 126 traders no quarto trimestre de 2019. A maioria dos inquiridos (66%) negoceia ações, sendo que 13% focam-se em 'fixed income' (obrigações), 13% em produtos estruturados e 5% em ETFs.
O objetivo era avaliar qual o impacto da atividade política não convencional - isto é, o uso intensivo do Twitter para veicular novidades e declarações - no comportamento dos traders.
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No caso de Trump, a forte utilização desta rede social mantém-se desde que tomou posse, de tal forma que o banco JP Morgan criou o índice de volatilidade "Volfefe Index" ('volfefe' que junta a palavra 'volatilidade' e a expressão 'covfefe' que Trump tweetou, causando mistério sobre o seu significado).
A conclusão é que o impacto na negociação dos mercados é significativa e, por isso, não é de estranhar que a eleição presidencial de novembro seja o evento mais determinante para o rumo dos mercados em 2020 para 74% dos traders inquiridos.
Além disso, 65% dos traders considera que a ameaça de conflitos comerciais continuará a ser um fator importante para os mercados. A incerteza com o Brexit só surge após estes fatores com 39% dos traders a admitir a influência da saída do Reino Unido da União Europeia na sua atividade.
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58% espera uma recessão mundial, mas a SIX não especifica o ano. Ao mesmo tempo, 42% dos traders espera um ambiente estável nos próximos três anos. Por um lado há mais traders a antecipar um crescimento da atividade empresarial do que a antecipar uma desaceleração, mas por outro lado há uma maior percentagem a projetar cortes no pessoal do que novas contratações.
Traders otimistas sobre menos horas de negociação
O inquérito incluiu também uma questão que surgiu recentemente no setor financeiro europeu: o corte das horas de negociação.
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A maioria dos traders questionados considera que essa medida iria criar vários benefícios, incluindo uma maior liquidez na negociação. Apenas 6% antecipa um aumento dos custos de 'trading' por causa da redução das horas de negociação.
No Reino Unido está em cima da mesa uma proposta para baixar o número de horas de negociação de 8,5 horas para 6,5 horas para tornar o trabalho mais acessível aos trabalhadores que são pais.
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