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BCP atinge mínimo histórico na estreia das novas acções

As acções do BCP estão em forte queda pela terceira sessão consecutiva, reflectindo a pressão adicional da admissão à negociação das novas acções resultantes do aumento de capital.

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09 de Fevereiro de 2017 às 10:50

No dia em que foram admitidas à negociação as novas acções do Banco Comercial Português, o banco está a registar uma queda acentuada em bolsa, que levou os títulos a fixar um novo mínimo histórico.

As acções afundam 6,37% para 13,67 cêntimos, tendo já negociado nos 13,27 cêntimos, o que corresponde à cotação mais baixa de sempre. O anterior mínimo histórico tinha sido fixado a 12 de Janeiro (poucos dias depois do anúncio do aumento de capital de 1,33 mil milhões de euros) nos 13,61 cêntimos.

Depois de várias sessões em alta a reflectir o fim da negociação dos direitos de subscrição do aumento de capital, as acções do BCP estão em forte queda pela terceira sessão consecutiva. Neste período caem já mais de 23%, elevando a perda no ano para 27%.

São mais de 14 mil milhões de novas acções que foram admitidas hoje à negociação, sendo que os investidores que compraram direitos (que negociaram sempre mais "baratos" em bolsa face às acções) estarão a aproveitar já para realizar mais-valias.

A entrada destas novas acções - que mais do que duplica o peso do BCP no PSI-20 para quase 10% - marca o fim do processo de aumento de capital, que se traduziu num encaixe de 1,33 mil milhões de euros para o banco, montante que será utilizado maioritariamente para reembolsar a ajuda do Estado.

Após o aumento de capital, a Fosun reforçou o estatuto de maior accionista, passando a deter perto de 23,92% do capital do banco, enquanto a Sonangol manteve o estatuto de segundo maior accionista, com mais de 15% do capital.

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BCP atinge mínimo histórico na estreia das novas acções

BCP refém do regresso aos lucros

"Há um nível de volatilidade muito grande", refere um analista que pediu para não ser identificado. De acordo com o mesmo especialista, "ou bem que os investidores acreditam que após a recapitalização do banco vai voltar à rentabilidade, ou o BCP continuará" pressionado.

"As novas acções, que representam 15 vezes as antigas, começam a negociar e o cenário que parece mais provável é o de virem a sofrer de uma potencial pressão vendedora", refere Paulo Rosa, "trader" do Banco Carregosa, em declarações proferidas antes da admissão dos novos títulos.

Depois de ter concluído com sucesso o aumento de capital, que permitiu ao banco levantar 1,33 mil milhões de euros, o BCP reembolsa já o Estado, permitindo aos investidores focarem-se na actividade operacional.

"Apesar de a operação de recapitalização permitir colocar os rácios de capital num valor mais em linha com a média do sector, continuam a existir várias incertezas relativamente à possibilidade de o banco aumentar o ‘return on equity’ em direcção à meta prevista no seu plano de negócios (10% em 2018)", diz Albino Oliveira, da Patris Investimentos.

"A evolução operacional nos próximos trimestres e a capacidade de a qualidade do balanço continuar a melhorar permanecerão provavelmente decisivos para a evolução da cotação do título ao longo dos próximos meses", remata o analista da Patris Investimentos.

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