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"Bull market" na bolsa de Lisboa durou menos de dois anos

O PSI-20 juntou-se a uma série de outros índices internacionais ao acumular uma queda de mais de 20% face ao último máximo. O “bull market” na bolsa portuguesa durou menos de dois anos e gerou um retorno de 36%.

27 de Dezembro de 2018 às 20:59

Há vários meses que a tendência na bolsa portuguesa é negativa, mas só agora se pode decretar oficialmente o fim do "bull market". Agora são os ursos que dominam Lisboa, tal como está a acontecer um pouco por todo o mundo nos mercados accionistas, da Ásia a Wall Street, passando pelas praças europeias. O PSI-20 fechou a sessão desta quarta-feira em mínimos de 20 meses e a acumular uma desvalorização de 21% face ao máximo registado a 22 de Maio. O índice português está assim em "bear market" (terminologia usada quando um activo desvaloriza mais de 20% face ao último pico), atirando o reinado dos touros na praça portuguesa para entre Junho de 2016 e Maio de 2018.

Neste espaço de tempo inferior a dois anos o PSI-20 valorizou 36%, um "bull market" bem menos poderoso e prolongado do que o registado noutras praças financeiras. Sobretudo comparando com Wall Street, onde o "bull market" persiste desde 2009 (entre os três principais índices dos EUA só o Nasdaq Composite desce mais de 20% face ao último máximo). Regressando à bolsa portuguesa, o "bull market" anterior ao que agora morreu foi ainda mais curto, embora mais explosivo. Aconteceu entre Janeiro e Abril de 2015, sendo que nestes três meses o PSI-20 disparou 37%. Seguiu-se depois um período de quedas que perdurou 14 meses, até Junho de 2016.  

Se nessa altura o "bear market" era quase exclusivo da bolsa portuguesa, agora Lisboa está apenas a acompanhar a tendência das restantes praças financeiras. O ataque dos ursos está a ser mais forte na Ásia, pois o CSI-300 (China), Hang Seng (Hong Kong) e Topix (Japão) há muito que entraram em "bear market". Na mesma situação estão os europeus DAX (Alemanha), FTSE MIB (Itália) e IBEX-35 (Espanha), bem como o tecnológico norte-americano Nasdaq Composite. Mas há outros índices de referência que estão à beira de seguir o mesmo caminho. O Stoxx600 está em mínimos de dois anos e recua 19% desde o máximo. Os norte-americanos S&P500 e Dow Jones já estiveram a escassos pontos de entrar em "bear market", pelo que aquele que é o maior "bull market" de sempre está preso por um fio.  

"Bull market" na bolsa de Lisboa durou menos de dois anos

Os receios em torno da desaceleração económica mundial, da subida de juros da reserva Federal e das tensões comerciais (especialmente entre os EUA e a China) e da paralisação ("shutdown") parcial dos serviços federais norte-americanos têm contribuído para o pessimismo dos investidores. Hoje voltaram a surgir sinais negativos sobre o andamento da economia global, já que os lucros da indústria na China registaram uma queda homóloga de 1,8%, em Novembro, o que representa o primeiro registo negativo desde 2015.

A somar à lista de factores que pressiona os mercados accionistas esta quinta-feira, Trump está a considerar avançar com uma ordem executiva para impedir as empresas norte-americanas de usarem equipamento fabricado pelas chinesas Huawei e ZTE e o Banco Carige afunda mais de 12% depois do maior accionista do banco italiano ter recusado participar num aumento de capital.

Além disso, o petróleo regressou hoje a terreno negativo depois de ontem ter conseguido a maior subida em dois anos, o que está a pressionar as cotadas do sector energético.

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