Os americanos da KKR investiram 200 milhões de euros na Greenvolt, reforçando o músculo da energética portuguesa para crescer. A operação passa pela compra de 200 milhões de euros em dívida convertível em ações. Caso o fundo converta as obrigações em capital, o que poderá fazer dentro de três anos, ficará com uma posição superior a 12%, muito próxima do maior acionista, a Altri.

"A KKR é o par perfeito. É não só um obrigacionista, mas um parceiro." Foi assim que o CEO João Manso Neto descreveu o negócio, numa conferência com analistas na sexta-feira após o anúncio. "É uma operação de extrema relevância para a Greenvolt."

Manso Neto atualizou o plano de negócios da empresa, explicando que tem atualmente 51 MWp em operação, 149 MWp em data de exploração comercial e outros 346 MWp em construção. E sublinhou que, sendo uma empresa global com 15 mil milhões alocados a renováveis, a KKR poderá impulsionar a expansão da energética.

O crescimento que a Greenvolt procura é orgânico, mas também não orgânico. A empresa tem sido ativa nas aquisições, uma estratégia que continuará, em conjunto com parcerias. Manso Neto sublinhou que "não é segredo" que a Greenvolt tem a intenção de expandir em novos mercados europeus, especialmente no Sul da Europa, apontando Grécia e Itália como "claros objetivos" e prometendo novidades para breve.

"Temos tido muito sucesso em mercados tradicionais", afirmou, lembrando o aumento de capital e a emissão de obrigações junto do retalho realizados no ano passado. "Mas sabemos que queremos ser mais ambiciosos, temos de fazer outras coisas", disse.

O acordo é feito entre a Greenvolt e um fundo global de infraestruturas gerido pela KKR, que subscreve os 200 milhões de euros passíveis de serem convertidos em ações. As obrigações em questão, que não serão admitidas à negociação na Euronext Lisbon, contam com uma taxa de juro anual de 4,75%.