Incerteza sobre corte de juros pressiona Wall Street. Nasdaq escapa às perdas
Os principais índices dos EUA inverteram a tendência de ganhos registada durante grande parte da sessão, depois de Powell ter mostrado alguma contenção quanto à possibilidade de uma futura flexibilização dos juros em dezembro. O Nasdaq escapou às perdas, num dia em que três das sete "big tech" apresentam contas.
Wall Street negociou no verde durante a grande parte da sessão desta quarta-feira, num dia em que a Reserva Federal (Fed) norte-americana anunciou um novo corte nas taxas de juro. Ainda assim, bastou o presidente do banco central, Jerome Powell, mostrar alguma contenção quanto à possibilidade de uma futura flexibilização em dezembro para atirar os índices para o vermelho, com o Nasdaq a ser o único a “escapar-se” às perdas, ao passo que o "benchmark" S&P 500 ficou inalterado.
O S&P 500 ficou inalterado no fecho nos 6.890,71, o tecnológico Nasdaq Composite subiu 0,55% para um novo máximo de fecho nos 23.958,47. Já o Dow Jones caiu 0,16% para os 47.632,00.
Depois de a Fed ter anunciado o segundo corte deste ano em 25 pontos-base nas taxas diretoras - já esperado pelos mercados -, Powell desaconselhou tentar prever se outra redução seria provável em dezembro. “Nas discussões do comité nesta reunião, houve opiniões fortemente divergentes sobre como proceder em dezembro. Uma nova redução na taxa de juros na nossa reunião de dezembro não é uma conclusão precipitada — longe disso”, referiu o líder do banco central em conferência de imprensa após a decisão ter sido anunciada.
Dez dos doze membros do Comité Federal do Mercado Aberto (FOMC na sigla em inglês), que reúne os governadores do banco central com direito de voto na política monetária, votaram a favor da redução em 25 pontos-base. Já o governador Stephen Miran discordou, defendendo uma redução maior, à semelhança do que já tinha defendido em setembro. Nesta linha, o governador da Fed de Kansas City, Jeff Schmid, disse que preferia não reduzir as taxas.
Assim, e “dadas essas divergências de ambos os lados, pode ser difícil fazer uma previsão para dezembro”, disse à Bloomberg Neil Dutta, da Renaissance Macro Research.
É essa incerteza que parece ter afetado o apetite dos investidores por ativos de risco, numa sessão que ao início ainda levou o S&P 500 a atingir novos máximos.
Agora, os investidores centram-se na apresentação de contas de três das “sete magníficas” - Microsoft, Meta e Alphabet -, conhecidos após o fecho da sessão desta quarta-feira.
Entre os movimentos do mercado, a Nvidia ganhou 2,99% e foi a primeira empresa a atingir um “market cap” superior a 5 biliões de euros, impulsionada por recentes acordos que tem feito, incluindo com a Nokia e a Deutsche Telekom. Já a Caterpillar disparou mais de 11%, após ter apresentado resultados que ficaram acima das expectativas dos analistas. Por outro lado, a Kraft Heinz cedeu mais de 4%, no seguimento de a empresa ter cortado as suas previsões de vendas, depois de o diretor executivo da norte-americana ter afirmado que o sentimento dos consumidores nos EUA atingiu um mínimo histórico.
Quanto às restantes “big tech”, a Alphabet ganhou 2,51%, a Microsoft desvalorizou 0,096%, a Meta subiu 0,031%, a Apple somou 0,26% e a Amazon valorizou 0,46%.
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