S&P e Dow Jones renovam máximos. Nasdaq perde com "shutdown" a pressionar
O S&P 500 e o Dow Jones renovaram máximos, com o Nasdaq a ser o único entre os principais índices a perder terreno. O "boom" da inteligência artificial continua a alimentar o otimismo dos investidores, mas o "shutdown" do Governo norte-americano, ao quarto dia consecutivo, parece começar a pesar no sentimento dos mercados.
Os principais índices do lado de lá do Atlântico fecharam entre ganhos e perdas na última sessão da semana, com o S&P 500 e o Dow Jones a atingirem novos máximos de fecho, impulsionados pelo entusiasmo em torno da inteligência artificial. Ainda assim, as preocupações com o “shutdown” do Governo norte-americano, que se prolongou pelo terceiro dia, começam a pesar, não havendo ainda perspetivas de quando poderá ser “desbloqueado”.
O S&P 500 avançou 0,01%, para os 6.715,79, um novo máximo de fecho, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite recuou 0,28% para os 22.780,51. Já o Dow Jones subiu 0,51% para os 46.758,28, um recorde de fecho. Além disso, o índice de referência S&P 500 atingiu um novo máximo histórico intradiário nos 6.750,87 pontos, recorde também renovado pelo Dow Jones durante a sessão, ao atingir os 47.049,64 pontos.
Durante uma conferência de imprensa na Casa Branca, a secretária de imprensa Karoline Leavitt reiterou as ameaças anteriormente feitas por Donald Trump, Presidente norte-americano, de demitir funcionários públicos e retirar fundos a estados democratas, caso a paralisação do Governo Federal dos EUA não se resolva.
Além das preocupações relacionadas com este “shutdown”, que está já a influenciar a divulgação de importantes dados económicos, os investidores também estão atentos a sinais de enfraquecimento da maior economia mundial. Dados do Institute for Supply Management citados pela Bloomberg mostraram que o setor de serviços dos EUA estagnou em setembro, com a atividade comercial a encolher pela primeira vez desde a pandemia e as encomendas a crescerem a um ritmo bastante moderado.
Ainda assim, o “boom” da inteligência artificial e as novas parcerias entre empresas que têm sido feitas nesta área, além da recente avaliação recorde da OpenAI, têm levado os principais índices do país a atingirem sucessivos recordes, fator que limitou igualmente as perdas na última sessão da semana. Ainda assim, há quem veja riscos nesta subida contínua dos mercados bolsistas.
“Embora tenha sido muito difícil enfrentar este mercado, as nuvens negras estão a escurecer, incluindo as tendências semelhantes às do final dos anos 90 que se desenrolam na tecnologia/IA, uma desconexão entre a retórica da Reserva Federal e as expectativas do mercado em torno da flexibilização [das taxas de juros]”, escreveu à Bloomberg Adam Crisafulli, da Vital Knowledge.
Acrescenta que os "bears" [que apostam na queda das ações] veem os investidores como “muito complacentes em relação ao 'shutdown’ do Governo dos EUA, com a maioria a assumir que será resolvido em menos de duas semanas, mas não parece haver movimentos substanciais nesse sentido”, ressalva.
Entre os movimentos do mercado, a produtora de semicondutores Applied Materials cedeu mais de 2%, após ter revelado que espera um impacto negativo de 600 milhões de dólares nas receitas esperadas para 2026.
Já a Occidental inverteu a tendência de perdas registada na sessão anterior e somou mais de 1%. Durante o dia de ontem, a petrolífera norte-americana recuou cerca de 7%, após ter sido anunciado que a Berkshire Hathaway de Warren Buffett comprou a unidade de petroquímica da empresa por 9,7 mil milhões de dólares.
Entre as “big tech”, a Nvidia cedeu 0,67%, a Alphabet manteve-se inalterada, a Microsoft subiu 0,31%, a Meta caiu 2,27%, a Apple avançou 0,35% e a Amazon desvalorizou 1,30%.
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