Banca vai ser obrigada a oferecer taxa fixa no crédito à habitação
A banca vai ser obrigada a oferecer taxa fixa no crédito à habitação e as famílias com empréstimos até 200 mil euros, que tenham dificuldades, vão ter uma bonificação na prestação. Estas são duas das medidas anunciadas pelo Governo após o Conselho de Ministros desta quinta-feira e que ficarão em consulta pública com o objetivo de serem aprovadas a 16 de março.
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O primeiro-ministro António Costa avançou que o Governo determinou que "todas as instituições financeiras" que oferecem crédito à habitação em Portugal têm de passar a incluir no seu portefólio de oferta comercial taxas fixas.
A taxa variável é a mais comum no mercado de crédito em Portugal, representando cerca de 90% do total. Apesar da maior procura por taxas fixas face ao cenário de agravamento das Euribor que são usadas como indexante para o crédito com taxa variável, há ainda instituições financeiras que não dão esta opção aos clientes.
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"Sabemos que há bancos que não o estão a fazer, todos têm de oferecer crédito a taxa fixa", anunciou Costa, explicando que passará a ser obrigatório. O ministro das Finanças, Fernando Medina, clarificou que a ideia é dinamizar a renegociação das condições dos contratos.
Entre as medidas direcionadas para o crédito à habitação, está ainda a isenção de mais-valias da venda de imóveis para a amortização de crédito à habitação tanto para o próprio como para descendentes. Além disso, há ainda apoios a famílias com dificuldades na prestação da casa, tal como nas rendas.
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Prestação e rendas com apoios
"Vamos adotar medidas de proteção do crédito e de apoio às rendas", explicou o chefe do Governo. No que diz respeito à proteção do crédito, esse apoio é concedido para créditos até 200 mil euros de agregados familiares que sejam tributados até ao sexto escalão do IRS (ou seja, com rendimentos coletáveis até 38.632 euros).O Estado irá dar uma bonificação de 50% do valor que esteja acima do máximo a que foi sujeito o agregado familiar no teste de stress realizado aquando da contratação. O apoio pode ir até 1,5 IAS por ano, o que significa 720,65 euros.
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"Nos últimos anos, no momento da celebração dos contratos, o banco para avaliar a solvabilidade da família e a família também para testar a sua taxa de esforço, antes de celebrar o contrato, celebraram simulações o que significaria no impacto da família e portanto da prestação se perante um cenário em que a taxa de juro viesse a subir X valores acima do valor do indexante. Sempre que a taxa de juro suba acima do valor a que foi fixado o stress, o Estado bonificará esse aumento em 50%", clarificou António Costa.
Por outro lado, nas rendas de casa atualmente em vigor, "o objetivo é que devemos fazer convergir as taxas de esforço das famílias para um máximo de 35%".
O apoio aos agregados familiares que tenham rendimentos também até sexto escalão e uma taxa de esforço superior a 35% e que tenham uma renda de casa que se insira acima dos valores fixados pelo IHRU para o concelho haverá um subsídio concedido por parte do Estado no valor máximo de 200 euros mensais por agregado familiar de forma a apoiar o custo das rendas.
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(Notícia atualizada às 17:45)
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