Aviões de guerra antigos podem ser mais lucrativos do que acções
Ter um avião “vintage” pode ser mais rentável do que ter acções. Além disso, é um avião.
Os mercados de objectos de colecção são movidos pela paixão, não pela razão. Mas o mercado de aviões de colecção tem visto uma divisão nos últimos anos entre aqueles que compram e restauram por amor e pela história e aqueles que são novos coleccionadores interessados no retorno desse investimento.
Os proprietários da Platinum Fighter Sales, com sede em Redondo Beach, Califórnia, afirmam ter intermediado mais de 300 milhões de dólares em aviões clássicos e warbirds (aviões militares) para os dois tipos de compradores nos últimos 30 anos.
Nos últimos anos, Simon Brown, um dos donos da Platinum, notou a chegada de investidores. Estes clientes podem até nem saber que tipo de avião que estão a comprar, mas reconhecem um bom retorno sobre um investimento quando o vêem.
"Nos últimos 40 anos, estes aviões duplicaram de valor a cada 10 anos", revela Brown. Ajustado à inflação, isto coincide com o retorno anual médio histórico do S&P 500, que desde a sua criação em 1923 é de apenas cerca de 7%.
Temor
O receio dos coleccionadores e daqueles que amam os aviões pela sua história mais do que pelo retorno sobre o investimento é que estas aves raras serão guardadas a sete chaves e não serão partilhadas com os amantes do género. Muitas são levadas para fora do país de origem e guardadas em hangares privados, o que na prática as tira de circulação das exibições aéreas e dos eventos históricos semelhantes.
"Do ponto de vista financeiro ou comercial é bom, mas não se vê os aviões a voar como antes, o que de certo modo frustra o propósito de contar a história dos aviões", diz Brown.
60% dos negócios da Platinum Fighter Sales são feitos nos EUA e o restante das vendas traça uma rota de voo para o exterior.
"Algumas pessoas compram um avião em dólares americanos, mantêm-no e depois vendem-nos porque a taxa de câmbio é favorável", afirma Brown. "Por vexes, ganha-se mais dinheiro com a taxa de câmbio do que com o valor do avião."
Emoção
Uma grande fatia das vendas internacionais da Brown provém da Europa. Há também compradores na Austrália e na Nova Zelândia e as vendas na Europa Oriental e na Rússia estão a crescer.
Comprar ou vender um avião antigo pode ser emocional para um coleccionador. Os investidores, porém, só querem o melhor acordo, diz Brown. "Se alguém quer um avião em particular, nós tiramos a emoção que isto causa", diz. "Não queremos que eles paguem demais. Queremos que eles sejam tratados de maneira justa."
Quanto às vendas, Brown diz que tudo o que é britânico está superaquecido neste momento, especialmente Spitfires e Hurricanes. "Este ano é o centenário da Força Aérea Real (RAF, na sigla em inglês)", recorda. "Por isso eles são o sucesso do ano. Tudo o que é britânico, aliás."
(Texto original: The Case for Investing in Rare Aircraft)
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