Quinto dia de ganhos põe ações na Europa em máximos de um mês. Ouro no valor mais alto desde 2013
Acompanhe o dia nos mercados internacionais ao minuto.
- Bolsas avançam com pouco volume para época de resultados muito incertos
- Stoxx600 já sobe mais de 20% desde mínimos
- Euro recupera após dados da China
- Petróleo no limbo entre cortes e covid-19
- Juros sobem em uníssono
- Wall Street resiste às quebras nos maiores bancos e sobe
- Euro em máximos de duas semanas contra o dólar
- Crude cai com quebra na procura a sobrepor-se a cortes à produção
- Fortes ganhos da Nos e BCP impulsionam PSI-20 para a quinta subida consecutiva
- Ouro sobe pela quarta sessão para máximos de 2013
- Juros disparam em Itália
- Europa sobe pela quinta sessão seguida para máximos de um mês
- Wall Street sobe com firmeza e Nasdaq destaca-se com escalada de quase 4%
As bolsas internacionais mostram ganhos ligeiros mas pouco volume de negociação, à medida que se aproximam de uma época de resultados envolta em incerteza dado o real impacto, ainda por apurar, do surto de coronavírus na atividade das empresas.
Em algumas bolsas asiáticas, os volumes ficaram 30% abaixo da média, mas o verde foi a cor predominante. O japonês Topix subiu 2,1%, o Kospi, coreano, avançou 2%, na Austrália o ASX200 apreciou 1,9% e os chineses Xangai Compósito e Hang Seng ganharam, respetivamente, 1,1% e 0,9%.
Os investidores deixaram-se contagiar por dados que foram revelados e que mostram que as exportações da China caíram menos do que o esperado, ao mesmo tempo que as taxas de infeção em vários países continuam a cair.
Nos Estados Unidos, os futuros avançam 1,6%, depois de uma queda de 1% na última sessão, e a Europa acompanha a tendência positiva. A questão que pende sobre a mente dos investidores é a dimensão do impacto do surto na folha de balanço dos negócios. "Empresas, analistas, traders, investidores e estrategistas, até certo ponto estão a voar para esta época de resultados sem instrumentos", sublinha a Oppenheimer&Co, em declarações à Bloomberg, salientando que o surto e as medidas de isolamento que este implicou formam um evento "sem precedentes".

As bolsas europeias regressaram da pausa de quatro dias a manter a tendência de recuperação da semana passada, com os investidores otimistas que o pico da pandemia já ficou para trás em muitos países e animados também com os dados económicos da China.
As exportações chinesas registaram uma queda homóloga de 3,5%, em março, sinalizando uma recuperação para as indústrias exportadoras do país, depois de quedas acentuadas em janeiro e fevereiro devido à pandemia da covid-19.
A recuperação da economia chinesa dá alento aos investidores de que a recessão global poderá não ser tão grave como se temia, isto numa altura em que são diversos os países que estão a reduzir as restrições e o cofinamento.
O Stoxx600 avança 0,81% para 334,48 pontos e já esteve a subir 20% face aos mínimos fixados o mês passado, uma recuperação que também já foi conseguida em Wall Street. Se mantiver esta tendência, o índice europeu entrará em bull market (acontece quando um ativo valoriza mais de 20% face a mínimos), colocando um ponto final naquele que terá sido um dos "bear markets" mais curtos da história.
Este é o primeiro dia de negociação da semana, depois de na sexta-feira passada e nesta segunda-feira o trading ter sido interrompido nas praças europeias por ocasião do período pascal.
Os investidores estão também focados na apresentação de resultados trimestrais, sendo que como habitualmente o destaque vai para os bancos norte-americanos, como o JPMorgan Chase e o Wells Fargo & Co.
Em Lisboa o PSI-20 acompanha a tendência positiva, com o PSI-20 a subir 0,64%, ainda assim bem menos que os mais de 2% na abertura.
Evolução do Stoxx600 desde início do ano:
No mercado cambial a sessão está a ser de recuperação para as moedas que perderam valor face ao dólar no pico do stress com a pandeia do coronavírus. Os dados da economia chinesa estão a levar o euro a subir 0,2% para 1,0933 dólares e a libra a soma 0,4% para 1,2565 dólares. O índice que mede a evolução da moeda norte-americana face às principais divisas mundiais cede 0,1%.
O "ouro negro" está a oscilar entre o verde e o vermelho em Londres, sendo que em Nova Iorque já se decidiu pelo terreno negativo, numa altura em que é difícil o equilíbrio entre os cortes na oferta e a pronunciada quebra de produção que decorre do surto de covid-19.
O barril de Brent, referência para a Europa, sobe uns ligeiros 0,09% para os 31,77 dólares, depois de ontem ter terminado a sessão a ganhar 0,83% e ter chegado a valorizar um máximo de quase 8%. O otimismo visitou as cotações depois de o presidente Donald Trump ter anunciado no respetivo Twitter que os cortes na produção, a serem acordados pelo cartel dos principais exportadores e respetivos aliados, deveriam ser reforçados até perto de 20 milhões de barris diários.
O cartel anunciou durante o fim de semana que vai aliviar a produção global em 9,7 milhões de barris por dia, mas o receio é de que este corte não seja suficiente para contrabalançar a quebra na procura que se tem verificado, como resultado do brusco abrandamento da atividade económica e a que a epidemia de covid-19 obrigou.
Dos periféricos à Alemanha, a tendência de subidas nos juros da dívida soberana é generalizada. Por cá, o agravamento é de 2,3 pontos base para os 0,921%, à semelhança da subida de 3,1 pontos base para os 0,808% que acontece em Espanha. Em Itáçlia, o salto é mais pronunciado, de 7,8 pontos base para os 1,666%. Na Alemanha, há um avançar mais contido, de 0,2 pontos base para os -0,349%.
Esta evolução acontece numa altura em que os investidores ganham ímpeto nos mercados acionistas, face ao acumular de notícias sobre países que estão a planear um alívio nas restrições associadas à covid-19 em breve. Desta forma, alimenta-se a esperança de que os danos à economia sejam minimizados.
Em entrevista no 'Jornal da Noite' da TVI, o ministro das Finanças referiu que, se for possível conter a crise sanitária neste segundo trimestre, "provavelmente" ao fim de "dois anos" a economia estará a voltar a "números não muito longe dos de 2019", ano em que, pela primeira vez nos últimos 40 anos, o país fechou as contas públicas com excedente orçamental.
A bolsa norte-americana abriu em alta, respeitando a mesma tendência que a Europa e a Ásia, apesar de grandes nomes da banca - JPMorgan Chase e Wells Fargo - terem inaugurado esta terça-feira a época de apresentação de resultados com fortes quebras.
O generalista S&P500 sobe 2,05% para os 2.818,35 pontos, o tecnológico Nasdaq avança 2,42% para os 8.391.04 pontos e o industrial Dow Jones ganha 2,21% para os 23.906,80 pontos.
A recuperação da economia chinesa dá alento aos investidores de que a recessão global poderá não ser tão grave como se temia, isto numa altura em que são diversos os países que estão a reduzir as restrições e o cofinamento. Na Europa, o Stoxx600 avança pela quinta sessão consecutiva e os ganhos acumulados já são superiores a 20% desde o mínimo atingido em março.
No setor da banca, o JPMorgan Chase ganha 2,59% para os 100,78 dólares e o Wells Fargo sobe 1,59% para 31,95 dólares.
O JPMorgan Chase reportou uma queda homóloga de 69% no lucro líquido do primeiro trimestre deste ano para os 2,87 mil milhões de dólares, ou 78 cêntimos por ação, números que ficaram muito aquém do esperado pelos analistas, que já previam uma redução para 1,84 dólares por título, segundo a Reuters. Para além do impacto do coronavírus e da guerra nos preços do petróleo, o maior impacto nas contas foi causado por uma provisão de 6,8 mil milhões de dólares, de forma a fazer face a incumprimentos de pagamentos de empréstimos. Ainda com grande impacto, esteve uma redução de 951 milhões de dólares no seu banco de investimento. Paralelamente, o Wells Fargo apresentou hoje os resultados referentes ao primeiro trimestre deste ano. O banco norte-americano reportou uma queda para os 42 milhões de dólares, o que compara com os 5,51 mil milhões de dólares divulgados no mesmo período do ano passado. Este valor representa lucros de 1 cêntimo por ação, muito abaixo dos 33 cêntimos por ação estimados pelos analistas.
Para além do impacto do coronavírus e da guerra nos preços do petróleo, o maior impacto nas contas foi causado por uma provisão de 6,8 mil milhões de dólares, de forma a fazer face a incumprimentos de pagamentos de empréstimos.
Ainda com grande impacto, esteve uma redução de 951 milhões de dólares no seu banco de investimento.
Paralelamente, o Wells Fargo apresentou hoje os resultados referentes ao primeiro trimestre deste ano. O banco norte-americano reportou uma queda para os 42 milhões de dólares, o que compara com os 5,51 mil milhões de dólares divulgados no mesmo período do ano passado. Este valor representa lucros de 1 cêntimo por ação, muito abaixo dos 33 cêntimos por ação estimados pelos analistas.
A moeda única europeia segue em alta face ao dólar, estando a ganhar 0,41% para 1.0959 dólares, o que significa que o euro transaciona em máximos de 1 de abril contra a divisa norte-americana.
A valorização do euro em relação ao dólar surge numa altura em que a pandemia parece dar sinais de abrandamento em algumas das maiores economias da Zona Euro, designadamente na Itália e na Espanha.
Destaque ainda para a libra que aprecia para máximos de um mês tanto face ao euro como contra o dólar. A divisa britânica valoriza numa fase em que as medidas de contenção adotadas no Reino Unido parecem estar a surtir efeito no abrandamento da propagação do vírus.
O preço do petróleo segue em queda nos mercados internacionais, perdendo parte da recuperação conseguida na sequência dos cortes à produção – 9,7 milhões de barris por dia - acordados pelos países exportadores de petróleo (OPEP) e respetivos aliados (OPEP+).
Apesar do acordo entre produtores relevantes como a Arábia Saudita e a Rússia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) apresentou hoje a atualização do World Economic Outlook em que prevê para 2020 a "pior recessão desde a Grande Depressão", o que terá um inevitável impacto negativo nos níveis mundiais de procura pela matéria-prima.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, utilizado como valor de referência para as importações nacionais, recua 1,95% para 31,12 dólares por barril. Já em Nova Iorque, o West Texas Intermediate (WTI) cai 3,61% para 21,60 dólares.

O índice PSI-20 regressou à negociação na sessão desta terça-feira, dia 14 de abril, com uma valorização de 0,83% para os 4.231,03 pontos, acompanhando o cenário de ganhos vivido em toda a Europa e em Wall Street.
Na Europa, os principais mercados seguem a sua recuperação e assumem ganhos superiores a 1%, com os investidores otimistas que o pico da pandemia já ficou para trás em muitos países e animados também com os dados económicos da China.Com onze cotadas a subir e 7 a negociar em queda, o destaque da bolsa nacional vai para a Nos, que disparou 5,92% para os 3,434 euros por ação. Hoje, a empresa liderada por Miguel Almeida chegou a acordo com a Cellnex para venda à empresa espanhola da totalidade da Nos Towering, através da qual detinha cerca de 2000 torres de telecomunicações, num negócio que pode gerar à empresa portuguesa um encaixe de 550 milhões de euros em seis anos. A Nos vai manter a utilização destas torres, agora controladas pela Cellnex, durante 15 anos. A subir está também o BCP, que sobe 3,20% para os 0,1063 euros, fugindo assim dos mínimos históricos atingidos no início deste mês. Esta subida por parte do banco liderado por Miguel Maya contraria a tendência do setor na Europa, que perde quase 2%, num dia em que dois do maiores bancos dos Estados Unidos, o JPMorgan e o Wells Fargo, divulgaram uma queda acentuada nos resultados trimestrais.
A subir está também o BCP, que sobe 3,20% para os 0,1063 euros, fugindo assim dos mínimos históricos atingidos no início deste mês. Esta subida por parte do banco liderado por Miguel Maya contraria a tendência do setor na Europa, que perde quase 2%, num dia em que dois do maiores bancos dos Estados Unidos, o JPMorgan e o Wells Fargo, divulgaram uma queda acentuada nos resultados trimestrais.
O ouro está a valorizar esta terça-feira pela quarta sessão consecutiva, para negociar no valor mais elevado em mais de sete anos.
O metal precioso tem beneficiado do seu valor de ativo de refúgio, numa altura em que a incerteza domina o sentimento dos investidores, devido à pandemia da covid-19, e em que as perspetivas para a economia global apontam para uma recessão profunda, com a deterioração da situação orçamental dos países e um forte rombo nos resultados das empresas e nos rendimentos das famílias.
O metal precioso valoriza 1,13% para 1.734,75 dólares - um máximo de 2013 – mas os especialistas acreditam que a subida não deverá ficar por aqui.
"O que está a acontecer aqui é que a Fed está a expandir o seu balanço e todos os outros bancos centrais do mundo estão a fazer o mesmo ", disse à Bloomberg Hans Goetti, fundador e CEO da HG Research. "O que estamos a ver é uma desvalorização cambial a longo prazo. Essa é a principal razão para a subida do ouro, e penso que nas próximas semanas ou meses, chegaremos aos máximos de 2011".
Os juros da dívida pública subiram na generalidade dos países do euro, com destaque para a Itália, onde a yield associada às obrigações a dez anos disparou 19,3 pontos base para 1,778%.
Em Portugal, o agravamento foi de 4 pontos base para 0,930%, na véspera de o IGCP regressar ao mercado para uma emissão de dívida de curto prazo. O IGCP tem como objetivo colocar entre 1.000 e 1.250 milhões de euros, em títulos que vencem em 17 de julho de 2020 e 19 de março de 2021. Esta operação ocorre uma semana depois de o IGCP ter emitido cinco mil milhões de euros na maior emissão sindicada alguma vez realizada pela República Portuguesa.
A exceção foi a Alemanha, onde os juros desceram 2,9 pontos base para -0,384%.

Os principais mercados europeus conheceram uma nova sessão de ganhos com o Stoxx 600, índice que reúne as 600 maiores cotadas da região, a valorizar 0,64% para os 333,91 pontos.
Os investidores estão a olhar para um abrandamento na propagação do coronavírus, numa altura em que existem 1,9 milhões de casos infetados confirmados e 123.436 mortes causadas pela caovid-19.
A atrair a atenção dos investidores está também a temporada de resultados que começou hoje, nos Estados Unidos, com dois dos maiores bancos de Wall Street (JPMorgan e Wells Fargo) a apresentarem quedas robustas no lucro, nos primeiros três meses deste ano, devido à pandemia.
Apesar dos ganhos gerais no Stoxx 600 existem vários setores que continuam a ter dificuldades. O pior desempenho de hoje foi protagonizado pelo setor do turismo (-3,89%) e pelo setor imobiliário (-2,25%).
A maior subida foi para o setor do retalho (+2,39%), que tem beneficiado com um aumento de vendas.
Desde o pico mínimo atingido no dia 16 de março, o pan-europeu Stoxx 600 valorizou 25,24%.
As bolsas do outro lado do Atlântico ganharam terreno no dia em que a banca começou a reportar os seus resultados trimestrais - que, apesar de maus, já estavam a ser descontados pelo mercado.
O tecnológico Nasdaq Composite encerrou a somar 3,95% para se fixar nos 8.515,54 pontos – marcando assim a sua quarta sessão consecutiva de ganhos, naquela que é a mais longa série de subidas desde inícios de eevereiro.
O índice esteve a ser impulsionado pelas cotadas da tecnologia, que já ontem se tinham destacado do lado dos ganhos. A subida de hoje do Nasdaq foi a mais acentuada desde há mais de uma semana.
O Nasdaq já sobe mais de 20% desde o seu mínimo de 23 de março, tendo assim entrado num período "bull" dentro de um "bear market". Se o índice conseguirá sair do mercado urso em que entrou no passado trimestre é algo que só ficará claro dentro de alguns meses, sublinha a CNN.
De facto, tem vindo a ser reiteradamente dito nos últimos tempos que uma retoma de 20% dos índices face aos seus mínimos não significa necessariamente o fim do "bear market".
"As escaladas dentro de um mercado urso são situações que se observam antes de os mercados começarem a recuperar", comentou recentemente à CNN Business uma estratega de mercados globais do JP Morgan Asset Management, Samantha Azzarello.
No auge da crise financeira de 2008, houve 11 ‘rallies’ antes de o mercado tocar no fundo e retomar em pleno a sua recuperação – em março de 2009, referiu a mesma analista.
"Temos de internalizar o quão negativos vão ser os dados no segundo trimestre. O mercado poderá voltar a cair quando os dados surpreenderem ainda mais pelo lado negativo", acrescentou.
Por seu lado, o Dow Jones valorizou hoje 2,39% para 23.949,76 pontos e o o Standard & Poor’s 500 avançou 3,06% para 2.846,06 pontos.
Mais lidas