Ações europeias fecham em máximos com impulso das farmacêuticas
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta quarta-feira.
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Ações europeias fecham em máximos com impulso das farmacêuticas
As ações europeias deram seguimento à fase positiva recente, com o Stoxx 600 a ultrapassar o recorde fixado em março, impulsionado pelo desempenho do setor farmacêutico, que suplantou os receios dos investidores sobre a paralisação do governo federal dos EUA.
O índice de referência para a Europa, que reúne as 600 maiores cotadas do continente, subiu 1,15% para 564,62 pontos, depois de ter encerrado a sessão de terça-feira com o melhor mês de setembro desde 2019.
Entre os principais índices, o francês CAC 40 subiu 0,9% para máximos de agosto deste ano, quando caiu o governo do primeiro-ministro Francois Bayrou. Já o alemão DAX ganhou 0,98%, enquanto o britânico FTSE subiu 1,03%. Nos Baíses Baixos, o AEX subiu 0,57%, em Itália o FTSE MIB ganhou 0,83% e em Espanha o IBEX progrediu 0,41%.
Farmacêuticas como a Roche, Novartis, Novo Nordisk e Sanofi estiveram entre os melhores desempenhos das cotadas europeias. O setor foi impulsionado pelo acordo que a Pfizer conseguiu nos EUA, adiando as tarifas sobre produtos farmacêuticos, o que deve ser replicado em relação às congéneres europeias, refere o analista do JPMorgan Chase & Co. Richard Vosser.
As ações europeias têm atravessado uma fase positiva, com o impulso dado pela economia resiliente apesar das tarifas dos EUA e as perspetivas de cortes de taxas de juro pela Reserva Federal (Fed).
Os traders estão agora atentos aos desenvolvimentos sobre a paralisação da administração federal norte-americana, que deverá impedir a divulgação de dados económicos relevantes, como o relatório do emprego, que estava agendado para sexta-feira.
“Poderá haver um ligeiro efeito de contágio do ‘shutdown’ dos EUA sobre os mercados europeus, mas realmente não vejo isso como algo com significado”, assinala à Bloomberg Laurent Lamagnere, CEO adjunto da Alphavalue em Paris.
Juros das dívidas soberanas aliviam ligeiramente à exceção da Alemanha
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro registaram alívios modestos esta quarta-feira, à exceção dos juros das "Bunds" alemãs, que subiram também ligeiramente.
Os juros das "Bunds" alemãs, com maturidade a dez anos e de referência para o continente europeu, subiram 0,1 pontos base para 2,710%. Em contraciclo, em França os juros da dívida desceram 0,4 pontos base para 3,528%. Em Itália, o alívio foi de 0,8 pontos base para 3,523%.
Na Península Ibérica, a tendência foi a mesma. Os juros dos títulos de Espanha a 10 anos recuaram 0,6 pontos base para 3,248%, enquanto em Portugal a queda foi de 0,5 pontos base para 3,104%.
Fora da Zona Euro, a yield das "Gilts" britânicas desceram 0,4 pontos base para 4,694%.
Dólar continua a recuar com “shutdown” nos EUA
O dólar volta a descer esta quarta-feira, pressionado pelo arranque do “shutdown” governamental nos Estados Unidos e pela perspetiva de adiamento da divulgação de relatórios económicos cruciais para a política monetária da Reserva Federal.
O índice do dólar DXY, que mede a evolução da divisa face a um cabaz de moedas, desce 0,14% para 97,634 pontos, acumulando quatro sessões consecutivas em terreno negativo e atingindo mínimos de uma semana. A Bloomberg destaca que a pressão sobre a moeda aumentou após os dados da ADP mostrarem que o setor privado destruiu 32 mil empregos em setembro, contra expectativas de criação, alimentando apostas de cortes adicionais de juros pela Fed. Já a Reuters sublinha que a paralisação governamental agrava a incerteza, podendo atrasar a divulgação de dados oficiais e dificultar a leitura da trajetória da economia norte-americana.
Analistas notam que períodos de “shutdown” tendem a pesar sobre o dólar, e a atual combinação de um mercado laboral mais frágil e incerteza política reforça a visão de maior debilidade. “É um “dataset” preocupante que desencadeou um ajuste 'dovish' nas expectativas de cortes de taxas”, comentou Vail Hartman, estrategista do BMO Capital Markets, à Bloomberg.
Entre as principais moedas, o euro soma 0,06% para 1,1741 dólares e a libra valoriza 0,38% para 1,3497 dólares. O dólar perde 0,60% face ao iene japonês, negociando nos 147,01 ienes, enquanto sobe 0,20% contra o franco suíço, para 0,7980 francos.
Petróleo prolonga queda com receios sobre OPEP+ e procura global
Os preços do petróleo recuam esta quarta-feira, prolongando as perdas das últimas duas sessões, num contexto de receios quanto a um possível aumento mais acelerado da produção pela OPEP+ e sinais de enfraquecimento da procura nos EUA e na Ásia. A esta hora, o Brent desce 1,38% para 65,12 dólares por barril, enquanto o WTI recua 1,43% para 61,40 dólares, ambos nos níveis mais baixos desde o início de setembro.
Segundo a Bloomberg, os investidores acompanham a possibilidade de a OPEP+ antecipar uma nova ronda de aumentos de produção, com discussões previstas para este fim de semana. Vários delegados indicaram que a aliança poderá avaliar um incremento em três parcelas mensais de 500 mil barris por dia, embora a organização tenha desmentido oficialmente que haja planos definidos para esse nível de acréscimo.
De acordo com a Reuters, esta perspetiva, aliada à desaceleração da procura em grandes economias asiáticas e à retração do consumo nos EUA, tem pressionado os preços. O mercado também reage à incerteza provocada pelo “shutdown” do governo norte-americano, que interrompeu parte das operações federais após o impasse no Congresso.
No lado da oferta, dados do American Petroleum Institute mostraram que as reservas de crude nos EUA caíram 3,7 milhões de barris na última semana, mas os inventários de gasolina e destilados aumentaram. Já a Agência Internacional de Energia prevê um excedente recorde de petróleo em 2026, reforçando a visão de um mercado em sobreoferta.
A pressão adicional vem ainda de um contexto geopolítico marcado por ataques ucranianos a infraestruturas energéticas na Rússia, que podem afetar exportações, segundo a PVM Oil Associates.
Ouro perto dos 3.900 dólares com incerteza nos EUA
Os preços do ouro estão a valorizar depois de terem tocado os 3.895,38 dólares por onça esta quarta-feira, um novo máximo histórico, numa altura em que o mercado se pinta de incerteza devido ao "shutdown" nos EUA.
A esta hora, o metal amarelo sobe 0,34% para 3.871,92 dólares por onça, impulsionado pela queda do dólar norte-americano, que torna o ouro mais barato para compradores estrangeiros.
"O dólar está sob pressão porque, normalmente, quando o Governo paralisa, o clima fica bastante negativo em relação aos EUA, e tanto o dólar como o mercado de ações são vítimas", disse o analista da Marex, Edward Meir, à Reuters.
O fraco relatório da criação de empregos da ADP "também não vai ajudar o dólar. Outro motivo é a desaceleração da economia, o que significa taxas mais baixas, e tudo isso é positivo para o ouro", acrescentou.
O governo dos EUA parou grande parte das suas operações, colocando milhares de empregos federais em risco. Em causa estão divisões entre os republicanos e democratas que impediram o Congresso e a Casa Branca de chegarem a um acordo de financiamento.
"Shutdown" nos EUA pinta Wall Street de vermelho. Nike sobe 4,5%
As bolsas norte-americanas arrancaram a sessão com desvalorizações, numa altura em que o foco dos investidores está na paralisação do Governo dos EUA, que deverá adiar a divulgação de importantes dados do trabalho norte-americano.
Os Estados Unidos entraram em “shutdown” às 05:00 horas de Lisboa desta quarta-feira (meia-noite em Washington, nos EUA), depois de republicanos e democratas falharem um acordo sobre o financiamento do Governo Federal. A paragem agrava a perceção de fragilidade política e institucional desta Administração.
O S&P 500 desce 0,42% para 6.660,53 pontos, o tecnológico Nasdaq Composite perde 0,57% para 22.529,76 pontos e o industrial Dow Jones recua 0,10% para 46.349,52 pontos.
Apesar do possível adiamento do relatório da criação de emprego na sexta-feira, há mais dados económicos a reafirmar a debilidade do mercado laboral. O relatório da ADP, divulgado esta quarta-feira, mostra que os processamentos salariais das empresas americanas caíram inesperadamente em setembro, consistente com outros dados do mês passado – este indicador costuma ser visto como uma antecipação da tendência do relatório oficial sobre criação de emprego.
Também os dados das novas vagas de emprego de terça-feira mostraram poucas alterações em agosto, enquanto as contratações parecem estar estagnadas - o que indica que a procura por trabalhadores está a desacelerar.
“Não se espera que vejamos o relatório de emprego de sexta-feira se o Governo continuar em 'shutdown', e até mesmo o relatório de inflação do IPC de meados de outubro está em risco”, disse Glen Smith, da GDS Wealth Management, à Bloomberg. “A falta de dados ocorre num momento em que a Fed deve decidir, ainda neste mês, sobre o que fazer com as taxas de juro”, acrescentou.
Apesar da incerteza em torno dos mercados, alguns investidores estão a pesar as paralisações anteriores para determinar que estes acontecimentos geralmente não duram muito e têm um impacto macroeconómico insignificante. Assim, o mercado continua a antecipar dois cortes de juros pela Reserva Federal até ao final do ano.
“O que diferencia esta paralisação é a ameaça de demissões permanentes de funcionários federais não essenciais, o que, embora possivelmente seja uma arrogância política e esteja sujeito a contestações legais, pode prolongar o peso sobre o emprego do setor público”, escreveu Thomas Ryan, economista da Capital Economics.
Nos movimentos empresariais, a Nike sobe 4,5% após ter divulgado uma subida inesperada das receitas no primeiro trimestre fiscal (já relativo a 2026), tendo superado as expectativas quanto ao lucro trimestral, numa altura em que a gigante do vestuário desportivo reconstrói a sua presença junto dos retalhistas e investe em produtos mais atuais para manter os consumidores interessados.
Já a Peloton Interactive perde 7,67%, numa altura em que está a reformular o negócio, o que ditou um aumento de preços, algumas das primeiras grandes medidas sob a nova administração com o objetivo de tirar a empresa de uma crise de vários anos.
Euribor desce a três e seis meses e sobe a 12 meses
A taxa Euribor desceu esta quarta-feira a três e seis meses e subiu a 12 meses em relação a terça-feira, depois de terminar setembro com a média nos três prazos a subir face a agosto.
Com estas alterações, a taxa a três meses, que baixou para 2,017%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,079%) e a 12 meses (2,204%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou, ao ser fixada em 2,079%, menos 0,017 pontos do que na terça-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a julho indicam que a Euribor a seis meses representava 37,96% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,09% e 25,51%, respetivamente.
Em sentido contrário, no prazo de 12 meses, a taxa Euribor avançou, ao ser fixada em 2,204%, mais 0,011 pontos do que na sessão anterior.
A Euribor a três meses recuou para 2,017%, menos 0,015 pontos do que na terça-feira.
Em setembro, as médias mensais da Euribor subiram de novo nos três prazos, mas de forma mais acentuada a 12 meses.
A média da Euribor em setembro subiu 0,006 pontos para 2,027% a três meses e 0,018 pontos para 2,102% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou mais acentuadamente em setembro, designadamente 0,058 pontos para 2,172%.
Em 11 de setembro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve, pela segunda reunião de política monetária consecutiva, as taxas diretoras, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 29 e 30 de outubro em Florença, Itália.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Juros das dívidas soberanas europeia avançam, investidores cautelosos com 'shutdown' EUA
As taxas de juro das obrigações soberanas europeias sobem esta quarta-feira, com os investidores cautelosos na sequência da paralisação do governo federal dos EUA.
Os juros das Bunds alemãs a 10 anos - referência para o continente europeu - sobem 2,5 pontos base para 2,734%, os da dívida francesa avançam três pontos base para 3,562% e em Portugal, a 'yield' das obrigações do Tesouro somam 2,6 pontos base para 3,135%.
Fora da Zona Euro, a taxa de juro das Gilts britânicas segue nos 4,720%, a subirem 2,2 pontos base. Nos EUA, a 'yield' dos Treasuries seguem estáveis nos 4,15%.
Bolsas europeias entre avanços e recuos com investidores atentos ao “shutdown” nos EUA
As principais bolsas europeias seguem mistas esta quarta-feira, com ganhos no setor da saúde a compensarem a pressão de outros setores, num contexto em que os investidores monitorizam os impactos do “shutdown” do governo norte-americano e aguardam novos dados económicos.
O índice Stoxx 600 avança 0,19% para 559,25 pontos, sustentado pelo desempenho das farmacêuticas e do setor das “utilities”. Em Londres, o FTSE 100 soma 0,37% para 9.385,33 pontos, renovando máximos históricos com a ajuda da GlaxoSmithKline e da AstraZeneca, segundo a Bloomberg. Em Lisboa, o PSI-20 sobe 0,12% para 7.967,43 pontos, destacando-se entre as maiores valorizações.
Já Frankfurt e Paris recuam: o DAX perde 0,27% para 23.815,85 pontos, enquanto o CAC-40 desce 0,21% para 7.879,14 pontos. Em Milão, o FTSE MIB recua 0,27% para 42.611,49 pontos, e em Amesterdão o AEX desce 0,11% para 941,78 pontos. Madrid também segue em terreno negativo, com o IBEX a ceder 0,40% para 15.413,80 pontos.
Setorialmente, os maiores ganhos vão para os media (+0,59%), petróleo e gás (+0,49%), “utilities” (+0,33%) e para o setor automóvel (+0,33%). Já nas quedas, a tecnologia é quem mais recua, com uma descida de 0,60%, seguida dos industriais (-0,53%), imobiliário (-0,49%) e retalho (-0,41%).
O setor da saúde (+2,7%) lidera os ganhos após a Pfizer chegar a acordo com a administração norte-americana para cortar preços de medicamentos, medida que impulsionou as ações da Roche (+4,5%), AstraZeneca (+3,6%) e Novartis (+2,8%).
Apesar da cautela com os EUA, a Bloomberg nota que o Stoxx 600 encerrou setembro com o melhor desempenho mensal em seis anos e que a sazonalidade tende a favorecer ganhos no último trimestre.
Dólar estende quedas com “shutdown” nos EUA. Euro e libra somam
A divisa norte-americana volta a cair esta quarta-feira, com o “shutdown” governamental a ameaçar atrasar a divulgação de importantes relatórios económicos usados para avaliar a trajectória de corte de taxas da Reserva Federal.
A esta hora, o índice do dólar DXY - que acompanha o desempenho da moeda face a um cabaz de divisas - cai 0,15% para 97,622 pontos.
"O shutdown do Governo Federal dos EUA adiciona pressão a um mercado de trabalho que já mostra motivação suficiente para um corte de taxas, apesar da inflação, o que é uma pobre combinação para o dólar", disse Sean Callow, analista sénior na In Touch Capital Markets, citado pela Bloomberg.
Entre as principais moedas, o euro avança 0,03% para 1,1760 dólares, enquanto a libra esterlina sobe 0,02% para 1,3470 dólares. Face ao iene japonês, o dólar segue pouco alterado nos 147,96 ienes.
Ouro renova máximos históricos com “shutdown” nos EUA
O ouro volta a disparar esta quarta-feira, atingindo um novo recorde histórico, impulsionado pela procura de ativos de refúgio após o início do “shutdown” do governo norte-americano e sinais de arrefecimento no mercado de trabalho dos EUA.
A esta hora, o ouro avança 0,40% para 3.874,53 dólares por onça, depois de ter tocado um novo máximo de sempre, de 3.875,53 dólares por onça. A prata segue em alta de 1,59%, para 47,38 dólares, também em máximos de mais de 14 anos, enquanto a platina soma 0,58% para 1.584,90 dólares.
O fecho parcial do governo em Washington e a incerteza política reforçaram a procura por ativos de refúgio. “O ouro beneficia de preocupações com um dólar mais fraco, o impasse político nos EUA e a incerteza geopolítica”, afirma Nicholas Frappell, da ABC Refinery, citado pela Reuters, sublinhando que os preços podem avançar acima dos 3.900 dólares, com probabilidade chegar aos 4.000 dólares.
A suspensão das operações federais ameaça atrasar a divulgação de indicadores cruciais, incluindo o relatório de emprego de setembro. O ouro já valorizou mais de 47% desde o início do ano, a caminho do maior ganho anual desde 1979, suportado por cortes de juros da Fed, compras de bancos centrais e fortes entradas em fundos cotados de ouro.
A incerteza sobre a política monetária norte-americana também mantém os investidores atentos. Enquanto alguns dirigentes da Fed sinalizam cortes adicionais de juros devido ao enfraquecimento do mercado laboral, outros defendem cautela perante a inflação ainda acima da meta.
Petróleo recupera de quedas, mas OPEP+ e “shutdown” nos EUA mantêm pressão
Os preços do petróleo estabilizam esta quarta-feira, depois de duas sessões consecutivas de fortes quedas, à medida que os investidores acompanham as discussões da OPEP+ sobre possíveis aumentos de produção e os impactos do “shutdown” do governo norte-americano.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI), referência americana, avança 0,64% para 62,77 dólares por barril, enquanto o Brent, referência europeia, soma 0,62% para 66,44 dólares.
Na segunda e na terça-feira, tanto o Brent como o WTI registaram perdas acumuladas de cerca de 5%, a maior queda em dois dias desde agosto. O movimento reflete, segundo analistas, as perspetivas de maior oferta por parte da OPEP+.
O cartel e os seus aliados poderão discutir em novembro um aumento de até 500 mil barris por dia, o triplo da subida decidida para outubro. No entanto, a própria OPEP afirmou numa publicação na rede social X que os relatos sobre esse aumento eram “enganadores”.
Do lado da procura, os receios mantêm-se. O “shutdown” nos EUA, que paralisou parte das atividades governamentais, trouxe incerteza quanto ao impacto na economia e no consumo de energia. “O ‘shutdown’ adiciona ruído, sobretudo se atrasar a divulgação de dados, mas não altera a matemática de curto prazo de barris abundantes”, afirmou Charu Chanana, estratega-chefe da Saxo Markets, à Bloomberg.
Os investidores também analisam os últimos dados sobre inventários norte-americanos. O American Petroleum Institute estimou uma queda de 3,67 milhões de barris nos stocks de crude, mas, ao mesmo tempo, um aumento de 1,3 milhões nos de gasolina e de 3 milhões nos destilados. Para Sugandha Sachdeva, da SS WealthStreet, a desaceleração no ritmo de redução das reservas “tem limitado o otimismo dos investidores”.
Já na Ásia, os sinais de enfraquecimento industrial, especialmente na China, reforçam os receios de procura mais fraca, apesar da acumulação de reservas de crude por Pequim nos últimos meses.
Ásia fecha dividida com "shutdown" nos EUA a pesar sobre investidores
Os índices asiáticos fecharam com uma maioria de perdas, depois de o “shutdown” da Administração Federal dos EUA ter marcado a negociação pela negativa, num dia em que os mercados chineses, por força de feriados no país, não negociaram. Pela Europa, os futuros do Eurostoxx 50 seguem praticamente inalterados. E entre as cotadas, as empresas fornecedoras da Nike ganharam terreno após a apresentação de contas da gigante do vestuário desportivo.
Entre os principais índices da região, pelo Japão, o Nikkei desvalorizou 0,78% e o Topix cedeu 1,38%. Já o sul-coreano Kospi subiu 0,96%.
Pela China, iniciou-se hoje a Semana Dourada, que vai fechar as bolsas do país de 1 a 8 de outubro para assinalar o Dia Nacional da China - é o período mais longo de encerramento dos mercados a nível global.
O Governo dos EUA entrou em paralisação depois de os democratas e republicanos não terem chegado a acordo para um plano fiscal. O foco dos investidores está centrado neste fator – que pesou sobre a negociação nos EUA e agora também pela Ásia –, que obscurece as perspetivas para a maior economia do mundo e ameaça atrasar relatórios económicos importantes usados para avaliar o rumo das taxas de juros no país.
A incerteza adicional surge num momento em que o S&P 500 – o índice de referência norte-americano -, registou o melhor mês de setembro em mais de 15 anos, impulsionado pelo otimismo em relação à inteligência artificial e às taxas diretoras mais baixas.
Nesta linha, “a situação pode ficar feia se a paralisação criar um vácuo de informações sobre empregos e dados de inflação antes da próxima decisão da Fed sobre as taxas”, disse à Bloomberg Michael Bailey, da FBB Capital Partners.
Pelo Japão, o setor da banca foi negativamente impactado pelas notícias da paralisação da Administração Federal dos EUA, com o Mizuho Financial Group, por exemplo, a perder quase 4%.
Das 1.673 ações do índice Topix, 113 subiram e 1.547 caíram, enquanto 13 permaneceram inalteradas, segundo dados da agência de notícias financeiras.
Noutros movimentos de mercado, algumas fornecedoras da Nike registaram ganhos na Ásia depois de a maior empresa de roupa desportiva do mundo ter divulgado receitas no primeiro trimestre que superaram a estimativa média dos analistas. A Feng Tay Enterprise (+7,32%), a Taiwan Paiho (+1,29%) ou a India’s Sarla Performance Fibers (+1,24%) são disso exemplo.
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