pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Conflito Israel-Irão é mais um exemplo de que "Trump acaba sempre por se acobardar"

Com Donald Trump a indicar que vai precisar de mais duas semanas para decidir se os EUA entram no conflito, os mercados voltam a olhar para a popular estratégia de investimento "Trump always chickens out".

A carregar o vídeo ...
20 de Junho de 2025 às 13:03

O estalar de um novo conflito no Médio Oriente e o envolvimento de Donald Trump, Presidente dos EUA, não estão a deixar os mercados indiferentes. Os preços do petróleo dispararam, a procura por ativos de refúgio aumentou e os investidores reduziram a exposição ao risco - mas a reação, no geral, "tem sido contida", explica Ricardo Evangelista, CEO da ActivTrades, em entrevista ao Negócios no canal NOW. 

"Podemos falar de sinais de potência, mas não de pânico. O anúncio de Trump, que , também parece ter ajudado a tranquilizar os investidores", afirma o líder da corretora britânica, referindo que esta é mais uma manifestação do fenómeno "Trump always chickens out", ou seja, "Trump acaba sempre por se acobardar". 

Esta é uma nova estratégia de investimento que leva os "traders" a reforçarem o seu portefólio sempre que uma decisão do Presidente norte-americano atira as bolsas para o vermelho, . É de recordar que o líder dos EUA chegou a sugerir que iria atacar o Irão nos próximos dias, embora na quinta-feira tenha dado um passo atrás e optado pela cautela. 

Para Ricardo Evangelista, "o mercado está, neste momento, a fazer uma leitura de que o conflito para já é localizado, ou seja, não está a afetar as perspetivas de crescimento das principais economias", daí a "resiliência" que as bolsas têm demonstrado nas últimas sessões. "Uma escalada, potencialmente com o envolvimento direto dos EUA, teria consequências geopolíticas muito difíceis de prever", acrescenta. 

Apesar das movimentações limitadas do mercado acionista, o mesmo não pode ser dito em relação ao petrolífero. Com o preço do barril a disparar na última semana, o CEO da ActivTrades não descarta mais subidas caso Washington interfira no conflito, mas descarta, para já, um cenário de grande aceleramento dos preços. "Podemos esperar volatilidade dos preços, com um viés de alta, mas acho difícil que o preço do barril venha a exceder de forma significativa os 100 dólares", completa. 

Em relação ao ouro, que reagiu inicialmente em alta mas entretanto viu os ganhos apagados, Ricardo Evangelista explica que existe aqui uma confluência de fatores antagónicos que estão a ditar o sentimento em torno do metal precioso. "Por um lado temos a incerteza geopolítica, a incerteza económica [a dar força ao ouro], mas por outro temos o otimismo dos mercados financeiros, que continuam a antever cortes nas taxas de juros, sobretudo pela Reserva Federal (Fed)", conclui. 

Ver comentários
Publicidade
C•Studio