AIE declara "meia-vitória" da OPEP

A OPEP está prestes a conseguir eliminar o excesso de oferta de petróleo no mercado, mas os esforços do cartel podem ser anulados pelo crescimento do petróleo de xisto nos Estados Unidos.
Reuters
Nuno Carregueiro 13 de Fevereiro de 2018 às 11:36

A Agência Internacional de Energia (AIE) considera que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) está ser bem-sucedida na anulação do excesso de oferta de petróleo no mercado, mas continua vulnerável ao incremento da produção nos Estados Unidos.

 

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A AIE assinala que os stocks de petróleo nas nações desenvolvidas registaram em Dezembro a queda mais acentuada em seis anos, sendo este um efeito dos cortes de produção implementados pela OPEP e pela Rússia.

 

Além disso, a procura também está a aumentar, o que contribui igualmente para a redução da oferta no mercado. A AIE reviu as suas previsões para a procura global em 100 mil barris, estimando agora o consumo diário de 1,4 milhões de barris.

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A AIE reconhece que a OPEP está finalmente a conseguir declarar vitória no combate ao excesso de oferta no mercado. Contudo, a estratégia do cartel pode ser ameaçada pelo aumento de produção por parte dos Estados Unidos, já que a subida das cotações da matéria-prima está a incentivar a subida da oferta de petróleo de xisto no país.  

 

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A AIE estima mesmo que em breve os Estados Unidos vão superar em breve a produção da Arábia Saudita e apanhar a Rússia no final do ano.

 

"Com o excesso de oferta a descer de forma tão acentuada, o sucesso da estratégia do acordo [celebrado entre a OPEP e a Rússia] pode estar próximo", refere a AIE, que contudo mantém como "principal mensagem" que "a produção dos países fora da OPEP deverá aumentar a um ritmo mais rápido do que a subida da procura".  

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Depois de ontem ter recuperado de um ciclo de seis dias em queda, o petróleo segue hoje pouco alterado. O Brent em Londres avança 0,24% para 62,75 dólares e o WTI em Nova Iorque cede 0,05% para 59,27 dólares.

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