Europa a caminho da melhor semana desde maio
Juros na Zona Euro com ligeiros agravamentos
Iene cede antes de eleições. Dólar recupera apesar de "shutdown"
Ouro continua a avançar apoiado por cortes de juros e incerteza nos EUA
Incêndio em refinaria dá fôlego ao petróleo mas excedente da OPEP+ mantém pressão
Ásia contagiada pelo otimismo em torno da IA
Iene cede antes de eleições. Dólar recupera apesar de "shutdown"
O iene está a desvalorizar face às principais divisas, enquanto o mercado analisa os comentários do Governador do Banco do Japão, Kazuo Ueda, que adotou um tom cauteloso sobre a economia global, reduzindo as expectativas de um aumento iminente dos juros no país.
Os economistas do Goldman Sachs disseram, numa nota citada pela Reuters, que o discurso de Ueda "apoia a nossa visão de que a possibilidade de um aumento nas taxas em outubro é muito baixa".
Os mercados também estão focados na eleição do Partido Liberal Democrata este sábado, que vai determinar o próximo primeiro-ministro do Japão.
Neste contexto, o dólar sobe 0,11% para 147,42 ienes, enquanto o euro avança 0,27% para 172,99 ienes. Já a moeda única soma 0,17% para 1,1735 dólares. O índice de força da "nota verde" do DXY recua 0,10% para 97,745 pontos.
O dólar recuperou terreno durante a noite, apesar da paralisação do Governo americano, que adiou a divulgação de dados económicos importantes, como o relatório mensal de empregos de setembro, previsto para ser divulgado esta sexta-feira.
"A paralisação do Governo não teve um grande impacto no curto prazo, mas, na verdade, a pressão continua em direção a um dólar mais fraco", disse Hirofumi Suzuki, estratega de câmbio do SMBC, à Reuters. E acrescenta: "Dito isso, com a pressão da desvalorização do iene provavelmente a persistir antes das eleições do partido LDP neste fim de semana, o par vai ficar em torno dos níveis atuais".
Europa a caminho da melhor semana desde maio
As bolsas europeias negoceiam no verde esta sexta-feira e o Stoxx 600 prepara-se mesmo para registar a melhor semana desde maio, com seis sessões consecutivas em terreno positivo.
O índice pan-europeu avança 0,41%, para os 569,91 pontos com as maiores subidas a pertencerem aos setores da banca e do retalho.
O alemão DAX ganha 0,14%, enquanto o parisiense CAC avança 0,23% e o espanhol IBEX sobe 0,96%.
O britânico FTSE-100 valoriza 0,53%, ao passo que o italiano FTSEMib ganha 0,51% e a bolsa de Amesterdão sobe 0,08%.
Entre os movimento de mercado, a francesa Legrand avança 2,4%, tendo tocado máximos históricos nos 145,45 euros, após ter acordado a compra da Avtron Power Solutions num negócios de cerca de mil milhões de euros.
Juros na Zona Euro com ligeiros agravamentos
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravam-se ligeiramente esta sexta-feira, numa altura em que o "shutdown" nos EUA ameaça adiar a divulgação de dados económicos que poderiam ajudar o mercado a perceber o rumo que a Reserva Federal norte-americana (Fed) irá seguir na sua política monetária.
As "yields" das "bunds" alemãs, referência para a região, sobem 0,6 pontos base, até aos 2,703%, enquanto os juros da dívida francesa avançam 0,2 pontos, para os 3,519%.
A rendibilidade da dívida portuguesa aumenta 0,2 pontos base, até aos 3,096%, enquanto no país vizinho a subida é de 0,3 pontos, para os 3,241%. Em Itália os juros agravam-se em 0,3 pontos base, atingindo os 3,518%.
Ouro continua a avançar apoiado por cortes de juros e incerteza nos EUA
O ouro mantém-se em terreno positivo esta sexta-feira, apoiado pelas expectativas de novos cortes de juros nos Estados Unidos e pelas preocupações em torno do impacto do “shutdown” governamental, que começou na quarta-feira.
A esta hora, o ouro avança 0,05%, para 3.858,58 dólares por onça, depois de ter alcançado na véspera um máximo histórico de 3.896,49 dólares. O metal precioso acumula uma valorização de cerca de 2,5% desde o início da semana, caminhando para a sétima semana consecutiva de ganhos. Já os futuros de dezembro nos EUA subiram 0,4% para 3.882,40 dólares, segundo a Reuters.
Tim Waterer, analista-chefe da KCM Trade, sublinhou que “a subida do dólar causou um pequeno obstáculo no preço do ouro mas o metal precioso continua bem perto do nível dos 3.900 dólares”. O especialista acrescentou que “com o ‘shutdown’ nos EUA a criar incerteza quanto ao impacto no PIB e com cortes nas taxas de juro provavelmente a chegar ainda este mês, as condições continuam propícias para o ouro seguir em frente”.
A incerteza política em Washington poderá atrasar a divulgação de dados económicos cruciais, incluindo o relatório do mercado de trabalho. Apesar do alerta de cautela da presidente da Fed de Dallas, Lorie Logan, que afirmou que o banco central deve ser prudente com novos cortes, os investidores dão como praticamente certa uma nova redução de 25 pontos-base ainda este mês, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.
O ouro, frequentemente visto como reserva de valor em períodos de instabilidade, tem beneficiado do ambiente de taxas mais baixas, acumulando uma valorização de 47% em 2025.
No mercado de metais preciosos, a prata sobe 1,76% para 47,18 dólares por onça, aproximando-se dos níveis mais altos em cinco meses, enquanto a platina avança 0,03% para 1.575,57 dólares.
Incêndio em refinaria dá fôlego ao petróleo mas excedente da OPEP+ mantém pressão
Os preços do petróleo estão a recuperar esta sexta-feira, depois de quatro sessões consecutivas de perdas, apoiados por um incêndio numa das maiores refinarias da Costa Oeste dos Estados Unidos.
A esta hora, o Brent avança 0,97% para 64,73 dólares por barril, enquanto o WTI sobe 1,03% para 61,12 dólares. Segundo a Reuters, o incêndio ocorreu na refinaria da Chevron em El Segundo, que tem capacidade de 290 mil barris por dia e produz sobretudo gasolina, “jet fuel” e gasóleo.
Apesar da recuperação diária, ambos os contratos caminham para a maior queda semanal desde junho, pressionados pelas expectativas de que a OPEP+ possa aumentar a produção em novembro até 500 mil barris por dia, o triplo do acréscimo previsto para outubro. Esse cenário, aliado à manutenção sazonal em refinarias e a uma procura mais fraca, deverá acentuar a acumulação de stocks nos EUA e noutros mercados.
Na quarta-feira, a EIA reportou uma subida das reservas de crude, gasolina e destilados, refletindo menor atividade de refinação e procura. Analistas do JPMorgan afirmam que setembro pode ter marcado um ponto de viragem, com o mercado a caminhar para um excedente significativo no quarto trimestre de 2025 e início do próximo ano.
Paralelamente, o G7 reiterou que pretende intensificar a pressão sobre a Rússia, visando países que continuam a aumentar as compras de petróleo russo.
Ásia contagiada pelo otimismo em torno da IA
As ações asiáticas subiram pelo sexto dia consecutivo à boleia do otimismo em torno da inteligência artificial (IA). Os investidores estão a reagir a uma onda de alianças empresariais em IA, apostando que os milhões investidos no setor se traduzirão em lucros e vão acelerar os ganhos nas ações de tecnologia.
A japonesa Hitachi disparou 10% após unir-se à americana OpenAI, enquanto a Fujitsu saltou mais de 4% depois de estabelecer uma parceria com a Nvidia.
O índice MSCI de ações da Ásia-Pacífico subiu 0,4%, atingindo um recorde pela segunda sessão consecutiva. No acumulado da semana, deverá registar um ganho de 2,3% e já valoriza 23% desde o início do ano.
Entre os principais índices da região, pelo Japão, o Nikkei subiu 1,85% e o Topix pulou 1,4%, não muito longe do recorde atingido no mês passado, antes da votação crucial do fim de semana que determinará o próximo primeiro-ministro, que deverá definir o tom para as perspectivas da política fiscal e monetária dos próximos tempos.
Já o sul-coreano Kospi esteve fechado devido a feriado. Em contraciclo, o Hang Seng, de Hong Kong, perdeu 1%. Pela China continental, prossegue a Semana Dourada, que vai manter as bolsas do país fechadas até 8 de outubro para assinalar o Dia Nacional da China.
Os investidores continuam a acompanhar de perto a paralisação do Governo dos EUA, pelo terceiro dia, bem como a perspetiva de corte de juros pela Reserva Federal neste mês.
Pela Europa, os futuros do Euro Stoxx 50 apontam para ganhos de 0,2%.
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