Europa pintada de vermelho. Investidores preferem cautela antes da Fed
Juros agravam-se ligeiramente na Zona Euro
Ouro renova máximos históricos com dólar em queda e Fed no horizonte
Petróleo sobe com ataques na Rússia e expectativa de corte de juros da Fed
Euro caminha para máximos de quatro anos face ao dólar
Wall Street segura ganhos após subida das vendas no retalho. Nasdaq estende recordes
Taxa Euribor desce a três, a seis e a 12 meses
Bolsas europeias recuam em cautela antes da decisão da Fed
Juros praticamente inalterados na Zona Euro à espera de novos dados económicos
Euro em máximos de dois meses e meio. Política monetária centra atenções
Petróleo recua entre risco geopolítico e receios de excesso de oferta
Ouro toca novo máximo e aproxima-se dos 3.700 dólares
Japão e Coreia do Sul atingem novos máximos. Europa aponta para o verde
Europa pintada de vermelho. Investidores preferem cautela antes da Fed
As bolsas europeias acompanharam a tendência vivida em Wall Street e acabaram a negociação mergulhadas no vermelho, num momento em que os investidores optaram por ter mais cautela antes da Reserva Federal dos EUA anunciar um corte dos juros diretores. Além disso, a preocupação com as tarifas voltou a estar em cima da mesa, depois de a Reuters ter avançado que os EUA ponderam taxar as peças para automóveis.
A Fed deverá oficializar amanhã a flexibilização monetária. "Se o banco central cortasse as taxas em 50 pontos base, poderíamos interpretar que as coisas estão piores do que pensávamos, que o mercado de trabalho está a desacelerar ou que há algo a acontecer com os números económicos que não estamos a ver", disse Rebecca Chesworth, estratega da State Street Investment Management, à Reuters.
"O mercado não está a aguardar tanto a decisão sobre a taxa de juros de amanhã, mas está à procura de respostas sobre a política monetária futura", disse Teeuwe Mevissen, economista do Rabobank.
O índice que agrega as principais cotadas europeias, o Stoxx 600, tombou 1,14% para 550,79 pontos, para mínimos de uma semana, pressionado sobretudo pelos setores da banca, seguradoras e serviços financeiros, que perderam quase 2% cada.
Entre os principais mercados da Europa, o alemão DAX desceu 1,77% para 23.329,24 pontos, o francês CAC-40 perdeu 1% para 7.818,22 pontos e o britânico FTSE 100 caiu 0,88% para 9.195,66 pontos. Já o neerlandês AEX tombou 0,83% para 911,52 pontos. Madrid seguiu a tendência descendente, com um recuo de 1,51% para 15.163,30 pontos e Milão também perdeu 1,28% para 42.504,56 pontos.
A banca italiana arrastou o setor para o vermelho, depois de ontem a Bloomberg ter noticiado que o Governo de Giorgia Meloni está a considerar angariar fundos adicionais de 1,5 mil milhões de euros junto dos bancos italianos em 2027, adiando as suas deduções fiscais. O UniCredit perdeu 1,36% e o Intesa Sanpaolo mergulhou 2,3%.
A dinamarquesa Trustpilot Group subiu 15% após divulgar as receitas do primeiro semestre, que superaram a estimativa média dos analistas.
As ações de empresas de contratação foram afetadas pela SThree, que afundou quase 19%, depois de admitir que o abrandamento vai persistir em 2026. Outras do setor foram afetadas, como a Adecco que caiu quase 5% e a Hays que perdeu 4%.
Juros agravam-se ligeiramente na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas dos países da Zona Euro registaram um modesto agravamento esta terça-feira, num dia em que foram divulgados vários dados económicos da economia do bloco.
O indicador ZEW de expectativas económicas de setembro, que é visto como uma importante métrica de sentimento da Zona Euro, subiu um ponto para 26,1 pontos, acima das expectativas dos analistas. Na Alemanha, o indicador cresceu menos de três pontos.
Um dia antes de regressar ao leilão de dívida, os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, de referência para a região, subiram 0,2 pontos-base para 2,691%, enquanto os da dívida francesa com a mesma maturidade agravaram-se 1 ponto para 3,486%. Em Itália mantém-se a tendência de aumentos ligeiros, com a "yield" das obrigações a somar 0,4 pontos para 3,475%.
Pela Península Ibérica, tanto em Portugal como em Espanha tiveram subidas, com os juros da dívida soberana nacional a dez anos a aumentarem 0,7 pontos-base para 3,088%, enquanto os do país vizinho somaram 0,5 pontos para 3,246%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas com a mesma maturidade seguiram a tendência do resto da Europa e subiram 0,6 pontos base para 4,638%. Os "traders" do Reino Unido estarão atentos aos dados do IPC - o índice de preços no consumidor - britânico esta quarta-feira de manhã, com os economistas consultados pela Bloomberg a esperem que o índice permaneça em 3,8% em agosto.
Ouro renova máximos históricos com dólar em queda e Fed no horizonte
O ouro continua a brilhar nos mercados globais, tendo atingido esta terça-feira um novo máximo histórico, impulsionado pela queda do dólar e pela expectativa de que a Reserva Federal anuncie um corte de 25 pontos-base nas taxas de juro no final da reunião de dois dias.
Depois de um abrandamento na sessão, o metal precioso avança 0,64%, para 3.702,47 dólares por onça, tendo ultrapassado a marca histórica dos 3.689 dólares, recorde atingido esta madrugada. Os futuros de ouro nos EUA para dezembro sobem 0,4%, para 3.733,70 dólares.
A valorização ocorre num contexto em que os investidores praticamente dão como certo um corte de juros já esta semana mas também especulam sobre a possibilidade de medidas mais agressivas. “Se o ‘dot plot’ mostrar uma mudança para dois cortes em 2025, isso pode alimentar ainda mais a valorização e empurrar o ouro para além dos 3.700 dólares, com 3.800 como cenário realista”, afirmou Zain Vawda, analista da OANDA, citado pela Reuters.
De acordo com a Bloomberg, a pressão política sobre a Fed também reforça as apostas numa política mais “dovish”, com o presidente norte-americano Donald Trump a pedir cortes mais profundos e a tentar influenciar a composição do banco central.
Além da política monetária, fatores estruturais têm sustentado o "rally": compras persistentes de bancos centrais, procura de refúgio face a riscos geopolíticos e a diversificação em relação ao dólar. Desde o início do ano, o ouro já valorizou mais de 40%.
No mercado dos restantes metais preciosos, a prata avança 0,71%, para 43,27 dólares, o valor mais alto desde 2011. Já a platina recua 0,46%, para 1.400,32 dólares.
Petróleo sobe com ataques na Rússia e expectativa de corte de juros da Fed
Os preços do petróleo avançam esta terça-feira depois de uma descida no início do dia, à medida que os mercados avaliam o impacto da intensificação dos ataques ucranianos contra a infraestrutura energética russa e antecipam uma decisão de política monetária nos Estados Unidos.
A esta hora, o WTI sobe 1,28%, para 64,11 dólares, enquanto o Brent ganha 0,95%, para 68,08 dólares.
A ofensiva da Ucrânia contra refinarias e portos de exportação russos, incluindo o terminal de Primorsk, tem colocado nova pressão sobre a indústria petrolífera de Moscovo. A Transneft, operadora dos oleodutos do país, avisou que os produtores podem ser forçados a reduzir a produção. O Goldman Sachs calcula que os ataques já retiraram cerca de 300 mil barris por dia de capacidade de refinação russa entre agosto e setembro.
Segundo a Bloomberg, os ataques coincidem com a possibilidade de novas sanções da União Europeia contra empresas da Índia e da China que ajudam a manter ativo o comércio de crude russo. Analistas do JP Morgan notam que atingir exportações em portos como Primorsk “sugere uma maior disposição em perturbar os mercados internacionais de petróleo, o que pode adicionar pressão em alta sobre os preços”.
Ainda assim, o mercado mantém sinais mistos. A Bloomberg lembra que os futuros têm oscilado numa faixa estreita desde agosto, com os preços “apanhados entre a pressão da oferta e a resiliência da procura”, segundo Ole Hvalbye, analista do SEB. A Agência Internacional de Energia prevê mesmo um excesso recorde de oferta no próximo ano devido ao regresso mais rápido do que previsto da produção da OPEP+.
Do lado da procura, a atenção está voltada para a reunião da Reserva Federal, que termina na quarta-feira, e na qual é amplamente esperado um corte nas taxas de juro. A medida, em teoria, apoiaria a economia norte-americana e a procura de energia, embora persistam dúvidas sobre a robustez da recuperação.
Além disso, o mercado espera os dados oficiais de inventários nos EUA, a divulgar na quarta-feira, após um inquérito da Reuters ter apontado para quedas nas reservas de crude e gasolina na última semana, compensadas por uma subida dos destilados.
Euro caminha para máximos de quatro anos face ao dólar
O euro está perto de negociar no nível mais alto em quatro anos face ao dólar norte-americano, na véspera do anúncio de corte de taxas de juro pela Reserva Federal, que deverá tirar força à moeda dos EUA. A descida do banco central marca ainda um ponto de viragem entre as decisões do banco central norte-americano e europeu, já que divergem para decisões opostas - o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas na semana passada.
O índice do dólar DXY desliza 0,53% para 96,79 pontos. O euro avançou 0,5% para 1,1818 dólares, valor que já não era registado desde 1 de julho deste ano e perto dos 1,1828 dólares que atingiu em setembro de 2021. Desde o início do ano, a moeda única valoriza 14%.
A aposta do mercado em três reduções de 25 pontos base nas taxas dos EUA pela Fed até ao final do ano, combinada com as expectativas de que o BCE não fará novos cortes, deverá estreitar a diferença entre as taxas de juro de referência dos dois bancos centrais. Aliás, o mercado já acredita que o banco liderado por Christine Lagarde tenha de subir os juros devido aos objetivos de gastos com defesa estabelecidos pela Comissão Europeia, que deverá estimular o crescimento e aumentar a inflação no bloco.
A dar força à moeda única estão também os dados do sentimento económico dos consumidores alemães que, contra as apostas dos analistas, subiram em setembro, alimentando as esperanças de que a maior economia da Europa esteja a deixar para trás uma recessão.
De volta ao dólar, a "nota verde" recua 0,55% para 146,61 ienes. Já a libra ganha 0,43% para 1,3657 dólares, o valor mais forte desde 8 de julho, isto depois de os dados mostrarem que o mercado de trabalho do Reino Unido parece ter superado o pior da recessão provocada pelo aumento dos impostos.
Wall Street segura ganhos após subida das vendas no retalho. Nasdaq estende recordes
As bolsas norte-americanas arrancaram a sessão desta terça-feira em alta, no dia em que começa a reunião de política monetária da Reserva Federal, na qual o banco central deverá discutir um corte nas taxas de juro em 25 pontos-base.
Ainda que acredite que uma flexibilização será anunciada amanhã, o mercado contém-se de fazer grandes investimentos até que a decisão seja oficializada. Os investidores estão antes a reagir aos dados das vendas no retalho de agosto, divulgados esta terça-feira, que indicaram uma subida de 0,6% depois de já terem crescido em julho.
"O consumidor americano parece estar animado, o que é uma boa notícia para a economia, mas pode intensificar o debate sobre quanto a Fed precisa de cortar as taxas", disse Ellen Zentner, da Morgan Stanley Wealth Management, em declarações à Bloomberg.
Embora os governadores do banco central continuem focados em levar a inflação para o seu objetivo de 2%, espera-se que reduzam as taxas esta quarta-feira, num esforço para proteger o mercado de trabalho de uma maior deterioração. "Mesmo que o mercado laboral esteja fraco, ainda não está a prejudicar o consumidor. Embora estes números [das vendas no retalho] não impeçam a Fed de reduzir as taxas, podem reduzir algumas das esperanças 'dovish' a longo prazo", afirmou David Russell, da TradeStation, à Bloomberg.
O S&P 500 e o Nasdaq Composite pairam perto dos recordes atingidos na sessão anterior: o primeiro sobe 0,06% para 6.619,33 pontos e o segundo chega aos 22.397,50 pontos, um novo máximo histórico. Já o Dow Jones desce modestos 0,01% para 45.845,50 pontos.
Com os riscos da guerra comercial a esmorecerem, o otimismo parece ganhar espaço, mas os especialistas alertam que o "rally" registado no índice de referência dos EUA - o S&P 500 - se esteja a tornar numa bolha que pode rebentar em breve.
Entre os principais movimentos empresariais, a Tesla ganha mais de 1%, num momento em que a fabricante de elétricos está a ser investigada pelas autoridades reguladoras de segurança automóvel dos EUA devido a problemas com os puxadores das portas em determinados veículos Model Y.
Após ontem ter superado, pela primeira vez, os três biliões de dólares em valor de mercado, a Alphabet sobe de forma modesta, depois do anúncio de que a Google vai investir 5 mil milhões de libras (6,8 mil milhões de dólares) no Reino Unido durante dois anos para ajudar a desenvolver uma economia aliada à inteligência artificial no país.
A Ford ganha perto de 1% após anunciar o corte de mil empregos na Alemanha perante a fraca procura dos veículos elétricos da empresa.
Taxa Euribor desce a três, a seis e a 12 meses
A taxa Euribor esta terça-feira a três, a seis e a 12 meses em relação a segunda-feira.
Com estas alterações, a taxa a três meses, que baixou para 2,015%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,087%) e a 12 meses (2,165%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, caiu, ao ser fixada em 2,087%, menos 0,014 pontos do que na segunda-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a julho indicam que a Euribor a seis meses representava 37,96% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,09% e 25,51%, respetivamente.
No mesmo sentido, no prazo de 12 meses, a taxa Euribor recuou, ao ser fixada em 2,165%, menos 0,018 pontos.
A Euribor a três meses também desceu, para 2,015%, menos 0,018 pontos.
Na passada quinta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) manteve, pela segunda reunião de política monetária consecutiva, as taxas diretoras, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 29 e 30 de outubro em Florença em Itália.
Em agosto, as médias mensais da Euribor subiram nos três prazos, e de forma mais acentuada a três meses.
A média da Euribor em agosto subiu 0,075 pontos para 2,021% a três meses e 0,029 pontos para 2,084% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou em agosto, designadamente 0,035 pontos para 2,114%.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Bolsas europeias recuam em cautela antes da decisão da Fed
As bolsas europeias abriram esta terça-feira em movimento de recuo, com os investidores a mostrarem prudência antes da reunião de dois dias da Reserva Federal, que deverá anunciar um corte nas taxas de juro já esta quarta-feira.
O índice de referência Stoxx 600 cede 0,24% para 555,85 pontos, penalizado sobretudo pela banca, depois de notícias de que o Governo italiano prepara um novo pacote para arrecadar 1,5 mil milhões de euros junto dos bancos.
Entre os principais mercados da Europa, o alemão DAX desce 0,38% para 23.658,11 pontos, o francês CAC-40 perde 0,24% para 7.877,87 pontos e o britânico FTSE 100 cai 0,27% para 9.252,05 pontos. Já o neerlandês AEX contraria a tendência e ganha 0,23% para 921,26 pontos.
Madrid segue a tendência descendente, com um recuo de 0,72% para 15.284 pontos, com Milão também a recuar 0,49% para 42.843 pontos. Lisboa também desce, com o PSI-20 a desvalorizar 0,32% para 7.742,10 pontos.
Os setores automóvel e o mineiro foram dos poucos a resistir, enquanto o setor dos bancos e seguradoras registou as maiores perdas. “O corte de taxas da Fed deverá trazer algum oxigénio ao mercado”, comentou Mabrouk Chetouane, da Natixis, citado pela Bloomberg, acrescentando que a tendência de alívio monetário a passar da Europa para os EUA pode sustentar os ganhos nos próximos meses.
Juros praticamente inalterados na Zona Euro à espera de novos dados económicos
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a negociar praticamente inalterados esta terça-feira, embora pendam para alívios ligeiros, num dia marcado pela divulgação do indicador ZEW de expectativas económicas de setembro, que é visto como uma importante métrica de sentimento da Zona Euro. As estimativas do mercado apontam para uma queda para 20,3 pontos este mês, face a 25,1 em agosto – o segundo mês consecutivo de retração.
Em antecipação aos dados, os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, de referência para a região, recuam 0,5 pontos-base para 2,685%, enquanto os da dívida francesa com a mesma maturidade cedem 0,3 pontos para 3,473%. Em Itália mantém-se a tendência de alívios ligeiros, com a "yield" das obrigações a cair 0,4 pontos para 3,466%.
Pela Península Ibérica, tanto em Portugal como em Espanha, os juros da dívida soberana a dez anos caem 0,2 pontos-base para 3,078% e 3,239%, respetivamente.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas com a mesma maturidade contrariam a tendência do resto da Europa e aceleram 0,3 pontos base para 4,634%. Já as "Tresuries" norte-americanas encerraram a sessão de segunda-feira com uma queda de 1,3 pontos para 4,024%.
Euro em máximos de dois meses e meio. Política monetária centra atenções
O euro atingiu máximos de dois meses e meio face ao dólar, numa altura em que as crescentes expectativas em torno da retoma do alívio da política monetária nos EUA estão a retirar força à "nota verde" – que, por sua vez, tocou mínimos de dez meses face ao dólar australiano e de dois meses face à libra. A Reserva Federal (Fed) norte-americana deve optar por cortar as taxas de juro em 25 pontos-base no final da reunião que arranca esta terça-feira e termina na quarta, embora exista a possibilidade (reduzida) do banco central avançar com um corte de maior magnitude.
A esta hora, o euro avança 0,31% para 1,1797 dólares – o valor mais elevado desde 3 de julho. A força da moeda única europeia enfrenta hoje um novo teste com o indicador ZEW de expectativas económicas de setembro, que é visto como uma importante métrica de sentimento da Zona Euro. As estimativas do mercado apontam para uma queda para 20,3 pontos este mês, face a 25,1 em agosto.
Por sua vez, a libra avança 0,29% para 1,3639 dólares, numa semana também marcada pela decisão de política monetária do Banco de Inglaterra. A autoridade reúne na quinta-feira e os mercados antecipam que deixe as taxas de juro inalteradas, depois de ter procedido com um corte de 25 pontos-base na reunião de agosto.
O dólar também regista perdas face à divisa japonesa, recuando 0,45% para 146,73 ienes. Tal como nos EUA e em Inglaterra, o Japão vai enfrentar uma nova decisão de política monetária esta semana. O banco central do país tem ameaçado com um aumento das taxas de juro, mas, devido à instabilidade política que se vive na nação asiática, a entidade deve optar por manter os juros inalterados - adiando ainda mais a decisão de apertar a sua política monetária.
Petróleo recua entre risco geopolítico e receios de excesso de oferta
Esta terça-feira, os preços do petróleo estão a descer, depois de duas sessões de ganhos, num mercado que equilibra a possibilidade de novas sanções ocidentais ao crude russo com os receios de excesso de oferta.
A esta hora, o Brent desce 0,39% para 67,18 dólares por barril, enquanto o WTI recua 0,39% para 63,05 dólares.
A União Europeia estuda aplicar sanções a empresas da China e da Índia que têm ajudado Moscovo a manter as exportações, como parte de um novo pacote de restrições. Estes dois países tornaram-se os maiores compradores de petróleo russo desde a invasão da Ucrânia em 2022.
A pressão no mercado também resulta da perspetiva de abundância de oferta, com a Agência Internacional de Energia a antecipar um excesso recorde já em 2026, devido ao regresso mais rápido do que o esperado da produção da OPEP+. “Os prémios de risco geopolítico sustentam o mercado no curto prazo, mas a pressão do excesso de oferta continua a crescer”, disse Gao Mingyu, analista-chefe da SDIC Essence Futures, citado pela agência Bloomberg.
Por outro lado, que a intensificação dos ataques da Ucrânia contra refinarias e terminais de exportação russos aumenta a ameaça de disrupções no fornecimento. Analistas do JPMorgan citados pela Reuters consideram que estas ofensivas têm como alvo “limitar a capacidade da Rússia vender o seu petróleo no exterior, afetando os mercados de exportação”, o que pode “acrescentar pressão em alta sobre os preços”.
O mercado acompanha ainda a reunião da Reserva Federal, da qual é amplamente esperado um corte nas taxas de juro. Embora o alívio monetário tenda a impulsionar a procura de energia, persistem dúvidas quanto à solidez da economia norte-americana.
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