Sanções ao petróleo russo animam negociação de crude. Europa no vermelho

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta segunda-feira.
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Carlos Jasso/Reuters
Sílvia Abreu e Diogo Mendo Fernandes e Mariana Ferreira Azevedo e Marta Velho 05 de Dezembro de 2022 às 18:00
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Europa aponta para arranque na linha d'água. Ásia fecha mista

A Europa aponta para um arranque na linda d'água, num dia em que são conhecidos os dados do Eurostat do comércio a retalho e que os ministros das Finanças da região se reúnem.

Os futuros sobre o Euro Stoxx apontam para um início de negociação sem grandes alterações.

Já na Ásia, a sessão fechou mista, mas as bolsas chinesas viram um avanço considerável, impulsionadas pelas perspetivas de reabertura da economia do país.

Pela China, o Xangai somou 1,77%, enquanto em Hong Kong, o Hang Seng pulou 4,33%. Pelo Japão, o Topix caiu 0,31% e o Nikkei avançou 0,15%. Já na Coreia do Sul, o Kospi desvalorizou 0,62%.

As autoridades de saúde chinesas aliviaram as medidas de testagem contra a covid-19 em várias cidades do país, o que está a ser visto pelos investidores como uma mudança face à política de zero casos que até agora tem vigorado.

Petróleo valoriza. Frio impulsiona preços do gás

O petróleo segue a valorizar, no dia em que entra em vigor o embargo da União Europeia à importação do crude russo por via marítima. A impulsionar o ouro negro estão, sobretudo, as perspetivas de reabertura na China, maior importador mundial da matéria-prima. 

O West Texas Intermediate (WTI), referência para os Estados Unidos, soma 0,68% para 80,52 dólares por barril, ao passo que o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, valoriza 0,61% para 86,09 dólares por barril.

Este domingo, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (OPEP+) concordou em manter a produção de petróleo nos níveis atuais, pausando assim os cortes para tentar fazer face à redução da procura.

Já os preços do gás natural seguem a valorizar, impulsionados pelas temperaturas frias que se fazem sentir e levam a uma maior necessidade de aquecimento.

Os contratos do gás a um ano negociado em Amesterdão (TTF), referência para o mercado europeu, sobem 5,4% para 143 euros por megawatt-hora.

Ouro inalterado perto dos 1.800 dólares por onça. Euro avança face a dólar

O ouro segue a negociar inalterado, depois de nas primeiras horas da manhã ter atingido máximos desde julho. Às 08h55, o metal amarelo negoceia nos 1.797,60 dólares por onça.

Já a platina soma 0,26% para os 1.021,76 dólares, enquanto o paládio valoriza 1,54% para os 1.930,59 dólares e a prata recua 0,53% para 23,02 dólares.

O ouro tem sido penalizado por uma política monetária mais dura, mas as notícias de que a Reserva Federal norte-americana poderia abrandar o ritmo das subidas das taxas de juro já em dezembro ofereceu algum alívio ao metal precioso, que chegou a superar os 1.800 dólares por onça na passada semana.

No mercado cambial, o euro segue a valorizar face ao dólar, estando a subir 0,17% para os 1.0553 dólares.

Já o índice dólar da Bloomberg, que compara a força da moeda norte-american contra dez divisas rivais, negoceia na linha d'água, com uma valorização de 0,01%, para 104.557 pontos.

Juros agravam-se na Zona Euro

Os juros da dívida soberana na Zona Euro seguem a agravar-se, com Espanha a ser o país que maior subida vê. 

A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos - referência para a região - soma 2,1 pontos base para 1,867%, enquanto os juros da dívida pública italiana avançam 1,1 pontos base para 3,761%. 

Já os juros da dívida espanhola crescem 2,5 pontos base para 2,872%, enquanto os juros da dívida francesa aumentam 2,3 pontos base para 2,326%. Por cá, os juros da dívida pública portuguesa somam 1,4 pontos base para 2,785%. 

Fora da Zona Euro, a "yield" da dívida britânica recua 0,7 pontos base para 3,135%.

Europa abre mista. Stoxx 600 na linha d'água

As bolsas europeias abriram mistas, numa altura em que os investidores permanecem cautelosos quanto às perspetivas de crescimento económico e sobre qual será o futuro da política monetária. 

O Stoxx 600, referência para a região, abriu na linha d'água, com um recuo de 0,03% para os 443,15 pontos. O setor das telecomunicações foi dos que mais pesou no índice (-0,57%), que na passada semana registou a mais longa série desde abril de 2021, a sétima. 

Foi esta segunda-feira divulgado que o CEO da Vodafone, Nick Read, irá deixar o cargo no final deste ano, em que a operadora viu o preço das ações afundarem em bolsa.

Nas praças europeias, o alemão Dax cede 0,17%, o francês CAC-40 desce 0,33%, o espanhol Ibex soma 0,07% e o britânico FTSE 100 valoriza 0,18%. Já o italiano FTSE Mib cresce 0,17% e o Aex, em Amesterdão, perde 0,33%.

Taxas Euribor mantêm-se a três meses e sobem a seis e a 12 meses

As taxas Euribor mantiveram-se hoje a três meses e subiram a seis e a 12 meses face a sexta-feira.

A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo em 06 de junho, avançou hoje, para 2,436%, mais 0,030 pontos, depois de ter subido em 29 de novembro para 2,442%, um novo máximo desde janeiro de 2009.

A média da Euribor a seis meses subiu de 1,997% em outubro para 2,321% em novembro.

A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 03 de junho de 2022).

No prazo de 12 meses, a Euribor também avançou hoje, ao ser fixada em 2,841%, também mais 0,030 pontos que na sexta-feira, contra 2,892% em 28 e 29 de novembro, um máximo desde janeiro de 2009.

Após ter disparado em 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril.

A média da Euribor a 12 meses avançou de 2,629% em outubro para 2,828% em novembro.

Já a Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, manteve-se hoje, ao ser fixada de novo em 1,975%, contra 1,984% em 29 de novembro, um novo máximo desde fevereiro de 2009.

A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses).

A média da Euribor a três meses subiu de 1,428% em outubro para 1,825% em novembro.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

Em 27 de outubro, com o objetivo de travar a inflação, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o terceiro aumento consecutivo deste ano, depois de em 21 de julho ter subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, e em 08 de setembro em 75 pontos base.

A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras do BCE.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Wall Street dá início à semana pintada de vermelho

As bolsas norte-americanas arrancaram a sessão em terreno negativo, numa altura em que os investidores tentam perceber qual será o futuro da política monetária. A incerteza sobrepôs-se aos potenciais ganhos resultantes do alívio de algumas restrições contra a covid-19 na China.

O "benchmark" S&P 500 recua 0,72% para 4.042,58 pontos, enquanto o industrial Dow Jones desce 0,64% para 34.218,08 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite perde 0,62% para 11.389,93 pontos.

As ações da Tesla desvalorizam mais de 3% no arranque da sessão, após as notícias que indicam que a fabricante de veículos elétricos planeia reduzir a produção em Xangai.

Os mercados já perspetivavam um alívio das taxas de juro, mas dados do emprego acima do esperado em novembro deram força à possibilidade de o aumento final das taxas poder vir a ser maior, mesmo que da próxima reunião da Fed saia uma subida de 50 pontos base e não 75.

Os números divulgados na passada semana indicam que foram criados 263 mil postos de trabalho no mês passado, acima das expetativas dos analistas.

Petróleo segue a valorizar acima de 1%, a beneficiar do embargo e do tecto ao crude russo

O petróleo está a valorizar, animado por perspetivas provenientes da China que este fim de semana anunciou um relaxamento das medidas relacionadas com a política de covid-zero no país.

Ao mesmo tempo, entra esta segunda-feira em vigor o embargo da União Europeia ao petróleo russo transportado por via maritima, bem como o tecto no preço de crude russo nos 60 dólares por barril, por parte do grupo do G7, que engloba sete das maiores economias mundiais.

O West Texas Intermediate (WTI), referência para os Estados Unidos, avança 1,19% para 80,93 dólares por barril, ao passo que o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, soma 1,15% para 86,55 dólares por barril. 

"Permanece incerto se vai haver uma transição suave do petróleo russo para a Ásia ou se vai haver uma disrupção", explicam analistas do RBC Capital Markets, numa nota vista pela Bloomberg.

"Qualquer indicação clara de que a Rússia esteja preparada para cortar as exportações de crude pode levar os preços a escalar nos próximos dias", pode ler-se no documento.

Ouro desvaloriza à medida que o dólar e "yields" do tesouro ganham força

O ouro caiu 1,14%, depois de nas primeiras horas da manhã ter atingido máximos desde julho. O metal amarelo negoceia agora nos 1.777,20 dólares.

A platina seguiu a mesma trajetória, ao cair 1,19% para os 1.006,97 dólares, enquanto o paládio valoriza 0,12% para os 1.903,72 dólares. A prata recua 3,24% para 22,39 dólares.

O ouro foi penalizado pela subida do dólar e das "yields" do tesouro americano, numa altura em que, depois dos dados robustos do emprego, na semana passada, a Reserva Federal mantenha o aperto das taxas de juro por mais tempo. 

No mercado cambial, o euro desvaloriza em relação ao dólar, ao descer 0,26% para os 1,0508 dólares.

Já o índice dólar da Bloomberg, que compara a força da moeda norte-americana contra dez divisas rivais, valorizou 0,527%, para 105,072 pontos.

Juros agravam na Zona Euro, mas Itália alivia

Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro terminaram o dia a agravar, à exceção de Itália que aliviou ligeiramente.

Durante o fim de semana, o presidente do banco central francês, Francois Villeroy de Galhau, e o presidente do banco central alemão, Joachim Nagel, reiteraram numa entrevista que estavam determinados em "trazer a inflação para os 2% até ao final de 2024 ou 2025".

A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos - referência para a região - somou 2,6 pontos base para 1,873%, enquanto os juros da dívida pública italiana recuaram 1,2 pontos base para 3,738%.

Já os juros da dívida espanhola cresceram 1,9 pontos base para 2,866%, enquanto os juros da dívida francesa aumentaram 0,9 pontos base para 2,312%. Por cá, os juros da dívida pública portuguesa agravaram-se 0,6 pontos base para 2,777%.

Fora da Zona Euro, a "yield" da dívida britânica recuou 4,8 pontos base para 3,094%.

Índices europeus encerram sessão no vermelho

As praças europeias encerraram esta segunda-feira maioritariamente em terreno negativo, à medida que os investidores refreiam o otimismo em relação à política monetária adotada pelos principais bancos centrais.

O Stoxx 600 - que agrega as maiores empresas da Europa - recuou 0,41%, penalizado sobretudo pelo setor alimentar, que recuou 1,53%.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax recuou 0,56%, o francês CAC-40 desvalorizou 0,67%, o italiano FTSEMIB perdeu 0,3% e o espanhol IBEX 35 desceu 0,15%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,54%.

O português PSI e o o britânico FTSE 100 estiveram em contraciclo, ambos a avançarem 0,15%.

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