Europa pinta-se de vermelho com fracos resultados. Renault tombou 18%
Juros aliviam em toda a linha na Zona Euro
Dólar recupera com incerteza sobre juros e tensão geopolítica
Petróleo recua com impacto económico das tarifas a preocupar investidores
Ouro avança com tensão no Médio Oriente e tarifas no radar
Wall Street negoceia em alta. Índice de Preços no Produtor renova esperança de novos cortes de juros
Taxa Euribor desce a três, a seis e a 12 meses
Resultados trimestrais deixam Europa dividida. ASML afunda quase 8%
Petróleo negoceia praticamente inalterado
Juros agravam-se na Zona Euro. "Gilts" disparam após aumento da inflação no Reino Unido
Ouro avança apesar de Fed mais cautelosa
Euro com manhã forte como resposta aos índices de inflação
Inflação nos EUA deixa Ásia incerta. Europa aponta para o vermelho
Europa pinta-se de vermelho com fracos resultados. Renault tombou 18%
Os principais índices europeus fecharam novamente no vermelho, pela quarta sessão consecutiva, após uma série de resultados dececionantes ter pressionado os investidores. Além disso, a notícia de que o Presidente norte-americano, Donald Trump, poderia demitir o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, também afetou o sentimento, apesar de esta já ter sido, entretanto, desmentida pelo republicano.
O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – cedeu 0,57% para os 541,84 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX perdeu 0,21%, o italiano FTSEMIB cedeu 0,40%, o francês CAC-40 caiu 0,57%, o britânico FTSE 100 recuou 0,13% e o holandês AEX registou perdas de 2,29%. Já o espanhol IBEX 35 foi o único a valorizar, ainda que de forma modesta, tendo ganho 0,08%.
A pressionar os índices estiveram, sobretudo, resultados empresariais que não corresponderam às expectativas do mercado. A ASML – que atua no setor dos semicondutores -, por exemplo, tombou mais de 11%, tendo levado a uma forte desvalorização da bolsa de Amesterdão, depois de aquela que é uma das maiores empresas europeias ter recuado na sua previsão de crescimento para o próximo ano devido a disputas comerciais.
Por sua vez, a fabricante de automóveis francesa Renault afundou mais de 18%, a sua maior queda em mais de cinco anos, depois de ter revisto em baixa as suas perspetivas para as margens.
Analistas citados pela Bloomberg esperam uma queda de 4,8% nos lucros do segundo trimestre para as empresas do índice MSCI Europe.
Quanto aos setores, o tecnológico (-2,18%) e o automóvel (-1,81%) registaram o pior desempenho, enquanto o dos serviços financeiros (+0,40%) e as seguradoras (+0,52%) tiveram as subidas mais expressivas.
Entre outros movimentos do mercado, a Partners Group Holding subiu cerca de 5%, depois de a empresa suíça de private equity ter apresentado uma melhoria nos ativos sob gestão no primeiro semestre.
Juros aliviam em toda a linha na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro aliviaram em toda a linha esta quarta-feira, com os investidores a reforçarem posições em ativos-refúgio, num dia em que a maioria das principais praças europeias fecharam com desvalorizações pela quarta sessão consecutiva.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, aliviaram 2,6 pontos-base, para 3,116%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento caiu 2,1 pontos, para 3,294%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa decresceu 2,7 pontos-base para 3,377%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, aliviaram 2,5 pontos para 2,685%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas, também a dez anos, seguiram a tendência inversa e fecharam o dia com uma subida de 1,5 pontos-base para 4,637%.
Dólar recupera com incerteza sobre juros e tensão geopolítica
O dólar recupera terreno esta quarta-feira, impulsionado pela procura por ativos de refúgio num contexto de crescente tensão comercial e geopolítica. A ameaça de novas tarifas por parte de Donald Trump e os dados económicos mistos nos Estados Unidos aumentam a incerteza quanto ao rumo da política monetária da Reserva Federal, favorecendo a divisa norte-americana.
A esta hora, o índice do dólar DXY, que mede a força do dólar face a um cabaz de moedas, avança 0,24%, para os 98,856 pontos.
O euro recua 0,25% face à moeda dos EUA, negociando nos 1,1572 dólares. Contra o iene japonês, o dólar desce 0,13%, para os 148,68 ienes. Em relação ao franco suíço, a divisa norte-americana sobe 0,42%, para os 0,8051 francos. A libra esterlina valoriza 0,07%, fixando-se nos 1,339 dólares.
A pressão sobre as principais moedas acontece num momento em que os investidores seguem atentos às negociações comerciais entre os EUA e os seus parceiros e aguardam novas pistas sobre os próximos passos da Fed.
Petróleo recua com impacto económico das tarifas a preocupar investidores
Os preços do petróleo estão a cair esta quarta-feira, à medida que os investidores ponderam os efeitos de uma possível desaceleração económica causada pela guerra comercial entre os Estados Unidos e vários parceiros. A pressão das tarifas sobre as perspetivas de crescimento global está a ofuscar sinais positivos vindos da China, que apontam para uma recuperação da procura.
A esta hora, o Brent desvaloriza 1,00% para 68,02 dólares por barril e o WTI recua 1,19% para 65,73 dólares.
Apesar da expectativa de maior consumo durante o verão no hemisfério norte, o endurecimento da política comercial norte-americana continua a pesar. Donald Trump ameaçou impor tarifas de 30% sobre importações provenientes da União Europeia a partir de 1 de agosto, uma medida que Bruxelas considera “absolutamente inaceitável” e que poderá levar a contramedidas de 72 mil milhões de euros sobre exportações dos EUA.
“A mais recente ofensiva dos EUA contra a Rússia não reavivou os receios de uma perturbação prolongada da oferta, e como resultado o petróleo continuou a deslizar”, comentou Tamas Varga, analista da PVM, numa nota citada pela Reuters.
Por outro lado, a China dá sinais de resiliência. Segundo o Barclays, a procura chinesa por petróleo aumentou cerca de 400 mil barris por dia no primeiro semestre, face ao mesmo período do ano passado, para um total de 17,2 milhões de barris por dia. As refinarias estatais estão a aumentar a produção após manutenções, num esforço para repor os níveis baixos de diesel e gasolina.
O relatório mensal da OPEP+ também contribuiu para limitar as perdas, ao prever um melhor desempenho económico global na segunda metade do ano, impulsionado pelas economias emergentes como o Brasil, a China e a Índia.
No entanto, dados do American Petroleum Institute indicaram um aumento inesperado nos inventários norte-americanos na última semana, incluindo subidas nos stocks de crude, gasolina e destilados, o que poderá reforçar as pressões sobre os preços no curto prazo.
Ouro avança com tensão no Médio Oriente e tarifas no radar
O ouro segue em subida ligeira esta quarta-feira, sustentado pelo aumento das tensões geopolíticas e comerciais, num contexto de maior procura por ativos de refúgio. A escalada do conflito no Médio Oriente ganhou novo fôlego após um ataque aéreo israelita atingir uma zona próxima do palácio presidencial em Damasco, capital da Síria, segundo a Reuters. Ao mesmo tempo, a ameaça de novas tarifas por parte de Donald Trump está a alimentar a incerteza nos mercados.
O metal precioso valoriza 0,05% para 3.326,23 dólares por onça, depois de ter tocado máximos de três semanas. “Continuamos com fatores geopolíticos no topo da agenda, com os ataques israelitas e os EUA a adotarem uma postura mais agressiva nas tarifas. Há claramente mais incerteza nos mercados”, afirmou Jim Wyckoff, analista da Kitco Metals, à Reuters.
No plano comercial, Trump confirmou na terça-feira uma tarifa de 19% sobre bens oriundos da Indonésia, enquanto a Comissão Europeia prepara uma resposta que pode abranger 72 mil milhões de euros em produtos norte-americanos, caso as negociações com Washington falhem.
O ouro também beneficiou de indicadores económicos mais fracos nos EUA. Os preços na produção ficaram estagnados em junho, após uma subida de 0,3% em maio. Estes dados surgem após uma aceleração dos preços ao consumidor, que aumentaram 0,3% em junho. A combinação reforça a ideia de que a Fed poderá manter a atual política monetária, sem cortes iminentes nas taxas de juro.
Entre os restantes metais preciosos, a prata recua 0,45% para 37,94 dólares por onça, enquanto a platina ganha 1,76% para 1.392,65 dólares.
Wall Street negoceia em alta. Índice de Preços no Produtor renova esperança de novos cortes de juros
Os principais índices norte-americanos negoceiam com ganhos a esta hora, depois de dados referentes à inflação nos preços do produtor nos Estados Unidos (EUA) reforçarem a hipótese de a Reserva Federal (Fed) poder vir a reduzir as taxas de juro este ano. De resto, os investidores continuam a analisar de perto a divulgação de resultados trimestrais do setor financeiro.
O S&P 500 ganha 0,20% para os 6.255,96 pontos, o Dow Jones avança 0,26% para 44.139,78 pontos e o Nasdaq Composite soma 0,10% para 20.697,53 pontos.
Os mercados aumentaram ligeiramente as apostas quanto a cortes das taxas diretoras por parte da Fed este ano, com os investidores a projetarem, de acordo com a Bloomberg, cerca de duas reduções das taxas antes do final do ano.
O índice de preços no produtor manteve-se inalterado em junho em relação ao mês anterior, após um aumento revisto em alta de 0,3% em maio.
“Não houve inflação no produtor em junho, e o aumento de 0,3% em maio foi compensado pela queda de 0,3% em abril, para não falar da queda em março”, disse à Bloomberg Chris Low da FHN Financial. “Quatro meses sem inflação dos preços no produtor seriam invulgares em qualquer circunstância, mas durante a implementação das tarifas, é notável”, acrescentou o especialista.
Ainda assim, o aumento do Índice de Preços no Consumidor em junho, divulgada na terça-feira, mantém os investidores cautelosos quanto ao impacto das tarifas na saúde da maior economia mundial e nos resultados das empresas.
No plano empresarial, a apresentação de resultados sólidos de gigantes do setor financeiro dos EUA, incluindo o Goldman Sachs (+0,36%), o Bank of America (+0,14%) e o Morgan Stanley (-2,22%), seguem a alimentar o otimismo quanto à capacidade do setor para navegar na incerteza gerada pelas tarifas de Trump.
Quanto às “big tech”, a Nvidia sobe 0,23%, a Alphabet ganha 0,65%, a Amazon desvaloriza 0,97%, a Microsoft perde 0,37%, a Meta recua 0,48% e a Apple soma 0,77%.
Taxa Euribor desce a três, a seis e a 12 meses
A taxa Euribor desceu a três, a seis e a 12 meses em relação a terça-feira e manteve-se acima de 2% nos três prazos.
Com as alterações desta quarta-feira, a taxa a três meses, que recuou para 2,021%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,069%) e a 12 meses (2,089%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, desceu, ao ser fixada em 2,069%, menos 0,010 pontos do que na terça-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a maio indicam que a Euribor a seis meses representava 37,75% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,32% e 25,57%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também baixou, ao ser fixada em 2,089%, menos 0,019 pontos.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses caiu, para 2,021%, menos 0,021 pontos do que na sessão anterior.
As médias mensais da Euribor voltaram a cair em junho nos dois prazos mais curtos, menos intensamente do que nos meses anteriores e de forma mais acentuada a três meses.
Já a 12 meses, a média mensal da Euribor manteve-se em 2,081%.
A média da Euribor em junho desceu 0,103 pontos para 1,984% a três meses e 0,066 pontos para 2,050% a seis meses.
Na última reunião de política monetária em 04 e 05 de junho, em Frankfurt, o Banco Central Europeu (BCE) desceu as taxas de juro em 0,25 pontos base, tendo a principal taxa diretora caído para 2%.
Esta descida foi a oitava desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024 e, segundo os analistas, deverá ser a última deste ano.
A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 23 e 24 de julho em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Resultados trimestrais deixam Europa dividida. ASML afunda quase 8%
As principais praças europeias arrancaram a sessão desta quarta-feira divididas entre ganhos e perdas, depois de uma série de empresas terem revisto em baixa as expectativas de crescimento para este e para o próximo ano. O sentimento da negociação está ainda a ser influenciado pelo crescimento da inflação no Reino Unido, que acelerou para os 3,6% em junho – quando as expectativas eram que os preços crescessem apenas 3,4%.
Neste contexto, o Stoxx 600, "benchmark" para a negociação europeia, recua 0,15% para 544,11 pontos, com o setor automóvel e tecnológico a pesar. A fabricante de automóveis Renault e a produtora de "chips" ASML estão a ditar o sentido de negociação do principal índice da região, numa altura em que se mostram mais pessimistas em relação ao futuro – com a tecnológica a não garantir um crescimento nos lucros para 2026, citando o impacto das tarifas de Trump e da incerteza global nos seus resultados.
A esta hora, a ASML cede 7,52% para 653 euros. No segundo trimestre do ano, a empresa registou lucros de 2,3 mil milhões de euros - um resultado que ficou ligeiramente abaixo do registado no arranque de 2025, mas acima das previsões do mercado. Já para o terceiro trimestre, a tecnológica espera alcançar receitas entre 7,4 e 7,9 mil milhões de euros - um valor que fica aquém das expectativas dos analistas, que apontavam para mais de 8 mil milhões.
Por sua vez, a Renault afunda 14,81% para 35,14 euros, tendo chegado a cair 15,68%, depois de a fabricante automóvel ter revisto em baixa as suas margens operacionais de 7% para 6,5% para o resto do ano. A empresa disse ainda esperar um free cash-flow (lucro após despesas operacionais e investimentos) entre os mil milhões e os 1,5 mil milhões de euros, abaixo dos dois mil milhões de euros anteriormente projetados - o que levou os analistas do Deutsche Bank a reduzirem as expectativas para a empresa em bolsa.
Com o foco nos resultados trimestrais das empresas, os analistas estão com cada vez mais dificuldade em antecipar um cenário geral para as empresas europeias. Tudo devido à incerteza tarifária que se vive neste momento. "É muito difícil prever alguma coisa agora. Para alguns setores, o pessimismo já está incorporado no preço das ações; mas, para outros, ainda não foi tido em conta uma possível desaceleração económica na China", explica Susana Cruz, estratega da Panmure Liberum, à Bloomberg.
Entre as principais praças da região, Madrid avança 0,44%, Frankfurt negoceia praticamente inalterada com ganhos de 0,04%, Londres ganha 0,10% e Milão cresce 0,14%. Por sua vez, Paris cede 0,15% e Amesterdão cai 1,06% - pressionada, em grande parte, pela queda da ASML.
Petróleo negoceia praticamente inalterado
O preço do petróleo de referência para os Estados Unidos valoriza ligeiramente após dois dias de quedas. Já o preço de referência para a Europa está praticamente inalterado.
O West Texas Intermediate (WTI) – de referência para os Estados Unidos – sobe 0,18%, para 66,64 dólares por barril. Já o Brent – de referência para a Europa – valoriza 0,03% para 68,69 dólares por barril.
Os investidores estarão atentos aos dados oficiais das reservas dos Estados Unidos, que serão divulgados esta quarta-feira, com particular atenção aos destilados – que incluem o diesel – e que atingiram recentemente o nível mais baixo desde 2005, refere a Bloomberg. Uma estimativa da indústria norte-americana mostra um pequeno aumento nos ‘stocks’ de crude.
“A curto prazo, os riscos de preço para o crude ainda apontam para uma subida", disse Robert Rennie, chefe de pesquisa de ‘commodities’ e carbono do Westpac Banking Corp, citado pela agência de notícias, referindo que os estoques globais estão agora a aumentar com o aumento da produção.
Os preços do Brent variaram este ano entre os 85 dólares e os 60 dólares por barril, ao sabor dos receios de uma recessão global, alimentados pela guerra comercial, pelo conflito no Médio Oriente e das decisões da OPEC+. Desde o início do ano, o Brent recuou 7,94%, enquanto o WTI caiu 7,06%.
Juros agravam-se na Zona Euro. "Gilts" disparam após aumento da inflação no Reino Unido
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a agravar-se esta quarta-feira, com os cupões da região a acompanharem o movimento, embora em menor escala, da "yield" das "Gilts" britânicas. O movimento justifica-se com o aceleramento acima do previsto da inflação no Reino Unido, com os preços a crescerem 3,6% em junho, contra os 3,4% antecipado pelos analistas e pelo Banco de Inglaterra.
A inflação cifra-se, assim, no valor mais elevado desde janeiro de 2024, um crescimento influenciado, em grande medida, pelo aumento dos preços alimentares e dos combustíveis. Apesar de a inflação estar bastante acima da meta de 2% definida pelo banco central do país – o que contrasta com o cenário da Zona Euro –, o Banco de Inglaterra antecipa que esta subida de preços seja temporária, arrefecendo até ao final do ano.
Neste contexto, os juros das "Gilts" britânicas a dez anos disparam 4,2 pontos base para 4,664% e a "yield" das obrigações alemãs com a mesma maturidade – de referência para a Zona Euro – cresce 1,1 pontos para 2,721%. Pela França, o cupão da dívida soberana avança 0,9 pontos para 3,413%, enquanto a rendibilidade dos títulos italianos sobe 1 ponto para 3,325%.
Pela Península Ibérica, os juros da dívida portuguesa seguem a aumentar 0,7 pontos base 3,149%, enquanto os das dívida espanhola sobem 1 ponto para 3,325%.
Ouro avança apesar de Fed mais cautelosa
O preço do ouro está a valorizar esta quarta-feira, apoiado num dólar mais fraco e numa menor exposição dos investidores a títulos da dívida norte-americana. Estes movimentos acontecem depois de a leitura da inflação de junho nos EUA ter demonstrado um impacto inicial das tarifas de Donald Trump nos preços, numa altura em que se aproxima o dia escolhido pelo Presidente da maior economia do mundo para a implementação de uma leva de tarifas que vão afetar uma série de países, desde os Estados-Membros da União Europeia (UE) à Indonésia e ao México.
"Muitos países ainda estão a negociar com os EUA um acordo comercial. Ainda há muitas incertezas no mercado e muitos investidores estão à procura de ativos de refúgio", explica Brian Lan, diretor-geral da GoldSilver Central, à Reuters. Apesar de ter ameaçado Bruxelas com tarifas de 30%, Donald Trump mostrou-se aberto para negociar com os 27, depois de a UE ter revelado que tem uma lista de contramedidas no valor de 72 mil milhões, caso as duas partes não cheguem a acordo.
A esta hora, o ouro avança 0,38% para para 3.337,35 dólares por onça, aproximando-se mais um pouco dos máximos históricos alcançados em abril – mês em que chegou a tocar nos 3.500 dólares. A maioria dos analistas acredita que o metal precioso vai manter o bom desempenho até ao final do ano, atingindo novos recordes, apoiado numa corrida ao ouro por parte de bancos centrais e endurecimento das tensões geopolíticas e comerciais a nível mundial.
No entanto, a flexibilização da política monetária da Reserva Federal (Fed) – ambiente no qual o metal tende a valorizar, uma vez que não rende juros – não parece, para já, um cenário em cima da mesa. A leitura mais recente da inflação nos EUA mostra os preços a acelerarem, embora dentro das expectativas, o que fragiliza a posição do banco central e pode deixar a autoridade monetária ainda mais cautelosa. O presidente da Fed de Dallas já deu a entender esse caminho, indicando que a entidade vai precisar de deixar os juros inalterados para combater o aumento dos preços.
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