Europa termina melhor semana desde maio com esperanças por um cessar-fogo na Ucrânia
Investidores afastam-se de obrigações e juros da dívida da Zona Euro agravam-se
Dólar desce com escolha de governador da Fed mais alinhado com Trump
Petróleo encaminha-se para maiores perdas semanais desde junho
Wall Street arranca no verde. Corte da Fed e cessar-fogo na Ucrânia em foco
Europa a caminho de melhor semana desde maio. Índices negoceiam com maioria de ganhos
Juros agravam-se em toda a linha na Zona Euro
Euro cede ligeiramente mas pode estar a caminho de máximos de quatro anos
Ouro regista ganhos contidos com foco em corte de juros pela Fed
Petróleo a caminho da maior queda semanal desde junho
Bolsa de Tóquio fecha com ganhos. Europa aponta ao verde
Ouro recua na sessão apesar de estar em máximos nos futuros devido a tarifas dos EUA
Europa termina melhor semana desde maio com esperanças por um cessar-fogo na Ucrânia
As bolsas europeias terminaram a última sessão da semana sem tendência definida, com as principais praças do Velho Continente a encerrarem entre perdas e ganhos. Ainda assim, o Stoxx 600, índice de referência europeu, termina a melhor semana desde inícios de maio. A impulsionar o sentimento de mercado estão sobretudo as esperanças dos investidores por um acordo de cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia, que deverá ser discutido num encontro entre Vladimir Putin e Donald Trump nos próximos dias.
"Um cessar-fogo seria uma notícia positiva e as recentes notícias sobre uma cimeira entre Trump e Putin têm sido favoráveis para as ações europeias e para o euro", afirmou Rajeev De Mello, da Gama Asset Management SA, à Bloomberg. Ainda assim, "houve muitos falsos começos, por isso continuo prudente quanto às hipóteses de sucesso", acrescentou.
Há ainda um otimismo generalizado de que as empresas do bloco europeu estão a conseguir absorver os impactos das tarifas nos seus resultados trimestrais. "Os comentários das empresas indicam que, até agora, têm sido bastante flexíveis em gerir o impacto das tarifas", disse o estratega do Barclays, Emmanuel Cau, à Bloomberg, mas acrescenta que este cenário não significa que a incerteza sobre as tarifas tenha desaparecido.
O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – ganhou 0,19% para os 547,08 pontos, impulsionado pelos setores da banca e das matérias primas. Já as seguradoras e as ações ligadas aos media impediram o "benchmark" de maiores avanços. Na semana, acumulou um ganho de mais de 2%.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX perdeu 0,12%, o holandês AEX deslizou 0,13% e o britânico FTSE 100 recuou 0,06%. Do lado dos ganhos, o espanhol IBEX 35 somou 0,91%, o italiano FTSEMIB ganhou 0,56% e o francês CAC-40 avançou 0,44%.
As ações da Suíça conseguiram recuperar das quedas iniciais desta semana, numa altura em que o país procura alcançar mais negociações comerciais com os EUA. O SMI fechou com uma valorização de 0,3% esta semana.
Os investidores vão continuar focados nos desenvolvimentos das tarifas recíprocas, que entraram esta quinta-feira em vigor. Por exemplo, nas taxas sobre as farmacêuticas, que Trump ameaçou chegar aos 250%.
Nos movimentos empresariais, a Munich Re perdeu 7,2% após ter revisto em baixa o "guidance" para os lucros anuais.
A Novo Nordisk subiu 4,6%, após a Intron elevar a classificação das ações da farmacêutica.
A Lotus Bakeries teve o seu melhor dia em 18 meses, ao pular quase 11%, depois de um crescimento nas vendas que levou revisões em alta por parte de casas de investimento.
Investidores afastam-se de obrigações e juros da dívida da Zona Euro agravam-se
Os juros da dívida soberana da Zona Euro agravaram-se esta sexta-feira, numa altura em que os investidores parecem estar a recorrer menos a obrigações como ativo.
A preferência por ativos de risco, como as ações, acontece numa altura em que se coloca em cima da mesa um cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia, já que Vladimir Putin e Donald Trump têm encontro marcado para os próximos dias.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, agravaram-se em 5 pontos-base, para 3,080%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento subiu 5,2 pontos, para 3,250%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa cresceu 5,3 pontos-base para 3,347%, enquanto os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, avançaram 5,9 pontos para 2,687%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguiram a mesma tendência e agravaram-se em 5,5 pontos-base para 4,599%, um dia depois de o Banco de Inglaterra ter avançado com um novo corte de juros nas taxas diretoras, apesar de quatro dos nove governadores do banco central terem-se mostrado favorável a deixar os juros inalterados.
Dólar desce com escolha de governador da Fed mais alinhado com Trump
O dólar desce contra um cabaz das principais rivais, já que a escolha temporária do Presidente dos EUA, Donald Trump, para o conselho de governadores da Reserva Federal (Fed) alimentou as expectativas de uma escolha mais dovish - favorável a cortes de taxas de juro - para substituir Jerome Powell quando o seu mandato terminar, em maio.
A escolha temporária de Stephen Miran, presidente do Conselho de Consultores Económicos da Casa Branca, surge num momento em que há uma grande preocupação com a desaceleração da economia norte-americana, sobretudo no mercado de trabalho, que consequentemente aumenta as apostas em cortes das taxas de juros pela Fed. A Casa Branca procura por um substituto permanente.
O índice do dólar recua 0,2% para 98,20 pontos. No acumulado da semana, a "nota verde" recuou 0,6% em relação aos principais pares. O euro está a perder modestos 0,09% para 1,1656 dólares. Face à divisa nipónica, o dólar sobe 0,42% para 147,76 ienes.
"De muitas formas, a escolha reforça o que já sabíamos: estamos agora a olhar para uma Fed muito mais política e muito menos independente", disse Michael Brown, da Pepperstone, à Reuters.
Os analistas consultados pela agência dizem ainda que Miran deverá assumir uma posição dovish e pressionar por grandes cortes das taxas de juro - e que isso efetivamente aconteça porque Trump lhe pediu. Ainda assim, há quem acredite que a independência do banco central permaneça intacta.
Destaque ainda para a libra que atingiu máximos de duas semanas para 1,3451 dólares, estendendo os ganhos de quinta-feira, quando o Banco da Inglaterra cortou as taxas de juros, mas após uma votação renhida, onde quatro dos nove governadores preferiam manter os juros, o que indica que há alguma falta de convicção na tendência de flexibilização. A libra está a caminho do melhor desempenho semanal desde o final de junho.
Ouro recua na sessão apesar de estar em máximos nos futuros devido a tarifas dos EUA
O ouro recua na sessão desta sexta-feira, mesmo após os futuros em Nova Iorque terem renovado máximos históricos com a notícia de que os Estados Unidos impuseram tarifas sobre a importação de barras de 1kg. A esta hora, o “spot” desce 0,32% para 3.385,46 dólares por onça, enquanto o contrato de dezembro nos EUA sobe 0,7% para 3.476,70 dólares, depois de tocar um recorde de 3.534,10 dólares.
Segundo o Financial Times, citado pela Reuters, a decisão, comunicada pela alfândega norte-americana a 31 de julho, reclassifica as barras de 1kg e 100 onças para um código aduaneiro com tarifas mais elevadas, ampliando o diferencial entre futuros e “spot” para mais de 100 dólares. “Assumindo que as tarifas se mantêm, espera-se que os preços no mercado "spot" subam, reduzindo a diferença face aos futuros”, disse Ricardo Evangelista, da ActivTrades.
A Suíça, maior centro de refinação e principal exportador de ouro para os EUA, está entre os países mais afetados pela nova vaga de tarifas impostas por Donald Trump. Para Ole Hansen, do Saxo Bank, “o preço “spot” de Londres mantém-se como a fonte mais fiável do valor real do ouro”, mas será preciso quebrar a barreira dos 3.450 dólares para sair da faixa onde se encontra desde abril.
A prata avança 0,94% para 38,66 dólares e a platina perde 0,73% para 1.330,74 dólares.
Petróleo encaminha-se para maiores perdas semanais desde junho
Os preços do petróleo recuam esta sexta-feira, num dia em que se mantêm próximos dos mínimos da semana e caminham para as maiores quedas semanais desde o final de junho, penalizados pelo impacto das tarifas norte-americanas e pela expectativa de um possível encontro entre Donald Trump e Vladimir Putin.
O WTI desce 1,03% para 63,22 dólares por barril, enquanto o Brent recua 0,72% para 65,95 dólares. Ao longo da semana, o Brent acumula uma perda de cerca de 4,4% e o WTI de 4,9%, depois de seis sessões consecutivas de quedas. De acordo com a Reuters, o petróleo caminha para a maior queda semanal desde o final de junho. Por sua vez, a Bloomberg afirma que esta é a série de quedas mais longa desde maio.
As tensões comerciais intensificaram-se após Trump ter duplicado as tarifas sobre todas as importações indianas para 50%, em retaliação pela compra de crude russo. O presidente norte-americano admitiu ainda poder aplicar tarifas semelhantes à China, principal compradora de petróleo da Rússia. Entretanto, a China rejeitou as críticas dos EUA e sublinha que as relações com Moscovo são legítimas, voltando a defender as importações de petróleo russo.
Segundo a Reuters, o Kremlin anunciou que Putin e Trump poderão reunir-se nos próximos dias, aumentando as especulações sobre uma solução diplomática para a guerra na Ucrânia. No entanto, analistas como Tamas Varga, da PVM, alertam que “não se espera um avanço significativo”, mantendo-se a possibilidade de sanções secundárias contra países que comercializem energia russa.
Além da geopolítica, o mercado reage também à perspetiva de um excesso de oferta no final do ano, após a decisão da OPEP+ de aliviar os cortes de produção e aos sinais de abrandamento económico nos EUA, que ameaçam reduzir a procura por energia.
Wall Street arranca no verde. Corte da Fed e cessar-fogo na Ucrânia em foco
As bolsas norte-americanas arrancaram em ligeira alta na última sessão de uma semana impactada pelas tarifas de Donald Trump, já que as taxas "recíprocas" entraram ontem em vigor. O foco dos mercados parece estar ainda nos futuros movimentos da Reserva Federal (Fed) quanto à política monetária e nos resultados empresariais sólidos do último trimestre.
"Os resultados do segundo trimestre confirmam que a resiliência das empresas continua. No geral, as margens têm-se mantido estáveis, enquanto os comentários das empresas indicam que estas têm sido, em grande parte, flexíveis na gestão do impacto das tarifas até agora", afirmaram os estrategas do Barclays, liderados por Emmanuel Cau, à Bloomberg. "Isto não significa que a incerteza em relação às tarifas tenha desaparecido completamente, dado que a política de Trump continua errática", acrescentaram.
O S&P 500, que caminha para o maior ganho semanal em cinco semanas, sobe 0,29% para 6.358,28 pontos. O Nasdaq Composite avança 0,22% para 21.288,64 pontos e o Dow Jones 0,3% para 44.100,94 pontos.
O banco central norte-americano poderá estar a preparar um corte de juros na reunião de setembro, de forma a apoiar a maior economia do mundo que se encontra fragilizada, sobretudo o mercado de trabalho que nos últimos três meses deu sinais de abrandamento. A contínua incerteza em relação às tarifas tem levado a que vários empresários alertem os seus clientes para o risco de uma retração no curto prazo.
O mercado está também a reagir à escolha de Trump para substituir Adriana Kugler no conselho de governadores da Fed. O nome Stephen Miran surge, de certa forma, como um alívio para os investidores, já que é conhecido por defender a política de Trump de cortes de impostos. Há, ainda assim, uma preocupação entre os especialistas sobre a independência do banco central, cada vez mais pressionado pelo Presidente dos EUA.
"A realidade é que um Presidente não pode forçar o líder do banco central a renunciar ou exercer qualquer pressão adicional para que os governadores forcem a redução das taxas. Trata-se de colocar no poder pessoas que serão mais moderadas e, em última análise, levar a cortes maiores nas taxas de juro, sejam eles justificados ou não", disse Phil Blancato, CEO da Ladenburg Thalmann Asset Management, à Reuters.
Donald Trump disse ainda que esta sexta-feira é a data limite para que a Rússia aceite avançar com um cessar-fogo na Ucrânia. Vladimir Putin e Trump deverão reunir-se na próxima semana, alimentando as expectativas dos mercados por "tréguas" entre as duas partes em guerra há mais de dois anos.
Entre os principais movimentos de mercado, a Intel sobe 0,9% depois de o CEO da empresa ter respondido pela primeira vez aos ataques do Presidente dos EUA, Donald Trump.
Destaque ainda para a Tesla: a fabricante automóvel dispensou a equipa Dojo, ligada à inteligência artificial, e o executivo à frente do projeto vai deixar a empresa. As ações sobem 2,25%.
O Pinterest cede mais de 11%, já que não atingiu as estimativas dos analistas em relação aos lucros do segundo trimestre.
Europa a caminho de melhor semana desde maio. Índices negoceiam com maioria de ganhos
Os principais índices europeus negoceiam com ganhos esta manhã e seguem a caminho da melhor semana desde maio, entre o otimismo de que os lucros das cotadas da região estão a resistir às tarifas dos EUA e às esperanças de um possível cessar-fogo na Ucrânia.
O índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – ganha 0,27% para os 547,50 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX perde 0,10% e o holandês AEX desliza 0,01%, os únicos dois índices a caírem a esta hora. Já o espanhol IBEX 35 soma 0,73%, o italiano FTSEMIB ganha 0,69%, o francês CAC-40 avança 0,20% e o britânico FTSE 100 valoriza 0,09%.
Com as cotadas que representam 98% da capitalização bolsista no índice MSCI Europe a já terem reportado resultados, os lucros do segundo trimestre aumentaram 1,6%, superando as expectativas do mercado de um declínio de 4,8%, de acordo com dados compilados pela Bloomberg Intelligence. “Os resultados das empresas indicam que, até agora, as têm sido bastante hábeis na gestão do impacto das tarifas”, disse à Bloomberg Emmanuel Cau, do Barclays. “Isso não significa que a incerteza tarifária tenha desaparecido completamente, uma vez que a política de Trump continua errática”, acrescentou.
Já no plano empresarial, o sentimento em relação às ações de empresas ligadas ao setor dos semicondutores foi impulsionado depois de a União Europeia (UE) ter confirmado na quinta-feira que o limite máximo de 15% das tarifas ainda se aplica às exportações de chips do bloco para os EUA.
Noutra linha, o principal índice suíço segue a recuperar das quedas iniciais, e ganha a esta hora 0,25%, à medida que o país prossegue com as negociações comerciais com os EUA numa tentativa de baixar as tarifas de 39% aplicadas sobre os produtos do país que entrem no mercado norte-americano.
Depois de registar a sua maior queda semanal em quase quatro meses, o índice de referência das ações europeias, Stoxx 600, recuperou esta semana, com os investidores a aguardarem pela possível reunião do presidente dos EUA, Donald Trump, com o líder russo, Vladimir Putin. Ainda não foi definida uma data, embora aquilo que poderá vir a ser a primeira cimeira entre os dois líderes desde 2018 sugira que se poderemos vir a assistir a progressos no sentido de um cessar-fogo na Ucrânia.
Entre os movimentos do mercado, fabricantes automóveis seguem a impulsionar este setor, que regista o segundo maior avanço (+0,91%) depois de os recursos naturais (+1,19%), numa altura em que a Stellantis, A Mercedes-Benz ou a Porsche valorizam mais de 1%. Por outro lado, a Rheinmetall regista ganhos de mais de 3%, depois de ontem ter sofrido perdas após os resultados da empresa de defesa terem ficado aquém da expectativa dos mercados.
Juros agravam-se em toda a linha na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro registam agravamentos em toda a linha esta sexta-feira, num dia em que os principais índices bolsistas do Continente registam avanços e os “traders” parecem aumentar as suas apostas nos ativos de risco.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, agravam-se em 1,4 pontos-base, para 3,044%. Em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento sobe 1,7 pontos, para 3,215%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa cresce 1,7 pontos-base para 3,311%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, avançam 2 pontos para 2,648%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, seguem a mesma tendência e agravam-se em 1,9 pontos-base para 4,563%, um dia depois de o banco de Inglaterra ter avançado com um novo corte de juros nas taxas diretoras.
Euro cede ligeiramente mas pode estar a caminho de máximos de quatro anos
O euro está a ceder ligeiramente face ao dólar esta sexta-feira, mas a perspetiva é para que a moeda americana dê a volta. Com a expectativa de que o BCE mantenha as taxas diretoras e a Reserva Federal prossiga com novos cortes, a moeda única do bloco europeu deve reanimar.
Os analistas consultados pela Bloomberg estão confiantes de que esta divergência coloque as negociações do euro face ao dólar em máximos de quatro anos, acima do que já foi atingido no início de julho.
Por cá, a moeda única cede 0,06% para os 1,1659 dólares. Já a libra permanece estável em relação ao dólar, depois do Banco de Inglaterra voltar aos cortes das taxas diretoras para 4%.
A subida perspetivada para o euro deve-se à diversificação de portfólio procurada por grande parte dos investidores, numa altura em que as tarifas de Donald Trump agitam os mercados globais e geram preocupações em relação ao impacto da economia dos Estados Unidos, que pode ser mais afetada do que os países que sofrem com as taxas aduaneiras.
Os dados do mercado de trabalho mostraram-se mais fracos do que o esperado, com as preocupações em relação à perda de força por parte da economia americana se reforçassem nos últimos dias, aumentaram as esperanças em relação a novos cortes das taxas de juro por parte de Jerome Powell.
O índice do dólar – que mede a força da divisa norte-americana face às principais rivais – perde a esta hora 0,24% para os 98,160 pontos.
Ouro regista ganhos contidos com foco em corte de juros pela Fed
O ouro segue a negociar com ganhos contidos esta manhã, com a subida a ser pressionada pela retirada de mais-valias, à medida que a incerteza comercial e política gerada pela entrada em vigor das tarifas faz o “metal amarelo” ganhar terreno, enquanto dados económicos do lado de lá do Atlântico vieram reforçar a expectativa de que a Fed avançe com um corte de juros já em setembro.
O metal amarelo ganha agora 0,04%, para os 3.397,620 dólares por onça.
As tarifas recíprocas do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre as importações de dezenas de países entraram em vigor na quinta-feira, deixando alguns dos seus principais parceiros comerciais, como a Suíça, Brasil e Índia, a procurar chegar a um acordo melhor com a Administração norte-americana.
Além disso, dados mais fracos sobre o mercado de trabalho dos EUA na semana passada reforçaram as expectativas de um corte nas taxas de juro pela Fed, com a ferramenta FedWatch do CME Group a indicar agora uma probabilidade de 91% de uma redução de 25 pontos base no próximo mês.
Depois de o relatório da semana passada ter revisto em forte baixa os dados de maio e junho, os pedidos iniciais de subsídio de desemprego nos EUA aumentaram em 7 mil para um total de 226 mil na última semana de julho, ficando bm acima das expectativas do mercado, que apontavam para um aumento mais moderado, de 221 mil pedidos.
Ainda no plano da política monetária, Trump disse na terça-feira que nomeará um novo governador da Fed até o final da semana, depois da saída de Adriana Kugler do cargo, à medida que continua a avaliar as opções que tem em cima da mesa para substituir o presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, quando este chegar ao fim do seu mandato durante o próximo ano.
Já depois de o Financial Times ter noticiado na quinta-feira que os Estados Unidos tinham imposto tarifas sobre as importações de barras de ouro de 1 kg, citando uma carta da Alfândega e Proteção de Fronteiras, os futuros de dezembro no mercado de Nova Iorque dispararam até aos 3.534,10 dólares por onça, um máximo histórico e que representa um prémio de cerca de 100 dólares face aos preços do metal amarelo no mercado à vista em Londres.
Petróleo a caminho da maior queda semanal desde junho
A guerra comercial travada pelo presidente dos Estados Unidos da América continua a fazer das suas. Os preços do petróleo estão a negociar em baixa esta sexta-feira, regressando às perdas após uma miragem positiva nas negociações de ontem. A manter-se o ritmo, esta será a maior queda semanal desde o fim de junho.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – perde a esta hora 0,94% para os 63,28 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a desvalorizar 0,81% para os 65,89 dólares por barril.
Na última de ronda de conversações entre Trump e o presidente russo, Vladimir Putin, aumentou a perspetiva em relação a uma possível flexibilização das sanções à Rússia, nomeadamente em lançar mais barris para o mercado, embora a última aplicação das tarifas tenha pesado no panorama económico.
As tarifas desta guerra comercial contra vários países parceiros dos Estados Unidos entraram em vigor na quinta-feira e levantaram preocupações sobre a possibilidade da atividade económica cair até ao fim do ano, o que iria afetar a procura por petróleo.
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