Wall Street fecha em queda com receio de endurecimento da Fed

Wall Street foi penalizada pelos bons números do emprego nos EUA, que dão força à Fed para continuar o caminho de endurecimento da política monetária. Apesar das quedas expressivas desta sexta-feira, o acumulado da semana teve saldo positivo.
wall street bolsa
Shannon Stapleton/Reuters
Fábio Carvalho da Silva 07 de Outubro de 2022 às 21:26

Os mais recentes números sobre o mercado no trabalho nos EUA afundaram Wall Street na última sessão da semana, com os principais índices bolsistas dos EUA a perder mais de 2%.

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Os números avançados pelo Departamento do Trabalho dos EUA, que dão conta de um mercado laboral robusto, deixam antecipar a manutenção da política monetária restritiva por parte da Reserva Federal norte-americana (Fed).

O industrial Dow Jones perdeu 2,11% para 29.296,79 pontos, depois de registar uma queda de 2,62% durante a sessão. Por sua vez, o S&P 500 caiu 2,80% para 3.639,66 pontos depois de derrapar 3,31% durante o dia.

Já o tecnológico Nasdaq Composite mergulhou 3,80%, aliviando de uma queda de 4,20%.

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Dez dos 11 principais setores do S&P 500 caíram mais de 1%, tendo o setor da tecnologia comandado as perdas. A energia foi o único setor que se manteve de pé, à conta da subida dos preços do petróleo.

A economia norte-americana criou mais 263 mil novos postos de trabalho, de acordo com os dados avançados esta sexta-feira pelo Bureau of Labor Statistics. O número fica acima das estimativas da Refintiv que apontavam para 250 mil. A taxa de desemprego recuou para 3,5% de 3,7%.

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Os investidores aumentaram as apostas no mercado monetário de que a Fed possa voltar a aumentar as taxas de juro em 75 pontos base na reunião que decorre no início de novembro.

"As taxas de juro chegaram a níveis extremos", defende Jim Paulsen, em declarações à Reuters. Para o estratega-chefe do Leuthold Group, "a Fed está a arriscar provocar danos na econonomia", um risco que para o especialista só pode ser explicado pela pressão sentida pelos membros do banco central.

Também Joseph LaVorgna, economista-chefe da SMBC Nikko Securities para o mercado norte-americano, partilha da mesma opinião. Para o especialista o mercado ainda não incorporou nos preços das ações o cenário de recessão.

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"Ainda não sentimos todos os efeitos [da política da Fed]". "O banco central vai continuar até o cenário mudar e quando isso acontecer já não será possível mudar o ímpeto", acrescenta, citado pela agência britânica.

Apesar das fortes quedas desta sexta-feira, os três principais índices conseguiram no acumulado da semana um saldo positivo, graças às duas primeiras sessões de outubro que protegeram os índices contra as três quedas consecutivas.

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