Europa no verde com "earnings season". Lisboa em máximos de 15 anos
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta quarta-feira.
- 1
- ...
Europa no verde com "earnings season". Lisboa em máximos de 15 anos
As bolsas europeias estão a registar valorizações esta manhã, à exceção das praças alemã e francesa, ainda que registem perdas ligeiras, numa sessão marcada pelos resultados trimestrais das cotadas do bloco.
"Os resultados empresariais europeus começaram esta época com expectativas muito baixas. Estamos a ver resultados acima do esperado, principalmente dos bancos, mas isso ainda não é suficiente para justificar um otimismo geral no mercado de ações europeu neste momento", disse Laura Cooper, da Nuveen, à Reuters.
A decisão da Reserva Federal de cortar as taxas de juro em 25 pontos-base, a anunciar hoje, está também a dar força às ações europeias, na véspera da reunião do Banco Central Europeu, que deverá manter os juros inalterados.
Mas, o que realmente está a dar força às ações europeias é o setor tecnológico dos EUA, que levou a que ontem Wall Street atingisse recordes. "O comércio de tecnologia dos EUA continuará a dominar o sentimento, e provavelmente precisaremos de um catalisador mais significativo na Europa para que os investidores voltem a abraçar essa narrativa de otimismo europeu", acrescentou.
Entretanto, o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu homólogo chinês, Xi Jinping, devem encontrar-se na Coreia do Sul esta quinta-feira para discutir e finalizar o acordo comercial entre as duas partes.
Esta manhã, o Stoxx 600 sobe 0,13% para 576,51 pontos, impulsionado pelos setores dos "basic resources", que avança 1,6%, e ainda pelo automóvel que soma 1,9%.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX perde 0,08%, o espanhol IBEX 35 soma 0,46%, o italiano FTSEMIB valoriza 0,43% e o neerlandês AEX ganha 0,72%. O francês CAC-40 cede apenas 0,01%, enquanto o britânico FTSE 100 soma 0,46%. Já a bolsa de Lisboa inverteu a tendência de abertura e sobe agora 0,55% para 9.394,54 pontos, máximos de quinze anos.
Entre os principais movimentos de mercado, a Mercedes salta 5,5% após ter divulgado margens mais fortes do que o esperado no principal negócio de automóveis.
A GSK valoriza 2% após a farmacêutica ter elevado as suas expectativas de vendas e lucros para este ano, enquanto a Straumann salta mais de 7% com o aumento nas vendas orgânicas do terceiro trimestre.
Já o Deutsche Bank soma mais de 2% após divulgar um aumento de 7% nos lucros do terceiro trimestre.
Juros da dívida europeia aliviam ligeiramente à espera da Fed e do BCE
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro aliviam embora de forma modesta esta quarta-feira, com os investidores na expectativa face às decisões de política monetária da Reserva Federal norte-americana (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE). A Fed deverá hoje anunciar um corte de 25 pontos base nas taxas federais, enquanto o BCE deverá optar amanhã por manter as taxas diretoras.
Mais do que as decisões, que os mercados já incorporaram, as atenções centram-se nas declarações do presidente da Fed, Jerome Powell, e da líder do BCE, Christine Lagarde, em busca de pistas sobre qual será o rumo a seguir nas próximas reuniões dos bancos centrais.
Os juros da dívida alemã a 10 anos, referência para o bloco da moeda única europeia, cedem 0,4 pontos abse, para 2,618%, enquanto em França o alívio é de 0,6 pontos, para 3,411%.
A "yield" da dívida portuguesa cede 0,4 pontos base, até aos 2,986%, enquanto no país vizinho a quebra é idêntica, para os 3,138%. Na dívida italiana, a rendibilidade cai 0,6 pontos base, fixando-se em 3,387%.
Euro inverte ganhos face ao dólar e ganha frente à libra e franco suíço
O euro está esta quarta-feira a perder terreno face ao dólar, depois de ter estado a negociar com ganhos na sessão anterior. Por volta das 8h45, a moeda única europeia estava a desvalorizar 0,20%, para 1,1628 dólares.
Em sentido contrário, a divisa europeia está a registar ganhos face à moeda britânica, com um ganho de 0,26%, para 0,8803 libras esterlinas. A valorização acontece numa altura em que a moeda britânica está ainda a registar perdas depois de órgão que fiscaliza as finanças do Reino Unido se ter mostrado mais pessimista em relação ao crescimento da economia britânica. A libra está também a cair 0,46%, para 1,3211 dólares.
O euro está ainda a ganhar 0,26%, para 0,9269 francos suíços. Já frente à divisa do Japão – que recentemente discutiu a volatilidade na taxa de câmbio com os Estados Unidos e veio amenizar as preocupações sobre uma política orçamental e monetária mais expansionista no país –, o euro está a perder 0,06%, para 177,1300 ienes. Por sua vez, o dólar está a subir 0,14%, para 152,3300 ienes.
.
Ouro salta mais de 1% e regressa aos 4 mil dólares à boleia da flexibilização monetária
Os preços do ouro estão a saltar mais de 1%, recuperando após três dias de quedas em que acumulou uma desvalorização de 4%, antes de a Reserva Federal dos EUA cortar as taxas de juro em 25 pontos-base, como antecipa o mercado. Por norma, a descida dos juros federais aumenta o apelo pelo ouro, que não rende juros e faz os preços do dólar subirem.
O metal amarelo soma 1,38% para 4.006,77 dólares por onça, de novo acima da barreira psicológica dos 4.000 dólares. Na sessão anterior, atingiu mínimos de três semanas.
Apesar de o corte ser dado como certo, o presidente do banco central deverá dar poucas pistas sobre os próximos passos da Fed. O mercado estará ainda de olho no encontro entre os líderes das duas maiores economias do mundo, EUA e China, esta quinta-feira. Donald Trump e Xi Jinping deverão discutir o acordo comercial e finalizar o documento iniciado neste fim de semana.
"O progresso nas negociações comerciais entre os EUA e a China continua a minar a procura por ativos de refúgio, como o ouro, que prolongou uma retração à medida que a tensão diminuiu. Os declínios recentes podem oferecer uma oportunidade para os bancos centrais aumentarem as compras", disse o ANZ, citado pela Reuters.
Os preços poderão ainda estar a subir devido ao fim de uma tomada de mais-valias do metal amarelo, que recuou dos máximos históricos atingidos a 20 de outubro, nos 4.381,21 dólares por onça.
Petróleo recupera ligeiramente antes de Fed cortar juros
Os preços do petróleo estão a recuperar ligeiramente esta quarta-feira, depois de tês dias de queda, à medida que os investidores avaliam o impacto das sanções dos EUA e da UE aos produtores de petróleo russos, bem como os números dos "stocks" de crude norte-americano e o corte das taxas de juro pela Reserva Federal.
O West Texas Intermediate (WTI), que serve de referência para os EUA, sobe 0,35% para 60,36 dólares por barril, enquanto o Brent, de referência para o bloco europeu, ganha 0,39% para 64,65 dólares por barril.
O presidente dos EUA, Donald Trump, vai aplicar novas sanções contra Moscovo para pressionar Vladimir Putin a negociar o fim da guerra na Ucrânia, de acordo com Matthew Whitaker, embaixador dos EUA na NATO.
Enquanto isso, o relatório da indústria dos EUA mostrou uma queda de quatro milhões de barris nos "stocks" nacionais de "ouro negro", juntamente com reduções na gasolina e destilados. Os números oficiais devem ser divulgados ainda nesta quarta-feira.
O petróleo está a caminho de registar o terceiro mês consecutivo de quedas, com os preços a serem pressionados pelas expectativas de um excedente global, que deverá agravar-se já que a Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) reúne este fim-de-semana e o mercado antecipa um novo aumento de produção em dezembro.
Os "traders" também estão a acompanhar as negociações para um acordo comercial entre os EUA e a China. Donald Trump e Xi Jinping reúnem-se esta quinta-feira numa cimeira, na Coreia do Sul.
"Os fundamentos subjacentes no mercado petrolífero continuam pessimistas: a OPEP+ continua a aumentar a oferta, enquanto o excedente se aprofunda”, afirmou Warren Patterson, do ING Groep NV, à Bloomberg. "Obviamente, as sanções à Rússia continuam a ser a principal incerteza e é algo que teremos de esperar um pouco mais para ter clareza", explicou.
Também no radar está a reunião da Reserva Federal dos EUA, que deverá aumentar o apetite por ativos de risco, com um corte das taxas de juro em 25 pontos-base.
Ásia dividida antes de Fed e resultados das tecnológicas. Nikkei e Kospi em recordes
As bolsas asiáticas terminaram a sessão sem rumo definido, com as principais bolsas do bloco divididas entre ganhos e perdas, numa altura em que os investidores esperam pela oficialização da decisão de corte de juros pela Reserva Federal (Fed) dos EUA, bem como pelos resultados de três "sete magníficas" esta quarta-feira, após o fecho do mercado: Meta, Alphabet e Microsoft. O mercado estará de olho se os investimentos das gigantes tecnológicas em inteligência artificial darão, realmente, a gerar retorno.
"As expectativas são altíssimas, e o risco de deceção também é grande", disse Charu Chanana, estratega-chefe de investimentos da Saxo, à Reuters. "Os investidores querem ver não apenas números sólidos, mas também evidências de monetização sustentada da inteligência artificial (IA) ??e de uma procura crescente, além do 'boom' inicial. É aí que o mercado vai avaliar se esse boom da IA se ??está a tornar numa bolha ou não", acrescentou.
O impulso na Ásia surgiu com a sessão de Wall Street de ontem, que terminou em máximos históricos, graças a uma nova onda de otimismo em relação à IA. A Nvidia anunciou ontem que vai investir 500 mil milhões de dólares para os seus chips de IA e que vai construir sete supercomputadores para o Departamento de Energia dos EUA. As ações da maior cotada do mundo atingiram ontem novos recordes, depois de Donald Trump ter dito que planeia conversar com o líder chinês, Xi Jinping, sobre o chip "Blackwell" da empresa.
Esta quarta-feira, no Japão, o Topix perdeu 0,23% para 3.278,24 pontos, enquanto o Nikkei 225 pulou 2,17% para 51.307,65 pontos, e chegou a saltar 2,38% para 51.412,97 pontos, um novo máximo histórico. O Banco do Japão (BoJ) anuncia a sua decisão de política monetária na quinta-feira, e a expectativa é de que as taxas de juro fiquem inalteradas.
"Esperamos que o Banco do Japão adote uma postura moderadamente restritiva, sinalizando a sua intenção de normalizar a política monetária nos próximos meses e preparar o terreno para um possível aumento das taxas de juro, provavelmente em dezembro ou em janeiro", disse Gregor Hirt, da Allianz Global Investors, à Reuters.
Na China, o Shanghai Composite ganhou 0,7% para 4.016,33 pontos e o Hang Seng, em Hong Kong, desceu 0,33% para 26.346,14 pontos. Também o sul-coreano Kospi saltou 1,76% para 4.081,15, tendo tocado nos 4.084,09 durante a sessão, um novo recorde, impulsionado por fortes resultados financeiros e uma perspetiva otimista da SK Hynix, um fornecedor da Nvidia.
Na política monetária, o fator crucial para os investidores será a aguardada decisão da Fed de hoje sobre as taxas de juro, em que o mercado espera amplamente um corte de 25 pontos-base.
Os contratos de futuros do Euro Stoxx 50 apontam para um início ligeiramente mais fraco para as ações europeias, na véspera da decisão do Banco Cnetral Europeu, que deverá manter os juros inalterados.
Últimos eventos
Últimos eventosMais lidas