Europa em alta à boleia de expectativas de corte de juros pela Fed
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quarta-feira.
- Ásia fecha mista e Europa aponta para ganhos na reta final da "earnings season"
- Petróleo valoriza com queda dos "stocks" nos EUA
- Dólar em mínimos de um mês face ao euro
- Juros aliviam com países da Zona Euro a prepararem-se para emitir dívida
- Ouro continua a valorizar, apesar de dados desanimadores dos EUA
- Stoxx 600 atinge máximos históricos impulsionado pela "earnings season"
- Inflação abaixo do esperado sustenta ganhos em Wall Street
- Ouro brilha com diminuição da inflação nos EUA e atinge máximos de três semanas
- Dólar perde força com inflação nos EUA a dar sinais de abrandamento
- Petróleo em queda com IEA a prever menor procura para 2024
- Juros da Zona Euro aliviam num dia em que as ações avançaram
- Europa em alta à boleia de expectativas de corte de juros pela Fed
As bolsas asiáticas fecharam mistas, enquanto a Europa aponta para uma abertura em terreno positivo. Isto acontece numa altura em que a reta final da "earnings season" continua a atrair a atenção dos investidores e os dados da inflação nos EUA, bem como do PIB na Zona Euro e no Japão, podem dar pistas aos acionistas sobre o futuro da política monetária.
Pela China, Xangai manteve a tendência de queda e desvalorizou 0,54%. Já o Hang Seng de Hong Kong recuou 0,22%, numa altura em que os analistas esperam que os resultados trimestrais das "Tech 8" chinesas roubem as atenções dos investidores das "7 Magníficas". Duas empresas do grupo seleto já apresentaram contas e, até ao final de maio, é esperado que as outras seis divulguem os resultados, como é o caso da Xiaomi e da JD. A bolsa de Hong Kong encontra-se fechada nesta quarta-feira, devido a um feriado local. Já no Japão, o Topix fechou praticamente inalterado, caindo apenas 0,002%, enquanto o Nikkei valorizou 0,08%. A Sony apresentou contras trimestrais e os resultados agradaram os investidores, que fizeram as suas ações escalar 8,23% para 12.950 ienes. No resto da Ásia, destacam-se ainda as subidas do Kospi da Coreia do Sul, que valorizou 0,11%, e do S&P/ASX 200 da Austrália, que cresceu 0,35%. Os investidores aguardam agora os dados sobre a inflação dos EUA e o crescimento do PIB da Zona Euro e do Japão. Os dois primeiros vão ser revelados ainda nesta quarta-feira, enquanto os dados nipónicos chegam na quinta-feira. Os números vão permitir pintar um retrato da situação económica das potências mundiais, suportando - ou não - uma eventual descida nas taxas de juro.
Duas empresas do grupo seleto já apresentaram contas e, até ao final de maio, é esperado que as outras seis divulguem os resultados, como é o caso da Xiaomi e da JD. A bolsa de Hong Kong encontra-se fechada nesta quarta-feira, devido a um feriado local.
Já no Japão, o Topix fechou praticamente inalterado, caindo apenas 0,002%, enquanto o Nikkei valorizou 0,08%. A Sony apresentou contras trimestrais e os resultados agradaram os investidores, que fizeram as suas ações escalar 8,23% para 12.950 ienes.
No resto da Ásia, destacam-se ainda as subidas do Kospi da Coreia do Sul, que valorizou 0,11%, e do S&P/ASX 200 da Austrália, que cresceu 0,35%.
Os preços do petróleo continuam a tendência de crescimento registada na terça-feira, numa altura em que o American Petroleum Institute (API) estima que os "stocks" de crude nos EUA tenham caído em 3,1 milhões de barris, durante a semana passada. Os investidores esperam ainda por pistas sobre como o mercado desta matéria-prima se vai comportar na segunda metade do ano, através do relatório Agência Internacional de Energia.
O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – valoriza 0,69% para 78,56 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – avança 0,59% para 82,87 dólares por barril.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) manteve a sua previsão de uma grande procura, a nível mundial, durante 2024, prevendo que iriam ser comercializados 2,2 milhões de barris por dia. Já em relação à oferta de crude por parte dos países produtores, a OPEP mantém as suas previsões e estima aumentos de 1,2 milhões de barris por dia durante este ano.
"Ainda não é possível dar como garantido que irá existir um aliviar das restrições à produção por parte da OPEP+", afirma Vishnu Varathan do Mizuho Bank à Bloomberg. Isto deve-se, principalmente, aos incentivos que a Arábia Saudita tem em manter os preços elevados, o que pode causar um "mau-estar" dentro da organização.
O dólar encontra-se a desvalorizar e registou o valor mais baixo em um mês, quando comparado com a divisa europeia. O euro valoriza 0,06% para 1,0826 dólares, numa altura em que a nota verde encontra-se pressionada pela subida do índice de preços no produtor nos EUA, cujos valores ficaram acima do previsto pelos analistas.
Já o índice de preços no consumidor vai ser revelado durante esta quarta-feira e os analistas esperam um crescimento de 0,3%, abaixo do registado em março, que foi de 0,4%. "Apesar de esperarmos que os dados continuem demasiado altos para a Reserva Federal (Fed) se sentir confiante para começar a cortar os juros, esse seria um passo na direção certa", afirmou Julien Lafarguem do Barclays Private Bank. O iene cresce 0,20% face à divisa norte-americana para 0,0064 dólares, invertendo as descidas do dia anterior. A discrepância entre as taxas de juro dos dois países tem justificado as quedas recentes da divisa nipónica, que se encontrava a caminhar para mínimos de duas semans.
Os juros aliviaram na Zona Euro, numa altura em que os investidores aguardam os dados da inflação dos EUA e digerem a hesitação do banco central norte-americano em baixar as taxas de juro. Vários países da UE, como é o caso de Portugal, Países Baixos, Alemanha e Itália, preparam-se para entrar no mercado para voltar a emitir dívida.
As "yield" das Bunds alemãs - referência para o mercado europeu -, que vence em 2034, aliviam 5,8 pontos base para 2,488%.
As "yield" das Bunds alemãs - referência para o mercado europeu -, que vence em 2034, aliviam 5,8 pontos base para 2,488%.
Os juros da dívida portuguesa com maturidade a 10 anos recuam 5,4 pontos base para 3,113%, antes de o país regressar ao mercado obrigacionista esta quarta-feira, com o objetivo de captar entre 1.250 milhões e 1.500 milhões de euros.
A "yield" das obrigações italianas, com maturidade idêntica, desce 7,3 pontos base para 3,809%. Já a rendibilidade da dívida espanhola, a 10 anos, desvaloriza 6,3 pontos base para 3,266%.
O ouro continua a sua escalada nos preços, apesar dos mais recentes dados da inflação nos EUA não darem muita confiança à Reserva Federal (Fed) para proceder a um corte de juros. Os números da inflação no produtor aceleraram 0,5%, contra as expetativas de 0,3% por parte dos analistas. Apesar disso, Jerome Powell, presidente da Fed, assegurou que, pelo menos, não haverá uma nova subida nas taxas de juro. O metal amarelo sobe, assim, 0,33% para 2.365,92 dólares por onça. Os investidores esperam agora pelos dados do índice de preços no consumidor, que deverá dar mais pistas sobre a política monetária do país, embora os analistas antecipem valores elevados. "Se o índice de preços no consumidor descer um pouco, vai ser positivo para o ouro e representará uma ótima oportunidade para o mercado capitalizar nesta dinâmica, uma vez que o metal tem registado uma grande resiliência", afirmou Kyle Rodda, da Capital.com à Reuters. No entanto, se o índice registar uma subida, os preços do ouro poderão sair prejudicados. A resiliência que Rodda menciona deve-se, principalmente, à política de compra de ouro por parte dos bancos centrais de vários países e pelas tensões no Médio Oriente.
"Se o índice de preços no consumidor descer um pouco, vai ser positivo para o ouro e representará uma ótima oportunidade para o mercado capitalizar nesta dinâmica, uma vez que o metal tem registado uma grande resiliência", afirmou Kyle Rodda, da Capital.com à Reuters. No entanto, se o índice registar uma subida, os preços do ouro poderão sair prejudicados.
A resiliência que Rodda menciona deve-se, principalmente, à política de compra de ouro por parte dos bancos centrais de vários países e pelas tensões no Médio Oriente.
O índice de referência europeu voltou a atingir máximos históricos, impulsionado pelas contas trimestrais de várias empresas, numa altura em que os investidores avaliam os dados sobre o crescimento da Zona Euro e os números da inflação nos EUA, que serão divulgados nesta quarta-feira. O Stoxx 600 encontra-se a valorizar 0,35% para 523,45 pontos, com o setor imobiliário a liderar os ganhos (+1,55%). Os únicos setores em queda são o do retalho e de bens de consumo. A registar grandes subidas encontram-se a Experian, que escala 7% para 37,13 dólares, e a InPost, que dispara 9,43% para 16,71 euros. Ambas as empresas apresentaram contas trimestrais acima do esperado pelo mercado e lideraram as valorizações dos setores industrial e de serviços. Já a Merck KGaA encabeça o crescimento do setor da saúde, com uma valorização de 4,14% para 164,85 euros, depois de ter registado lucros acima do esperado, devido a um aumento de procura de farmacêuticos na Europa.
O Stoxx 600 encontra-se a valorizar 0,35% para 523,45 pontos, com o setor imobiliário a liderar os ganhos (+1,55%). Os únicos setores em queda são o do retalho e de bens de consumo.
Já a Merck KGaA encabeça o crescimento do setor da saúde, com uma valorização de 4,14% para 164,85 euros, depois de ter registado lucros acima do esperado, devido a um aumento de procura de farmacêuticos na Europa.
Entre os principais mercados da Europa Ocidental, a tendência foi maioritariamente positiva, com o britânico FTSE 100 a avançar 0,44%, o italiano FTSE MIB a subir 0,49%, o Ibex espanhol a crescer 0,36%, o alemão Dax a valorizar 0,49% e o AEX, em Amesterdão, a aumentar 0,13%. Em contracilclo, o francês CAC-40 regista uma queda de 0,11%.
Os principais índices em Wall Street abriram com ganhos esta quarta-feira, depois de terem sido conhecidos os números da inflação no consumidor nos Estados Unidos que ficaram abaixo do esperado pelos analistas, o que está a fomentar expectativas de que a Reserva Federal possa cortar juros ainda este ano.
O índice de preços no consumidor avançou 0,3% em abril, o que compara com expectativas de um aumento de 0,4% esperado pelos economistas ouvidos pela Reuters. Já a inflação subjacente subiu 0,3% em abril, depois de ter crescido 0,4%.
O índice de referência S&P 500 soma 0,54% para 5.275,02 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite avança 0,52% para 16.596,23 pontos. Estes dois índices chegaram a tocar máximos históricos no início da sessão.
Já o industrial Dow Jones ganha 0,48% para 39.745,85 pontos, também próximo do valor mais elevado de sempre.
Os investidores centram também atenções nos dados das vendas a retalho nos EUA que se mantiveram inalteradas em abril, depois de terem aumentado 0,7% em março.
Entre os principais movimentos de mercado estão cotadas mais sensíveis à política monetária, como a Nvidia, que valoriza 1,18% para 924,33 dólares.
Ainda em terreno positivo está o New York Community Bancorp (NYCB) que soma 1,78% para 929,87 dólares, depois de a instituição ter revelado que acordou vender cerca de cinco mil milhões de dólares de créditos hipotecários industriais.
Já a GameStop está em trajetória de correção e a recuar 25,36% para 36,87 dólares, depois de ter disparado 60,1% na sessão desta terça-feira, com a especulação em volta do retorno de Keith Gill, considerado um dos responsável pelas "meme stocks" em 2021.
O ouro encontra-se a valorizar e chegou a atingir máximos de três semanas durante esta quarta-feira, numa altura em que novos dados sobre a inflação nos EUA mostram que o índice de preços no consumidor cresceu menos que o previsto, alimentando assim as expectativas que a Reserva Federal (Fed) norte-americana baixe as taxas de juro. Jerome Powell, presidente da Fed, já tinha afastado uma nova subida de juros, na terça-feira. O metal amarelo encontra-se assim a valorizar 0,15% para 2.361,75 dólares por onça, apoiado ainda por um dólar em mínimos de um mês, o que deixa o ouro mais atrativo para outras divisas e por rendimentos mais baixos do Tesouro dos EUA. Os novos dados da inflação mostram que o índice de preços no consumidor cresceu 0,3% durante o mês de abril, depois de ter crescido 0,4% em fevereiro e março. São sinais que a política monetária restritiva da Fed está a ter as consequências esperadas na economia norte-americana. Os preços do ouro têm mostrado grande resiliência ao longo do ano, impulsionados principalmente pela corrida à compra do metal amarelo empreendida pelos bancos centrais de vários países, como a China, e pelas tensões geopolíticas do Médio Oriente.
O metal amarelo encontra-se assim a valorizar 0,15% para 2.361,75 dólares por onça, apoiado ainda por um dólar em mínimos de um mês, o que deixa o ouro mais atrativo para outras divisas e por rendimentos mais baixos do Tesouro dos EUA.
Os novos dados da inflação mostram que o índice de preços no consumidor cresceu 0,3% durante o mês de abril, depois de ter crescido 0,4% em fevereiro e março. São sinais que a política monetária restritiva da Fed está a ter as consequências esperadas na economia norte-americana.
Os preços do ouro têm mostrado grande resiliência ao longo do ano, impulsionados principalmente pela corrida à compra do metal amarelo empreendida pelos bancos centrais de vários países, como a China, e pelas tensões geopolíticas do Médio Oriente.
O dólar está a desvalorizar esta quarta-feira face às principais divisas rivais, depois de terem sido divulgados os números da inflação nos Estados Unidos em abril que aceleraram menos do que o esperado pelos analistas.
Este indicador poderá ser um sinal de que os preços estão a retomar a trajetória de abrandamento no segundo trimestre e de que a Reserva Federal poderá vir a cortar juros ainda este ano.
A "nota verde" recua 0,36% para 0,921 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda norte-americana face a 10 divisas rivais - desce 0,38% para 104,636 pontos.
"Previsivelmente, o dólar está a sofrer hoje, uma vez que a sua avaliação muito elevada pressupõe um ciclo de corte das taxas de juro nos EUA que está atrasado e é superficial em relação a outros países", referem os analistas da Ebury numa nota vista pelo Negócios.
Os preços do petróleo estão a negociar em baixa esta quarta-feira, com os investidores a avaliarem os últimos dados da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) relativamente à procura que deve diminuir este ano, numa altura em que a inflação permanece em níveis elevados.
O West Texas Intermediate (WTI) – negociado em Nova Iorque – desvaloriza 0,88% para 77,33 dólares por barril. Já o Brent do Mar do Norte – referência para as importações europeias – cai 0,81% para 81,71 dólares por barril.
A Agência reduziu em 140 mil barris por dia para 1,1 milhões de barris diários a procura para este ano, justificando com menores níveis de procura nos países da OCDE.
Os juros aliviaram-se na Zona Euro. O mercado esteve a apostar em obrigações, num dia igualmente forte para as ações.
Os juros da dívida portuguesa com maturidade a 10 anos recuaram 13 pontos base para 3,038%, num dia em que o país emitiu 1.250 milhões de euros em duas linhas de dívida a curto prazo. Os juros de ambas superaram os 3%.
Já a "yield" das Bunds alemãs - referência para o mercado europeu -, aliviou 12,5 pontos base para 2,421%, enquanto a rendibilidade da dívida espanhola, a 10 anos, desvalorizou 13,9 pontos base para 3,190%.
A "yield" das obrigações italianas, com maturidade idêntica, retraiu 15,3 pontos base para 3,729% e a da dívida francesa desceu 13,2 pontos base para 2,902%.
Os investidores apostaram, desta forma, em obrigações, mesmo com a inflação dos Estados Unidos a ficar abaixo do que era esperado, apoiando a ideia que a Reserva Federal vai começar a suavizar a sua política monetária mais cedo. O índice de preços no consumidor nos EUA avançou 0,3% em abril, o que compara com os 0,4% esperado pelos economistas ouvidos pela Reuters. Já a inflação subjacente subiu 0,3% em abril, depois de ter crescido 0,4% no mês anterior.
Os principais índices europeus encerraram a sessão em alta depois de dados divulgados nos Estados Unidos, a inflação no consumidor e as vendas a retalho, terem fomentado expectativas de que a Reserva Federal possa vir a cortar juros ainda este ano.
A combinação de vendas a retalho inferiores ao esperado e um arrefecimento da inflação subjacente poderá ser o mote para que os "mais otimistas comecem a pedir cortes das taxas de referência e um 'rally' nos mercados", afirmou à Bloomberg Neil Birrell, "chief investment officer" da Premier Miton Investors.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, somou 0,59% para 524,71 pontos, com o setor do imobiliário a pular mais de 3%. Ainda a valorizar acima de 1% estiveram setores como as "utilities" (água, luz, gás), a tecnologia e o industrial.
Pela negativa esteve o setor do petróleo e gás, bem como os setores relacionados com os serviços e produtos de consumo, depois de a Burberry ter anunciado resultados que ficaram abaixo do esperado devido a menores volumes de vendas na China e nos EUA.
O Commerzbank ganhou 5,13% para 15,06 euros, no dia em que apresentou as contas do primeiro trimestre, em que registou lucros de 747 milhões de euros, uma subida de 28,8% face ao mesmo período do ano passado e o melhor resultado trimestral em mais de 10 anos.
Já a Thyssenkrupp deslizou 0,06% para 4,93 euros, depois de ter reduzido as perspetivas de resultados em 2024 pela segunda vez devido aos preços do aço mais baixos e efeitos negativos do "trading" de dióxido de carbono.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax somou 0,82%, o francês CAC-40 valorizou 0,17%, o italiano FTSEMIB ganhou 0,61%, o britânico FTSE 100 subiu 0,21% e o espanhol IBEX 35 pulou 1,1%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,3%.
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