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Dia morno na Europa com política monetária e China a pesarem

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta segunda-feira.

Kai Pfaffenbach /Reuters
14 de Agosto de 2023 às 17:38
China pressiona futuros da Europa. Ásia negativa

Os principais índices europeus estão a apontar para uma abertura em baixa, com as preocupações em torno do setor imobiliário na China a marcarem o início da negociação, depois de a gigante Country Garden ter suspendido a negociação em 11 das suas obrigações "onshore".

Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 descem 0,4%, dando continuidade às perdas do final da semana passada.

Na Ásia, a sessão foi negativa e marcada por preocupações relativas ao estado da economia chinesa, bem como o setor do imobiliário. O índice agregador das praças da região, o MSCI Asia Pacific desceu 1,7% para mínimos de mais de dois meses.

Além do Country Garden, que cai mais de 16%, as preocupações vão derivando também de uma empresa de gestão fiduciária ("trust") que se atrasou no pagamento de produtos patrimoniais que já atingiram a maturidade. Ainda a contribuir para as preocupações em torno da economia chinesa esteve um declínio na concessão de crédito em julho.

"Há, sem dúvida, uma enorme preocupação para os 'touros' relativamente à China", disse à Bloomberg Derek Tay, analista da Kamet Capital Partners.

"Há muitas fissuras que estão a começar a aparecer, incluindo no risco de crédito, desencadeado pelo o último aviso relativamente aos resultados do Country Garden", acrescentou.

Pela China, Xangai desceu 0,32% e, em Hong Kong, o Hang Seng caiu 2,5%. No Japão, o Topix perdeu 0,9% e o Nikkei desvalorizou 1,1%. Na Coreia do Sul, o Kospi caiu 1%.

Sentimento económico na China interrompe "rally" do petróleo
Sentimento económico na China interrompe 'rally' do petróleo

O petróleo está a desvalorizar, penalizado pelo sentimento negativo relativamente à economia chinesa, interrompendo assim um "rally" de sete semanas. Ainda a pressionar o "ouro negro" está a subida do dólar, que penaliza compradores com moeda estrangeira, uma vez que o petróleo negoceia na moeda norte-americana.

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, desce 1,24% para 82,16 dólares por barril.

Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, avança 1,2% para 85,77 dólares.

O crude regista uma subida de quase 25% desde mínimos de junho, depois de os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+), a Arábia Saudita e a Rússia, terem anunciado cortes unilaterais na produção e nas exportações, respetivamente. Tal tem ajudado a uma subida dos preços, dado ser previsto um défice de dois milhões de barris por dia este trimestre, segundo estimativas da OPEP+.

Os aumentos dos riscos ao fornecimento petrolífero da Rússia no Mar Negro devido à guerra na Ucrânia também têm sustentado os ganhos.

"O 'rally' tem sido demasiado focado no sentimento em torno da economia norte-americana, ignorando as continuadas complicações na Europa e na China", comentou à Bloomberg Vandana Hari, analista da Vanda Insights.

Ouro inverte perdas e valoriza
Ouro inverte perdas e valoriza

O ouro está a valorizar muito ligeiramente, recuperando assim de mínimos de cinco semanas. O metal amarelo tem sido penalizado pela subida do dólar, numa altura em que surgem preocupações em torno da economia chinesa.

O metal amarelo sobe 0,07% para 1.915,08 dólares.

Os investidores estão agora focados em dados sobre o retalho e a produção industrial na China, que serão divulgados esta terça-feira e que permitirão melhor compreender o estado da economia chinesa. Ainda a centrar atenções vão estar as atas da última reunião de política monetária da Fed que serão conhecidas na quarta-feira.

Dólar valoriza e ascende a máximos do um ano contra o iene
Dólar valoriza e ascende a máximos do um ano contra o iene

O dólar está a valorizar face às principais divisas rivais, com o sentimento de "risk-off" nas bolsas a levar os investidores para o ativo-refúgio. No par iene-dólar, a moeda nipónica desceu a mínimos de um ano, quebrando o nível dos 145 ienes por dólar.

Já face ao euro, o dólar está praticamente inalterado nos 0,9135 euros. Por sua vez, o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda norte-americana face a dez divisas rivais - avança 0,04% para 102,887 pontos.

Apesar do sentimento em relação à China ser negativo, bastará apenas uma nota mais positiva de um dos indicadores que serão divulgados esta semana para animar os mercados, explicou à Reuters o responsável de "research" da Pepperstone.

Juros aliviam na Zona Euro

Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão maioritariamente a aliviar, com os investidores a dividirem-se entre ativos de maior risco como as ações ou as obrigações, numa altura em que a maioria das bolsas se pinta de verde.

Os juros da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos estão em contraciclo e agravam-se 0,6 pontos base para 3,289%, enquanto a "yield" das Bunds alemãs com o mesmo prazo, referência para a região, recuam 0,3 pontos base para 2,617%.

Os juros da dívida italiana decrescem 1,8 pontos base para 4,226%, os juros da dívida espanhola cedem 0,4 pontos base para 3,622% e os juros da dívida francesa descem 0,5 pontos base para 3,145%.

Fora da Zona Euro, os juros da dívida britânica aliviam 0,7 pontos base para 4,513%.

Praças europeias preocupadas com economia chinesa e alta nos juros da Fed
Praças europeias preocupadas com economia chinesa e alta nos juros da Fed

Os principais índices europeus negoceiam maioritariamente em alta, à exceção de Lisboa e Amesterdão, numa altura em que o sentimento dos investidores se vai dividindo entre a possibilidade de um pico nas taxas de juro diretoras da Reserva Federal e os sinais problemáticos do setor do imobiliário na China.

O índice de referência do Velho Continente, Stoxx 600, sobe 0,2% para 460,07 pontos, com o setor das telecomunicações, tecnologia e banca a sustentarem os ganhos.

Entre os principais movimentos de mercado, a Philips sobe quase 5%, depois de o veículo de investimento da família italiana Agnelli, a Exor, ter anunciado uma entrada no capital da empresa holandesa através da compra de 15%, uma participação avaliada em cerca de 2,6 mil milhões de dólares. A Exor pretende apoiar a Philips na transição de eletrónica para tecnologia na área da saúde.

"Esta semana, os participantes do mercado vão apenas ajustar o seu estado de espírito relativamente a um conjunto de dados, como a atividade industrial na China, as atas da Fed e a inflação no Reino Unido", explicou Fabiana Fedelli, analista da M&G, à Bloomberg.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax soma 0,44%, o francês CAC-40 valoriza 0,26%, o italiano FTSEMIB ganha 0,51% e o espanhol IBEX 35 pula 0,29%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,03%.

Em contraciclo, o britânico FTSE 100 desliza 0,03%, ao passo que em Lisboa, o PSI desce 0,16%.

Euribor sobe a seis e 12 meses e no prazo de três meses atinge máximo

A taxa Euribor subiu hoje a seis e a 12 meses, face a sexta-feira, e a três meses atingiu um máximo desde dezembro de 2008.

A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou hoje para 4,076%, mais 0,020 pontos, depois de ter subido até 4,193% em 07 de julho, um novo máximo desde novembro de 2008.

Segundo dados referentes a maio de 2023 do Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses representava 40,3% do 'stock' de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a seis e a três meses representava 34,4% e 22,8%, respetivamente.

A média da taxa Euribor a 12 meses avançou de 4,007% em junho para 4,149% em julho, mais 0,142 pontos.

Já no prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 07 de julho de 2022, subiu hoje, ao ser fixada em 3,957%, mais 0,029 pontos do que na sexta-feira e contra o máximo de 3,966% registado a 25 de julho deste ano.

A média da Euribor a seis meses subiu de 3,825% em junho para 3,942% em julho, mais 0,117 pontos.

A Euribor a três meses também subiu hoje, para 3,799%, mais 0,018 pontos, face a sexta-feira, um novo máximo desde 2 de dezembro de 2008.

A média da Euribor a três meses subiu de 3,536% em junho para 3,672% em julho, ou seja, um acréscimo de 0,136 pontos percentuais.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na mais recente reunião de política monetária, realizada em 27 de julho, o BCE voltou a subir os juros, pela nona sessão consecutiva, em 25 pontos base -- tal como em 15 de junho e 04 de maio --, acréscimo inferior ao de 50 pontos base efetuado em 16 de março, em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas.

Antes, em 27 de outubro e em 08 de setembro, as taxas diretoras subiram em 75 pontos base. Em 21 de julho de 2022, o BCE tinha aumentado, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 14 de setembro.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

*Lusa

Wall Street abre no vermelho. Hawaiian Eletric tomba quase 40%
Wall Street abre no vermelho. Hawaiian Eletric tomba quase 40%

Os principais índices em Wall Street abriram em terreno negativo esta segunda-feira, com os investidores focados nos resultados do segundo trimestre das gigantes do retalho nos Estados Unidos, a Walmart e a Target, bem como nos dados económicos que serão conhecidos esta semana, onde se incluem as vendas a retalho de julho, a produção industrial e o número de pedidos de subsídio de desemprego.

Ainda a centrar atenções estará a divulgação pela Reserva Federal das atas da última reunião de política monetária, que deverá permitir compreender melhor que futuras decisões poderão tomar os responsáveis do banco central.

O índice de referência S&P 500 recua 0,2% para 4.454,95 pontos, o industrial Dow Jones cede 0,07% para 35.254,85 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite perde 0,3% para 35.254,85 pontos.

Entre os principais movimentos de mercado, a Tesla cai 3,3%, depois de a empresa liderada por Elon Musk ter revelado que iria cortar os preços na China para algumas versões do modelo Y.

Já a Hawaiian Eletric tomba mais de 39%, depois de a justiça do Havai ter recebido uma ação coletiva que acusa a maior distribuidora de eletricidade do arquipélago de ter causado o incêndio que matou quase mil pessoas.

Ainda a gerar um sentimento de "risk-off" nos mercados estão notícias provenientes da China, nomeadamente da Country Garden que anunciou que ia suspender a negociação de obrigações e estender o prazo de pagamento.

Dólar em máximos de dois meses empurra ouro para mínimos de março

O ouro está a negociar em mínimos de cinco meses, pressionado por uma subida do dólar face às principais moedas. 

O metal amarelo segue a perder 0,43% para 1.905,35 dólares por onça.

A procura por ativos-refúgio, devido à instabilidade da situação económica na China, está a levar a uma maior procura pela moeda norte-americana.

O dólar sobe 0,61% para 0,919 euros, um máximo de dois meses, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda norte-americana face a dez divisas rivais - avança 0,51% para 103,364 pontos, o valor mais alto em dois meses.

"O facto de as 'yields' da divida norte-americana estarem elevadas e de o setor financeiro chinês parecer estar a deteriorar-se são fatores que estão a pesar nos ativos de risco", disse à Reuters Chris Turner, analista do ING, acrescentando que o dólar deve permanecer em alta "a não ser que as autoridades chinesas surpreendam com algumas fortes medidas de estímulo à economia".

Receios em torno da China e dólar mais forte penalizam crude
Receios em torno da China e dólar mais forte penalizam crude

Os preços do "ouro negro" seguem a negociar em baixa nos principais mercados internacionais, pressionados sobretudo pela apreciação do dólar e pelos receios em torno da fraca retoma da China no pós-pandemia.

 

O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a ceder 0,85% para 82,48 dólares por barril.

 

Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 0,88% para 86,05 dólares.

 

O crude negoceia assim no vermelho, depois de sete semanas consecutivas de ganhos – em que esteve a ser sustentado pelo apertar da oferta devido aos cortes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (OPEP+).

 

"O petróleo tem estado ‘sobrecomprado’, desafiando a perspetiva de uma correção. Tem estado singularmente focado no otimismo económico dos EUA, e menos influenciado pelos crescentes ventos contrários na Zona Euro e na China", comentou à Reuters a fundadora da Vanda Insights – que analisa o mercado petrolífero –, Vandana Hari.

 

Além disso, a robustez do dólar está também a penalizar o crude – que é denominado na nota verde, pelo que, quando o dólar valoriza, fica menos atrativo como investimento alternativo para quem negoceia com outras moedas.

Juros agravam-se na Europa com procura por outros valores-refúgio

A dívida soberana dos países do euro revelou esta segunda-feira menos atratividade aos olhos dos investidores, que estão a preferir o dólar – em vez de obrigações – na procura por ativos-refúgio.

 

Assim, as obrigações seguiram generalizadamente em queda na sessão de hoje e, consequentemente, os juros estiveram em alta.

 

As "yields" das Bunds alemãs a 10 anos, referência para a Europa, somaram 1,2 pontos base base para 2,633%.

 

Já os juros da dívida portuguesa a 10 anos fecharam a subir 2,3 pontos base para 3,306%, e em Espanha, na mesma maturidade, aumentaram 1,9 pontos base para se fixarem nos 3,645%.

 

No Reino Unido os juros das Gilts avançaram 4 pontos base para 4,560%.

Dia morno na Europa com política monetária e China a pesarem

As principais bolsas da Europa Ocidental terminaram a sessão sem grandes oscilações, dividindo-se entre ganhos e perdas.

Os investidores estão focados na divulgação das atas da última reunião do comité de política monetária da Reserva Federal (Fed) norte-americana, que poderão dar mais pistas sobre o rumo que a instituição liderada por Jerome Powell irá seguir.

Os dados preocupantes vindos da China, com as dificuldades de grandes empresas como a Country Garden e o Zhongzhi Enterprise Group a preocuparem o mercado.

O índice pan-europeu Stoxx600 fechou a subir 0,23%, para os 459,86 pontos.

Em Frankfurt, o DAX30 avançou 0,46%, enquanto o parisiense CAC-40 ganhou 0,12% e o italiano FTSEMib subiu 0,57%. 

Já o londrino FTSE cedeu 0,23%, enquanto o espanhol Ibex-35 deslizou 0,05% e a bolsa de Atenas fechou com uma queda de 0,64%.

Por cá, o PSI terminou o dia a ceder 0,16%.

O índice pan-europeu Stoxx600 fechou a subir 0,23%, para os 459,86 pontos.

Em Frankfurt, o DAX30 avançou 0,46%, enquanto o parisiense CAC-40 ganhou 0,12% e o italiano FTSEMib subiu 0,57%. 

Já o londrino FTSE cedeu 0,23%, enquanto o espanhol Ibex-35 deslizou 0,05% e a bolsa de Atenas fechou com uma queda de 0,64%.

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