Bolsas europeias recuam. HSBC penaliza Londres
As principais bolsas europeias negoceiam esta terça-feira no vermelho, enquanto os futuros de Wall Street também apontam no mesmo sentido.
Depois de a última sessão ter sido de negociação reduzida devido ao feriado nos EUA, os investidores regressam hoje em pleno, mas estão a sinalizar menor apetite pelo risco.
Em vésperas de se completar um ano de guerra na Ucrânia - um momento que fica marcado pela visita surpresa do presidente dos EUA Joe Biden a Kiev -, o presidente da Rússia Vladimir Putin deverá realizar o seu discurso do Estado da Nação (o primeiro em dois anos) nas próximas horas.
Em modo de espera, o índice que agrega as maiores empresas europeias, o Stoxx 600, cede 0,2%. O alemão DAX e o francês CAC 40 recuam 1%, enquanto o espanhol IBEX 35 perde 0,71%.
O britânico FTSE 100 desvaloriza 0,64%, penalizado pela perda de 1,5% do HSBC. O maior banco europeu deixou os investidores a ponderarem se o impulso dado pelos juros mais elevados já terá passado o pico, apesar dos resultados trimestrais terem subido 92%.
Bancos centrais controlam atenções. Juros das dívidas agravam
Às tensões geopolíticas juntam-se igualmente os dados macroeconómicos nas preocupações dos investidores.
Os PMI relativos à atividade na Europa e nos EUA que vão ser conhecidos esta terça-feira irão permitir perceber a resiliência económica e, consequentemente, se os bancos centrais poderão continuar a subir juros ou até onde o farão.
Apesar do fraco apetite pelo risco, os investidores também não estão a procurar refúgio na dívida e as "yields" das obrigações europeias seguem a agravar.
A "yield" das obrigações alemãs a 10 anos agrava 3 pontos base para 2,488%, enquanto Itália e Grécia avançam 6 e 4 pontos para 4,4% e 4,37%, respetivamente.
Em Portugal, os juros da dívida com a mesma maturidade avançavam 4 pontos para 3,38%. As obrigações portuguesas a dois anos ultrapassaram os 3%, atingindo um máximo desde dezembro de 2013.
Dólar em máximos de seis semanas
O dólar mantém-se em máximos de seis semanas antes de serem conhecidos dados que poderão dar maior clareza sobre o futuro das taxas de juro dos principais bancos centrais.
A robustez do mercado de trabalho e a resistência da inflação têm levado a uma revisão em alta das expectativas em relação aos juros de referência da Fed e suportado o "rally" do dólar.
Após uma segunda-feira calma devido ao Dia dos Presidentes nos Estados Unidos, o índice do dólar segue a ganhar 0,2% face ao euro, nos 1,0665 dólares.
"O PMI para a Europa vai ser o grosso da sessão, com o relatório económico Zew também previsto", aponta Matt Simpson, analista da CityIndex, numa nota citada pela Reuters.
Ao final do dia serão também tornadas públicas as minutas do último encontro de política monetária da Fed, na qual o banco central avançou com a segunda desaceleração consecutiva da subida das taxas de referência.
Graças ao "rally" do dólar e aos receios do curso futuro da Fed, o ouro negoceia sob pressão pela quarta sessão consecutiva. O metal precioso desvaloriza 0,46% para 1.832,68 dólares por onça.
Petróleo desvaloriza com receios de desaceleração económica
Os preços do petróleo desvalorizam esta terça-feira face aos receios de que uma desaceleração económica reduza a procura por combustíveis.
O Brent negociado em Londres, que serve de referência às importações europeias, negoceia nos 83,41 dólares por barril, cerca de 0,8% abaixo da última sessão.
O crude West Texas Intermediate (WTI), dos Estados Unidos, não negociaram na segunda-feira devido ao feriado do Dia dos Presidentes. Face a sexta-feira segue a ganhar 0,1% para 76,38 dólares, no dia em que expira o contrato de futuros para março. O contrato para abril negoceia nos 76,78 dólares.
"O petróleo tem estado num intervalo de negociação desde dezembro entre os 78 e os 88 dólares por barril, com alguns investidores a tomarem ganhos face às preocupações em relação às taxas de juro nos Estados Unidos, enquanto outros mantiveram o sentimento 'bulish' graças à esperança de recuperação na China", refere Satoru Yoshida, analista de matérias-primas da Rakuten Securities, à Reuters.
"O mercado irá continuar neste intervalo apertado até que haja sinais claros da direção futura da política monetária dos EUA e do caminho de recuperação da China", acrescentou.
O Brent negociado em Londres, que serve de referência às importações europeias, negoceia nos 83,41 dólares por barril, cerca de 0,8% abaixo da última sessão.
O crude West Texas Intermediate (WTI), dos Estados Unidos, não negociaram na segunda-feira devido ao feriado do Dia dos Presidentes. Face a sexta-feira segue a ganhar 0,1% para 76,38 dólares, no dia em que expira o contrato de futuros para março. O contrato para abril negoceia nos 76,78 dólares.
"O petróleo tem estado num intervalo de negociação desde dezembro entre os 78 e os 88 dólares por barril, com alguns investidores a tomarem ganhos face às preocupações em relação às taxas de juro nos Estados Unidos, enquanto outros mantiveram o sentimento 'bulish' graças à esperança de recuperação na China", refere Satoru Yoshida, analista de matérias-primas da Rakuten Securities, à Reuters.
"O mercado irá continuar neste intervalo apertado até que haja sinais claros da direção futura da política monetária dos EUA e do caminho de recuperação da China", acrescentou.
Euribor sobe para novo máximo a seis meses e cai a 12 meses
A taxa Euribor sobe a três e seis meses, no prazo mais longo para um novo máximo desde dezembro de 2008, e desceu a 12 meses.A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, inverteu esta terça-feira a tendência das últimas seis sessões e desceu, ao ser fixada em 3,578%, menos 0,001 pontos, contra o novo máximo desde dezembro de 2008, de 3,579%, registado em 20 de fevereiro.Em sentido contrário, no prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho, avançou, para 3,225%, mais 0,033 pontos que na véspera e um novo máximo desde dezembro de 2008.
A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, também subiu, ao ser fixada em 2,682%, mais 0,028 pontos, depois de ter subido até 2,703% em 16 de fevereiro, um novo máximo desde janeiro de 2009.(Lusa)
PMI industriais desiludem e penalizam ações europeias
As ações europeias mantêm, ao final da manhã, a pressão com que iniciaram a sessão desta terça-feira. Entre época de resultados, dados económicos e a guerra, os investidores têm muito para digerir.
Tanto o índice alemão DAX como o francês CAC 40 cedem cerca de 0,9%, enquanto o britânico FTSE 100 perde 0,5%. O índice pan-europeu Stoxx 50 negoceia na linha d'água e o português PSI contraria, a ganhar 0,6%.
A marcar as negociações estão os índices dos gestores de compras (PMI). Em França, a atividade económica cresceu, em fevereiro, pela primeira vez desde outubro, com o PMI dos serviços a subir para 52,8 pontos, face a 49,4 em janeiro.
Contudo, o PMI relativo à atividade industrial caiu em França para 47,9 pontos, de 50,5 em janeiro. Só a partir da marca dos 50 pontos é que é considera expansão económica.
Na Alemanha - a maior economia da Zona Euro -, a história é semelhante: apesar do PMI compósito ter avançado (para 51,1 pontos), a indústria caiu para 46,5 pontos, o que penalizou o PMI da Zona Euro como um todo, que caiu para 48,5 pontos.
Os números desapontantes dão sinais sobre o impacto da estratégia do Banco Central Europeu (BCE) para travar a inflação. A par da economia, os investidores estão igualmente a mostrar preocupações com a evolução da guerra.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, fez esta terça-feira um discurso ao Parlamento - o primeiro Estado da Nação em quase dois anos - no qual defendeu que o país vai conseguir alcançar os seus objetivos na Ucrânia e ainda subiu de nível as tensões com os EUA ao suspender o tratado nuclear.
O conflito armado está prestes a completar um ano, na sexta-feira, e em antecipação o presidente norte-americano Joe Biden fez ontem uma visita surpresa à Ucrânia, na qual ofereceu apoio ao país.
Wall Street abre no vermelho, pressionada por resultados de retalhistas
Wall Street está a negociar em terreno negativo, depois de os mercados terem estado encerrados esta segunda-feira, num dia em que os índices nova iorquinos estão a ser pressionados pelos resultados dos retalhistas Walmart e Home Depot.
O industrial Dow Jones desce 0,76% para 33.579,29 pontos, enquanto o "benchmark" mundial por excelência S&P 500 desvaloriza 0,84% para 4.044,57 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite perde 1,19% para 11.646,91 pontos.O maior retalhista do mundo, o Walmart, perde 1,3%, depois de ter revisto em baixa o "guidance" para os resultados de 2023. Acrescentou esperar que os consumidores continuem a optar pela compra de produtos a preços mais baixos, o que poderá aumentar a pressão sobre as margens.
Já o Home Depot desvaloriza 3,65%, depois de ter revelado que espera lucros abaixo das expectativas do mercado, devido aos elevados custos das cadeias de fornecimento, bem como menor procura.
Do lado dos ganhos está a Meta - a dona do Facebook, Instagram e WhatsApp -, que sobe 1,9% depois de ter anunciado que estava a testar uma subscrição denominada Meta Verified, que vai permitir aos utilizadores verificarem as suas contas através de um cartão de cidadão e receber um crachá azul.
"Os mercados acionistas estiveram mistos na última semana devido a preocupações com a inflação", começou por explicar o responsável de investimento da Oppenheimer, John Stolzfus, numa nota vista pela CNBC.
"Os dados desta semana podem dar alguma claridade em assuntos que permanecem problemáticos para os mercados", completou.
Esta quarta-feira os investidores aguardam a divulgação das atas da Reserva Federal norte-americana da reunião no final de janeiro, onde foi decidida uma subida dos juros diretores em 25 pontos base.
Ouro em queda e dólar praticamente inalterado depois de ascender a máximos de seis semanas
O ouro está a desvalorizar ligeiramente, com os investidores a aguardarem a divulgação das atas da reunião de janeiro da Reserva Federal norte-americana, que podem providenciar mais indicadores sobre o caminho a seguir pela autoridade monetária.
O metal amarelo desce 0,11% para 1.839,27 dólares por onça.
O metal precioso foi, ao longo da negociação desta terça-feira, penalizado pela subida do dólar que chegou a tocar em máximos de seis semanas. Apesar disso, o par euro-dólar negoceia agora praticamente inalterado, com a nota verde a subir 0,018% para 0,9361 euros.Já o índice do dólar da Bloomberg, que mede a força da moeda norte-americana face a dez divisas rivais, avança uns ligeiros 0,01% para 103,871 dólares.
Petróleo recua com pressão da política monetária
O petróleo está a negociar em queda, revertendo ganhos registados no início da sessão. A influenciar a queda poderá estar a influência das taxas de juro na economia norte-americana.
As vendas de casas em segunda mão caíram pelo 12.º mês consecutivo e acima das expectativas dos analistas, mostrando o impacto do agravamento da política monetária.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos com entrega em março recua 0,37% para 76,06 dólares por barril. O Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias e com entrega em abril, desvaloriza 1,46% para 83,94 dólares.
O movimento de preços de hoje "parece ser de natureza mais técnica" explicou o analista Phil Flynn, da Price Futures Group, à Reuters.
"Parece que estamos a entrar nas mesmas preocupações de sempre, de que o dólar irá fortalecer e sobre a situação das taxas de juro", completou.
Juros agravam-se na Zona Euro, com a atividade económica em máximos de nove meses
Os juros terminaram o dia a agravar na Europa, após ter sido divulgado esta terça-feira que a atividade económica da Zona Euro acelerou em fevereiro para um pico de nove meses, principalmente devido ao aumento da procura, à recuperação das cadeias de abastecimento, à redução dos atrasos nas encomendas e à melhoria da confiança empresarial.Ainda a influenciar a negociação está o facto de os "traders" preverem pela primeira vez uma subida em 50 pontos base por parte do Banco Central Europeu na reunião de março, de acordo com a Bloomberg.
A "yield" das obrigações alemãs a 10 anos agravou-se 7 pontos base para 2,525%, enquanto os juros da dívida italiana avançaram 13,1 pontos base para 4,459%.
Em Portugal, os juros da dívida com a mesma maturidade subiram 8 pontos para 3,407%, ao passo que em Espanha somaram 8,8 pontos base para 3,511%.Fora da Zona Euro, no Reino Unido a "yield" das Gilts a dez anos subiu 14,3 pontos base para 3,609%.
Europa coloca "rally" de início de ano em pausa e termina sessão no vermelho
Os principais índices europeus terminaram o dia ligeiramente em baixa, colocando o "rally" de início de ano em pausa, com os investidores a avaliarem os resultados das empresas, bem como um possível caminho mais "hawkish" da política monetária levada a cabo pelos bancos centrais.
O índice de referência do Velho Continente, Stoxx 600, perdeu 0,19% para 463,77 pontos, com os setores da tecnologia, mineiro e imobiliário a darem os maiores contributos para a queda, com uma descida superior a 1%.
Entre os principais movimentos de mercado, a francesa Engie subiu 4,83% depois de ter anunciado que obteve lucros de 5.200 milhões de euros em 2022, um aumento de 78,4% face a 2021, explicado pelo aumento dos preços do gás e eletricidade na sequência da guerra na Ucrânia.Já o Credit Suisse terminou o dia a perder 4,11% para 2,66 francos suíços, depois de ter chegado a tocar em mínimos de sempre, com uma notícia da Reuters que revela que o presidente do banco estará a ser investigado devido a declarações enganosas.
Ao mesmo tempo, os investidores estiveram também a pesar dados sobre a atividade económica na Zona Euro que ascendeu ao valor mais elevado em nove meses.
Já o Credit Suisse terminou o dia a perder 4,11% para 2,66 francos suíços, depois de ter chegado a tocar em mínimos de sempre, com uma notícia da Reuters que revela que o presidente do banco estará a ser investigado devido a declarações enganosas.
Ao mesmo tempo, os investidores estiveram também a pesar dados sobre a atividade económica na Zona Euro que ascendeu ao valor mais elevado em nove meses.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cedeu 0,52%, o francês CAC-40 desvalorizou 0,37%, o italiano FTSEMIB recuou 0,68%, o britânico FTSE 100 perdeu 0,46% e o espanhol IBEX 35 caiu 0,31%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,65%.