Europa fecha em alta impulsionada por dados dos EUA. Farmacêuticas resistem a anúncio de tarifas
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta sexta-feira.
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Europa fecha em alta impulsionada por dados dos EUA. Farmacêuticas resistem a anúncio de tarifas
Os principais índices europeus fecharam a última sessão desta semana em alta, com o otimismo dos investidores a ser impulsionado pelos dados melhores do que o esperado sobre as despesas de consumo pessoais nos EUA, ofuscando os planos do Presidente norte-americano, Donald Trump, de impor tarifas sobre farmacêuticas que não tenham fábricas nos EUA.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – subiu 0,78%, para os 554,52 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX ganhou 0,87%, o espanhol IBEX 35 subiu 1,30%, o italiano FTSEMIB valorizou 0,96%, o francês CAC-40 avançou 0,97%, o neerlandês AEX somou 0,43% e o britânico FTSE 100 registou ganhos de 0,77%.
As ações europeias têm oscilado entre ganhos e perdas pouco expressivos nos últimos tempos, à medida que os investidores avaliam as perspetivas de cortes nas taxas de juro dos EUA. Com os consumidores a manterem-se resilientes do lado de lá do Atlântico, o indicador de inflação preferido da Reserva Federal cresceu a um ritmo mais lento do que no mês anterior.
No plano das políticas comerciais dos EUA, Trump voltou à carga e anunciou que irá impor uma tarifa de 100% a produtos farmacêuticos importados de empresas que não tenham uma fábrica nos Estados Unidos.
Trump indicou que as novas taxas aduaneiras serão aplicadas a partir de 1 de outubro. O republicano detalhou que apenas serão excluídas destas tarifas "se a construção das fábricas já tiver começado".
“Dada a falta de dados, a possibilidade de que apenas um número limitado de medicamentos seja realmente afetado e o risco de que aumentos generalizados de preços possam ter um efeito político contrário ao desejado, evitamos reduzir a exposição ao setor farmacêutico em resposta ao anúncio”, afirmou à Bloomberg o estratega Wolf von Rotberg.
Apesar do anúncio por parte do Presidente norte-americnao, as farmacêuticas europeias acabaram por não ser muito pressionadas, com algumas das maiores empresas do setor, como a Bayer, a GSK, ou a Astrazeneca, a fecharem o dia com ganhos. Já a Novo Nordisk deslizou mais de 3%.
Entre os movimentos do mercado, a STMicroelectronics perdeu mais de 2%, após uma reportagem do Wall Street Journal ter mostrado que a Administração Trump estará a alinhar planos para reduzir a dependência dos EUA de chips fabricados no exterior.
Juros das dívidas soberanas europeias com alívios em toda a linha
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro fecharam esta sexta-feira com alívios em toda a linha – depois de ontem terem registado fortes agravamentos -, num dia em que as principais bolsas do Velho Continente fecharam em alta.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, aliviaram 1,9 pontos-base, para 3,166%. Em Espanha a "yield" da dívida com a mesma maturidade caiu 2,4 pontos, para 3,309%.
Já os juros da dívida soberana italiana cederam 2,6 pontos, para 3,578%.
Por sua vez, a rendibilidade da dívida francesa seguiu a mesma tendência e aliviou 3,3 pontos-base para 3,567%. Já os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, caíram 2,8 pontos para 2,744%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, registaram a mesma tendência e recuaram 1,1 pontos-base, para 4,744%.
Dólar recua em dia de dados da inflação
O dólar segue a negociar com perdas contidas esta sexta-feira, depois de terem sido conhecidos os dados do indicador de inflação preferido da Reserva Federal (Fed) norte-americana.
O índice do dólar – que mede a força da divisa norte-americana face às principais rivais – desvaloriza 0,32% para os 98,240 pontos.
O índice PCE dos EUA aumentou 2,7% em agosto quando comparado com igual período do ano anterior. O valor foi revelado nesta sexta-feira pelo Gabinete de Análise Económica do Departamento de Comércio dos EUA. Já o índice de preços subjacentes (core) – que exclui os preços da energia e alimentos por serem mais voláteis – subiu 2,9% em agosto numa base anual. Nas variações em cadeia, o PCE avançou 0,3% face a julho e o índice "core" avançou 0,2%.
O valor coloca a inflação ainda acima da meta de 2% ambiciona pelo banco central dos EUA.
Nesta linha, os investidores continuam a apostar que a Fed irá ainda avançar com cortes nas taxas de juro em cerca de 40 pontos-base antes do final de 2025.
Os números da inflação surgem depois de ontem se ter sabido que a economia norte-americana cresceu ao ritmo mais rápido dos últimos dois anos no segundo trimestre deste ano.
A esta hora o dólar recua 0,11% para os 149,630 ienes.
Por cá, a moeda única valoriza 0,19% para os 1,169 dólares. Já a libra avança 0,37% para os 1,339 dólares.
Ouro sobe, prata em máximos de 14 anos e platina no valor mais elevado em mais de uma década
O ouro segue em alta esta sexta-feira, sustentado pelas expectativas de novos cortes de juros pela Reserva Federal e pelo aumento da procura por ativos de refúgio. A esta hora, a cotação do metal avança 0,28% para 3.760,02 dólares por onça, depois de ter atingido um máximo histórico de 3.790 dólares no início da semana.
Desde segunda-feira que o metal amarelo acumula uma valorização próxima de 2% e caminha para a sexta semana consecutiva de ganhos, apoiado também pelo fluxo para fundos cotados em bolsa (ETF) e pelas tensões geopolíticas, como as novas tarifas anunciadas por Donald Trump esta quinta-feira e os vários ataques ucranianos contra infraestruturas energéticas russas.
O índice de preços das despesas pessoais de consumo (PCE) dos EUA veio em linha com as previsões, reforçando as apostas de que a Fed poderá avançar com mais cortes já em outubro, um cenário a que os investidores atribuem uma probabilidade de quase 90%. “Nada nestes dados vai impedir a Fed de prosseguir com outro corte cauteloso em outubro”, defende Tai Wong, analista independente de metais, à Reuters.
O ouro está em vias de encerrar um terceiro ganho trimestral consecutivo, com os bancos, como o Goldman Sachs, a anteciparem a continuação da tendência, de acordo com a Bloomberg.
Nos outros metais preciosos, a prata sobe 1,44% para 45,77 dólares, atingindo máximos de mais de 14 anos, enquanto a platina dispara 3,23% para 1.578,36 dólares, o nível mais elevado em mais de uma década.
Petróleo avança e caminha para maior ganho semanal em três meses
Os preços do petróleo seguem em alta esta sexta-feira, apoiados pelo agravamento das tensões geopolíticas e pelas restrições impostas por Moscovo às exportações de combustíveis. O West Texas Intermediate, referência americana, avança 0,86% para 65,54 dólares por barril, enquanto o Brent, referência europeia, sobe 0,66% para 69,88 dólares.
Ambas as referências acumulam ganhos superiores a 4% esta semana, o maior avanço desde meados de junho, impulsionados pelos ataques ucranianos contra infraestruturas energéticas russas e pela decisão de Moscovo de manter um corte parcial nas exportações de combustíveis até ao final do ano. “O prémio de risco geopolítico, que vinha a ser construído ao longo dos últimos dois meses, materializou-se agora numa verdadeira escassez de oferta”, afirmou Tamas Varga, analista da PVM, citado pela Reuters.
A pressão exercida pelos Estados Unidos sobre aliados para reduzirem compras de energia russa, com Donald Trump a exigir a países como Turquia e Hungria que suspendam as aquisições, aumentou as expectativas de novas sanções. “As principais forças a impulsionar os preços são os receios de sanções mais duras contra a Rússia e os riscos de grandes interrupções de produção”, destacou Barbara Lambrecht, analista do Commerzbank, citada pela Bloomberg.
Apesar da valorização, os preços mantêm-se dentro do intervalo de negociação observado desde agosto. A oferta deverá aumentar nos próximos dias com a retoma das exportações de crude do Curdistão para o porto turco de Ceyhan, após mais de dois anos de suspensão.
Wall Street soma ganhos com dados da inflação. Farmacêuticas avançam após anúncio de tarifas
Os principais índices do lado de lá do Atlântico negoceiam com ganhos, após três sessões consecutivas de perdas, depois de ter sido divulgado o indicador preferido de inflação da Reserva Federal (Fed) norte-americana. O índice de preços das despesas pessoais de consumo (PCE na sigla em inglês) cresceu a um ritmo mais lento no mês passado, dando algum espaço ao banco central para se focar no arrefecimento do mercado laboral dos Estados Unidos (EUA).
O S&P 500 avança 0,18%, para os 6.616,78, o tecnológico Nasdaq Composite ganha 0,12% para os 22.410,60. Já o Dow Jones soma 0,42% para os 46.139,27.
O índice PCE dos EUA aumentou 2,7% em agosto quando comparado com igual período do ano anterior. O valor foi revelado nesta sexta-feira pelo Gabinete de Análise Económica do Departamento de Comércio dos EUA. Já o índice de preços subjacentes (core) – que exclui os preços da energia e alimentos por serem mais voláteis – subiu 2,9% em agosto numa base anual. Nas variações em cadeia, o PCE avançou 0,3% face a julho e o índice "core" avançou 0,2%.
O valor coloca a inflação acima da meta de 2% ambicionada pelo banco central dos EUA.
Nesta linha, os investidores continuam a apostar que a Fed irá ainda avançar com cortes nas taxas de juro em cerca de 40 pontos-base antes do final de 2025.
“Acreditamos que o banco central continua no caminho certo para reduzir novamente as taxas de juro na sua próxima reunião em outubro, uma vez que está claro que a inflação está estável o suficiente para lidar com taxas de juro mais baixas”, disse à Bloomberg Clark Bellin, da Bellwether Wealth. E após quedas de três dias no mercado de ações, os dados são bons o suficiente para atrair compradores, de acordo com David Russell, da TradeStation.
Os dados divulgados nesta sexta-feira também mostraram que os gastos pessoais nos EUA aumentaram em agosto acima do previsto, ilustrando a resiliência do consumidor. O presidente da Fed, Jerome Powell, deixou claro que o banco central continua atento à inflação, já que as tarifas continuam a afetar a maior economia mundial.
No que toca às tarifas da Administração norte-americana, durante a noite de ontem, o Presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou que irá impor uma tarifa de 100% a produtos farmacêuticos importados de empresas que não tenham uma fábrica nos Estados Unidos.
Trump indicou que as novas taxas aduaneiras serão aplicadas a partir de 1 de outubro. O republicano detalhou que apenas serão excluídas destas tarifas "se a construção das fábricas já tiver começado". Algumas das maiores farmacêuticas dos EUA, como a Eli Lilly (+1,20%), a Pfizer (+0,74%) e a Merck (+1%), seguem a ganhar terreno.
A Intel, que já vinha a beneficiar de notícias de que terá abordado a Apple para a “gigante” entrar no seu capital, segue a avançar mais de 3%, depois de o Wall Street Journal ter noticiado que a administração Trump está a ponderar um novo plano para reduzir a dependência dos EUA em relação aos chips fabricados no estrangeiro. A beneficiar disto está igualmente a GlobalFoundries, que valoriza mais de 10% a esta hora.
Entre as “big tech”, a Nvidia sobe 0,38%, a Alphabet soma 1,07%, a Microsoft avança 0,84%, a Meta ganha 0,16%, a Apple recua 1,08% e a Amazon valoriza 0,42%.
Euribor sobe a três e seis meses e mantém-se a 12 meses
A taxa Euribor subiu esta sexta-feira a três e seis meses e manteve-se a 12 meses em relação a quinta-feira.
Com estas alterações, a taxa a três meses, que avançou para 2,000%, permaneceu abaixo das taxas a seis (2,123%) e a 12 meses (2,179%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou, ao ser fixada em 2,123%, mais 0,014 pontos do que na quinta-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a julho indicam que a Euribor a seis meses representava 37,96% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,09% e 25,51%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor manteve-se, ao ser fixada de novo em 2,179%, o mesmo valor de quinta-feira.
A Euribor a três meses subiu para 2,000%, mais 0,020 pontos que na quinta-feira.
Em 11 de setembro, o Banco Central Europeu (BCE) manteve, pela segunda reunião de política monetária consecutiva, as taxas diretoras, como antecipado pelos mercados e depois de oito reduções das mesmas desde que a entidade iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 29 e 30 de outubro em Florença em Itália.
Em agosto, as médias mensais da Euribor subiram nos três prazos, e de forma mais acentuada a três meses.
A média da Euribor em agosto subiu 0,075 pontos para 2,021% a três meses e 0,029 pontos para 2,084% a seis meses.
Já a 12 meses, a média da Euribor avançou em agosto, designadamente 0,035 pontos para 2,114%.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Bolsas europeias em alta mesmo com novas tarifas sobre farmacêuticas e automóveis
As principais bolsas europeias recuperam esta sexta-feira das quedas recentes, com destaque para o impulso dado pelos setores financeiro e industrial. Os setores da saúde e automóvel estão em terreno positivo, apesar das novas tarifas anunciadas pelo presidente norte-americano Donald Trump.
A esta hora, o índice de referência Stoxx 600 avança 0,39% para 552,36 pontos, apoiado por ganhos de 0,46% na banca e 0,53% na industria, segundo dados da Bloomberg. Os seguros (+1,4%) e a construção (+0,6%) também influenciam a negociação positiva.
Entre os principais mercados, o DAX de Frankfurt sobe 0,48% para 23.647,55 pontos, o CAC-40 de Paris valoriza 0,80% para 7.857,83 pontos e o FTSE 100 de Londres soma 0,27% para 9.238,76 pontos. Em Madrid, o IBEX 35 avança 0,37% para 15.209,90 pontos, enquanto em Milão o FTSE MIB sobe 0,48% para 42.443,19 pontos. Lisboa acompanha a tendência, com o PSI 20 a ganhar 0,18% para 7.928,44 pontos e Amesterdão acrescenta 0,27% para 936,86 pontos.
O setor da saúde avança 0,11%, apesar das tarifas de 100% sobre farmacêuticas sem sede nos EUA, com o setor automóvel também a aumentar 0,71% após os novos impostos de 25% sobre camiões. Apesar do movimento positivo, as novas tarifas pressionaram as ações da Daimler Truck e da Traton, que desceram mais de 2%.
Também o setor do petróleo e gás ganha 0,79%. Nas descidas, o setor tecnológico é o que mais recua, com uma descida de 0,51%, seguido dos recursos básicos, com uma queda de 0,32%.
Dólar recua ligeiramente antes de dados de consumo nos EUA mas mantém ganhos semanais
O dólar está a recuar esta sexta-feira, com o índice do dólar americano (DXY), que compara o valor da moeda norte-americana com outras divisas a descer 0,16% para 98,396 pontos, após fortes dados económicos norte-americanos terem reduzido as expectativas de cortes adicionais de juros pela Reserva Federal. Ainda assim, o índice caminha para a maior valorização semanal em dois meses.
A agência nota que o PIB dos EUA no segundo trimestre foi revisto em alta para 3,8%, enquanto os pedidos de subsídio de desemprego e os dados de encomendas de bens duradouros e inventários também superaram as previsões. “Quando vemos números como os de quinta-feira, perguntamos: onde está a urgência?”, comentou Gavin Friend, estratega do National Australia Bank, em declarações à Reuters.
A esta hora, o euro sobe 0,04% para 1,1671 dólares, enquanto o iene japonês enfraquece ligeiramente, com o dólar a ganhar 0,03% para 149,85 ienes. A libra esterlina avança 0,01% para 1,3347 dólares, enquanto a divisa suíça negocia em 0,7998 francos suíços por dólar, praticamente estável (+0,01%).
Os investidores aguardam agora os dados do índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE), a medida de inflação preferida da Fed, que deverão mostrar uma subida mensal de 0,3% e anual de 2,7% em agosto, de acordo com um inquérito da Reuters.
Juros recuam na Zona Euro. Suíça em contra-ciclo
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a aliviar nesta sexta-feira, num dia em que os investidores estão a apostar em opções mais seguras, depois do Presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado uma nova ronda de tarifas, aplicadas a medicamentos e camiões, o que traz novas incertezas ao comércio global.
A Suíça já está a sentir o impacto do anúncio das novas tarifas, pois o país está particularmente exposto às novas imposições americanas. O setor farmacêutico é um dos mais importantes da economia helvética e as tarifas de 100% anunciadas por Trump para medicamentos exportados para os EUA colocam pressão sobre um país que já tem das tarifas de exportação mais altas entre as impostas pelos americanos (39%). O juro da dívida Suíça avança 0,3 pontos-base, para uma rendibilidade de 0,147%, num contexto de alívio entre os pares europeus.
As obrigações alemãs a dez anos, tidas como referência para o contexto europeu, estão a recuar 0,6 pontos-base para uma taxa de 2,766%. Já em França, o recuo dos juros da dívida é de 1,2 pontos-base para 3,587%. Em Itália a descida é de 1,1 pontos-base, para 3,593% de rendibilidade. De sublinhar que as dívidas francesa e italiana continuam muito próximas em termos de rendibilidade, um reflexo das penalizações que França tem tido junto das agências de notação financeira.
A "yield" das obrigações do Tesouro portuguesas a 10 anos caem 0,8 pontos para 3,177%. Espanha acompanha a tendência, com os juros da dívida a 10 anos a recuarem 0,9 pontos-base para 3,324% de juro, num dia em que se soube que a economia espanhola cresceu 3,1% no segundo trimestre.
No Reino Unido, a rendibilidade das obrigações situa-se nos 4,741%, uma descida de 1,4 pontos-base. Nos EUA, as obrigações seguem a agravar 0,6 pontos para uma taxa de rendibilidade de 4,176%.
Petróleo encaminha-se para maior ganho semanal em três meses com pressão sobre Rússia
O petróleo avança ligeiramente esta sexta-feira, com o West Texas Intermediate, referência americana, a subir 0,20% para 65,11 dólares e o Brent, referência europeia, a valorizar 0,03% para 69,44 dólares mas mantém-se a caminho do maior ganho semanal desde junho, impulsionado por tensões geopolíticas e cortes nas exportações russas de combustíveis.
Os preços do crude acumulam mais de 4% de valorização na semana, apoiados pelos ataques ucranianos contra infraestruturas energéticas russas, que levaram Moscovo a suspender parte das exportações de gasóleo até ao final do ano e a prolongar o embargo à gasolina. “Os ganhos foram sustentados pelos ataques contínuos de drones da Ucrânia, pela decisão da Rússia de travar exportações e pelo alerta da NATO de que está pronta a responder a futuras violações do seu espaço aéreo”, afirmou Tony Sycamore, analista da IG, citado pela Reuters.
A pressão sobre a capacidade de refinação pode obrigar Moscovo a reduzir a produção de crude, com algumas regiões já a enfrentarem escassez de certos combustíveis. Ao mesmo tempo, o regresso das exportações do Curdistão nos próximos dias deverá devolver até 500 mil barris por dia ao mercado global, atenuando parte da escalada de preços, segundo a análise do banco ANZ.
O petróleo segue para um ganho semanal superior a 4%, o maior em mais de três meses, num contexto de pressão diplomática acrescida dos EUA sobre os compradores de energia russa. O presidente Donald Trump instou a Turquia a suspender as compras a Moscovo e discutiu o tema da segurança energética com os líderes da Hungria e da Eslováquia. “A Turquia tem muitas opções, enquanto Hungria e Eslováquia estão de certo modo presas a um único oleoduto”, disse Trump.
O aumento das tensões reforça os riscos de uma subida de preços a curto prazo, mas os analistas lembram que o mercado permanece num intervalo estreito desde agosto, com previsões de excedente para o final do ano devido ao aumento da produção da OPEP+ e de produtores independentes.
Ouro recua antes de dados de inflação dos EUA mas mantém sexto ganho semanal
O ouro recua ligeiramente esta sexta-feira, com uma queda de 0,16% para 3.743,62 dólares por onça, enquanto os investidores aguardam o relatório do índice de preços das despesas de consumo pessoal (PCE), a medida de inflação preferida pela Reserva Federal. Já a prata sobe 0,64% para 45,41 dólares e a platina avança 1,74% para 1.555,52 dólares.
O ouro manteve-se estável nas primeiras horas do dia em torno dos 3.748,41 dólares, acumulando até agora uma valorização semanal de 1,6%. As apostas em novos cortes de juros pela Fed arrefeceram após dados económicos mais fortes nos EUA: os pedidos semanais de subsídio de desemprego caíram e o PIB do segundo trimestre superou as estimativas, suportado pelo consumo e investimento. As probabilidades de cortes em outubro e dezembro recuaram para 85% e 60%, face a 91% e 76% anteriormente, segundo o CME FedWatch.
Ainda assim, novas tarifas anunciadas por Donald Trump continuam a sustentar a procura de refúgio. “A última ronda de tarifas de Trump mantém os investidores em alerta e os fluxos de aversão ao risco podem limitar perdas adicionais no ouro”, comentou Tim Waterer, analista-chefe da KCM Trade, citado pela agência Reuters.
O metal precioso caminha para a sexta semana consecutiva de ganhos, apoiado por tensões geopolíticas, fluxo para fundos cotados em ouro (ETFs) e uma postura mais cautelosa nos mercados. A agência de notícias Bloomberg noticia que diplomatas europeus alertaram Moscovo de que a NATO responderá com força total a novas violações do espaço aéreo, incluindo o abate de aviões russos. Em paralelo, os mercados asiáticos recuaram após Trump anunciar tarifas de 100% sobre produtos farmacêuticos patenteados e novos impostos sobre camiões pesados e mobiliário.
A prata também mantém ganhos sólidos, negociando acima dos 45 dólares, nível não visto desde 2011, enquanto a platina atingiu máximos desde 2013 e o paládio aproxima-se de um ganho semanal de 10%.
Tarifas sobre farmacêuticas atiram Ásia para o vermelho. Europa pressionada
As bolsas asiáticas negociaram com desvalorizações na última sessão da semana, pressionadas pelas novas tarifas dos EUA, que Donald Trump anunciou na noite passada. A Casa Branca vai aplicar uma taxa de 100% a todos os produtos farmacêuticos importados de empresas que não tenham uma fábrica nos Estados Unidos. Momentos antes, disse que queria impor tarifas de 25% a todos os camiões. As duas taxas começarão a ser cobradas já na próxima quarta-feira, 1 de outubro.
"Esta ameaça renovada ao setor farmacêutico foi levantada várias vezes por Trump como uma ferramenta de negociação", afirmou Anna Wu, estratega da VanEck Associates, em declarações à Bloomberg. "Antecipo que a taxa pese sobre o setor da saúde e o sentimento geral em relação às ações globais, incluindo os mercados asiáticos", acrescentou.
A Administração dos EUA estará ainda a planear reduzir a dependência do país em relação aos semicondutores fabricados no exterior, segundo avançou o The Wall Street Journal. Um índice que agrega as ações de tecnologia asiáticas caiu 2,5% com a notícia.
Os investidores também estão a reduzir as ações de semicondutores na Coreia do Sul, após os ganhos significativos neste mês, numa tomada de mais-valias. A Samsung Electronics caiu mais de 3% e a SK Hynix mais de 5%. A praça sul-coreana Kospi afunda 2,5%.
O Japão, a par com a Europa, deverá ser o mais afetado com as tarifas sobre as farmacêuticas. No ano passado, o gigante asiático exportou 2,5 mil milhões de dólares em produtos farmacêuticos para os EUA. Esta sexta-feira, o Topix está praticamente inalterado e o Nikkei 225 perde 0,71%, arrastado pelas quedas das farmacêuticas Otsuka Holdings (-3,3%), Daiichi Sankyo (-1,8%) e Sumitomo Pharma (-3,5%).
Na China, tanto o Shangai Composite como o Hang Seng, em Hong Kong, recuam 0,5%. Em contraciclo, na Austrália, o S&P/ASX 200 sobe 0,17%.
A Europa deverá também arrancar com perdas, com os futuros do Euro Stoxx 50 a cair 0,36%. Cerca de 60% das importações farmacêuticas dos EUA em 2024 vieram da União Europeia. A Suíça foi o segundo maior exportador ao representar 9%. Ao mesmo tempo, muitos fabricantes de medicamentos já anunciaram planos de investimento milionários nos EUA este ano, de forma a mitigar o impacto das tarifas sobre as importações. É o caso da Astrazeneca, Roche, Eli Lilly & Co, Johnson & Johnson, Novartis e a Sanofi.
O mercado estará hoje a reagir às novas tarifas, enquanto aguardam pelos dados da inflação nos EUA, com o indicador favorito da Reserva Federal a ser atualizado hoje: o índice PCE subjacente. Ontem, os dados sólidos do PIB da maior economia do mundo complicaram as perspectivas do mercado sobre novos cortes nas taxas de juro.
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