Portugal paga menos para emitir 1.047 milhões em dívida a cinco e 12 anos
Portugal colocou 1.047 milhões de euros em nova dívida a cinco e 12 anos, tendo pago menos, apesar do momento conturbado nos mercados financeiros. A dívida soberana tem registado uma elevada volatilidade desde o anúncio das tarifas impostas por Donald Trump e, ao contrário do que acontecia nas primeiras sessões de fuga ao risco e "sell-off" das ações, já nem as obrigações são vistas como refúgio, estando também a ser alvo de venda esta quarta-feira.
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"Em períodos de maior instabilidade, a dívida soberana tende a funcionar como um ativo de refúgio. No caso das obrigações a 5 anos, as taxas recuaram face à semana anterior, ao passo que, nas obrigações a 12 anos, registou-se uma ligeira subida", explica Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.
No caso da maturidade mais longa, foram emitidos 586 milhões de euros com prazo a 15 de abril de 2037, com uma taxa de juro de 3,416%. O último leilão comparável aconteceu a 12 de março, quando o país colocou 537 milhões de euros a uma "yield" de 3,633% e com uma procura 1,98 vezes acima da oferta. Desta vez, a procura foi 2,01 superior à oferta.
Já em relação aos títulos com prazo mais curto, foram colocados 461 milhões de euros com um juro de 2,347%. A última vez que o país emitiu dívida a cinco anos foi em fevereiro de 2024, ou seja, com condições diferentes das atuais - nomeadamente no que diz respeito às taxas de juro de referência do Banco Central Europeu (BCE) que têm vindo a ser revistas em baixa. Na altura, colocou 453 milhões de euros com uma "yield" de 2,656% e uma procura a superar a oferta em 1,53 vezes. Desta vez foi de 2,26 vezes.
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"Os movimentos observados estão também fortemente influenciados pelo desempenho do mercado acionista, uma vez que posições alavancadas obrigam os investidores a procurar liquidez, pressionando assim o mercado obrigacionista e as respetivas 'yields'", acrescenta Filipe Silva. Em mercado secundário, a "yield" de Portugal na maturidade benchmark, ou seja, na maturidade a 10 anos segue a subir 1,4 pontos-base para 3,242%. A cinco anos alivia ainda para 2,454%.
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(Notícia atualizada)
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