Na abertura do congresso que assinalou o Ano Internacional das Cooperativas, proclamado pela ONU, Licínio Pina sublinhou que o cooperativismo “é uma forma de afirmação na sociedade, pelas pessoas e pelos territórios”. O responsável, que durante anos liderou a presidência executiva do Crédito Agrícola em Portugal e que agora preside ao Conselho Superior da Caixa Central do CA, lembrou, no Congresso Internacional do Cooperativismo, organizado pelo Crédito Agrícola e pela Confagri, e que contou com o Jornal de Negócios e o canal Now como media partners, que “ser cooperante é fazer parte da mesma família e não olhar apenas para resultados económicos, mas pensar na melhoria contínua da qualidade de vida das pessoas”.
Em Portugal, o Crédito Agrícola tem uma história de mais de 100 anos. Hoje é a instituição bancária com mais presença em todo o país, sendo a única em muitas localidades. Cresce mais do que as congéneres europeias e em vários indicadores apresenta números mais positivos que o resto da banca local, como foi detalhado ao longo do evento.
As suas estruturas associadas fazem parte das cerca de 2.000 cooperativas que existem em Portugal. Destas, a Confagri representa mais de 400. Idalino Leão, presidente desta Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri) lembrou durante o evento que em muitos concelhos as cooperativas são hoje o segundo maior empregador. “Um mundo invisível que merece ser cuidado e ter espaço na concertação social”, pelo papel que tem hoje na dinamização de territórios”, destacou.
“Muitos para não dizer a generalidade dos pequenos produtores agrícolas, sem as cooperativas já tinham abandonado as suas atividades”, acrescentou noutra intervenção Jorge Volante, presidente da Federação Nacional das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo (Fenacam).
Fomentar o cooperativismo, para os representantes do setor que passaram pelo evento, é concretizar os pontos que os responsáveis políticos que ali tiveram voz também destacaram. Os custos de produção e operação têm um peso elevado que é preciso controlar, a burocracia entrava a agilidade e é preciso apostar na qualificação e na profissionalização das cooperativas, que por essa via terão mais e melhores condições para contribuir para uma agricultura mais rentável e mais moderna. Com isso virá uma maior capacidade para atrair jovens, também altamente destacada.
Para pôr no terreno medidas como estas e outras, Idalino Leão foi um dos responsáveis a defender no congresso que valia a pena voltar a criar e dedicar uma secretaria de Estado ao cooperativismo, como já existiu no passado.