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Premiados são exemplos de luta e superação em tempos de pandemia

A crise sanitária criou situações excecionais e exigiu esforços redobrados às instituições de saúde pelo que era inevitável dedicar esta edição ao reconhecimento de iniciativas que se destacaram na luta contra a covid-19.

12 de Novembro de 2020 às 15:30
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"Os vencedores e os candidatos ao prémio Saúde Sustentável são exemplos de luta e de superação em tempos de pandemia. Os prémios contribuem para o reconhecimento do trabalho notável que as instituições de saúde fazem em Portugal", disse Francisco del Val, diretor-geral da Sanofi, sublinhando que "a edição deste ano é muito especial tendo em conta a situação pandémica que o mundo atravessa, por isso era inevitável dedicar esta edição ao reconhecimento de iniciativas que se destacaram na luta contra a covid-19".

Na sua mensagem, Jorge Sampaio, Presidente da República entre 1995 e 2005 e presidente do júri, considerou que "a variedade das distinguidas, entre 111 recebidas, ilustra que a procura de soluções para os problemas que surgiram com a pandemia foi rápida, engenhosa e com impacto positivo imediato. Há agora que divulgar e replicar algumas soluções encontradas para que as boas práticas possam alcançar massa crítica e ampliar significativamente o universo dos beneficiários".

O diretor-geral da Sanofi fez referência "às aprendizagens que esta pandemia nos traz como a importância de ter um bom sistema público de saúde, dotado de recursos e infraestruturas e adequadamente financiado. A importância de investir em I&D, em inovação, compreender que o investimento em saúde e em medicamentos não pode ser encarado apenas como uma despesa. É nestes tempos de vulnerabilidade que devemos tomar consciência do valor de uma resposta adequada da ciência e da investigação para o desenvolvimento de medicamentos."

Saúde pública

Salientou o impacto profundo no mundo, nas pessoas, na economia, sem esquecer os doentes não covid-19 que continuaram a necessitar de cuidados de saúde nesta crise sanitária intensa, que "desde o primeiro dia desta crise todos os ligados à saúde tiveram de procurar novas soluções para responder aos desafios que enfrentamos. Colocamos em execução ensaios clínicos em tempo recorde e que representou um investimento em 2020 de oito milhões de euros, e estamos a trabalhar em contra relógio na investigação e desenvolvimento de uma vacina", exemplificou Francisco del Val.

Por sua vez Jorge Sampaio sustentou que "sem saúde pública pouco ou nada nos resta enquanto comunidade com o projeto de vida coletiva, as pandemias são ameaças à segurança humana e ao desenvolvimento das sociedades, só podem ser ultrapassadas com mais e melhor saúde pública". Salientou que a saúde pública e as questões da sustentabilidade estão na ordem do dia, por causa da pandemia de covid-19, que criou uma situação de emergência para a qual é necessário dar respostas imediatas, não podemos deixar de reconhecer que é um momento de reflexão e chamada de atenção para o quanto as questões de saúde e o direito que lhe corresponde são básicos e constituem condição sine qua non de tudo o resto.

Francisco del Val: "Há procedimentos que vieram para ficar"

Qual é a análise que faz das respostas à pandemia de covid-19 e aos efeitos na capacidade de atendimento de outros cuidados de saúde?

O foco dado à covid-19 implicou o cancelamento ou adiamento de cirurgias programadas, consultas e cuidados assistenciais fundamentais. Paralelamente, motivada pelo receio de contágio, a população procurou menos os serviços de saúde, em ambiente ambulatório e hospitalar. E, revelando um efeito de substituição expectável, aumentou significativamente o volume de consultas por telemedicina.

Outro exemplo são os registos conhecidos à data que indicam que em 2020 houve um aumento significativo da mortalidade face a períodos anteriores comparáveis. De acordo com um estudo publicado na Ata Médica Portuguesa, o excesso de mortalidade ocorrido entre 1 de março e 22 de abril poderá ter sido 3,5 a 5 vezes superior ao explicado pelas mortes por covid-19 reportadas oficialmente. Esta conclusão deverá ser alvo de uma reflexão ponderada para aferir as suas causas e potenciar uma melhor resposta futura.

É certo que Portugal pode ser um bom exemplo de gestão de crise, mas ficou também claro que os temas de planeamento, gestão de recursos humanos e materiais requerem tempo e articulação para serem corretamente solucionados.

O que é que a crise pandémica mudou (ou deveria mudar) na agenda da saúde?

Acredito que todas as crises criam oportunidades e existem certamente novos procedimentos que vieram para ficar como a telemedicina e a digitalização da saúde no geral, a domiciliação dos cuidados, o acesso de proximidade às terapêuticas, um maior investimento na prevenção da doença e promoção da saúde.

Destaco a força das sinergias e de como nesta pandemia ficou provado o potencial de complementaridade entre os setores social, privado e o SNS para melhorar o nível de resposta do sistema de saúde.

E como em saúde a prevenção é fundamental, destaco também o nosso compromisso para com a saúde pública nomeadamente na disponibilização da nossa vacina da gripe aos utentes do sistema nacional de saúde, protegendo a saúde de todos mas acima de tudo das populações mais fragilizadas como os grupos de risco.

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