É o Super-homem?
Não deixa de ser curioso que o seu inimigo principal fosse um CEO, Lex Luthor. O sonho europeu não tem, no caso de Obama, a ver com o americano. Nos últimos meses, as tensões acumuladas dos americanos, alimentadas por um executivo sem estofo e adepto das trapalhadas (da resposta ao furacão Katrina à guerra do Iraque), foram sujeitas à suprema prova. Com a crise financeira, os americanos foram atirados para o divã de Freud. E o médico que estava mais à mão era Obama. Este é hoje o símbolo da rebelião das massas americanas contra as suas elites. Contra os políticos e os executivos financeiros em quem deixaram de confiar. Nas mãos, Obama tem um hamburger a escaldar: como voltar a alimentar os americanos com confiança? Por outro lado, representa o fim de uma era criada por Reagan: a que declarava que o Estado não era a solução. E é aí agora que os americanos, defraudados nas suas poupanças (as acções e as casas que adquiriram), vão agora bater à porta. Obama pode ter encantado os europeus e vai ter uma espinhosa missão no Iraque e no Afeganistão. Mas, antes, terá de fazer de Super-homem. E limpar os EUA da noção de insegurança em que o deixaram.
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