Ambições quentes sobre gelo fino: os novos desafios no Ártico
O Ártico, outrora considerado uma periferia geoestratégica, está a tornar-se um novo eixo da rivalidade global, marcado por clivagens entre cooperação científica, direitos soberanos e ambições de grande potência.
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A recente aparição do quebra-gelo chinês Xue Long 2, a norte do Alasca, marcou um novo capítulo na crescente presença polar da China. A embarcação foi detetada, em finais de julho de 2025, a operar a cerca de 290 milhas náuticas da costa norte-americana, dentro da autoproclamada plataforma continental estendida dos Estados Unidos. Embora apresentada como missão científica, a operação reacendeu o debate sobre os limites do direito internacional, a presença de potências extrarregionais no Ártico e o equilíbrio estratégico numa região em rápida transformação. O Xue Long 2, o mais moderno quebra-gelo da frota chinesa, foi monitorizado pela Guarda Costeira dos EUA no âmbito da Operação Frontier Sentinel, criada para responder a atividades estrangeiras na região. Uma aeronave de patrulha C-130 foi enviada da base de Kodiak, e os sistemas de vigilância naval e aérea foram reforçados. Além desta embarcação, outros dois navios científicos chineses estão também em deslocação para o Ártico, um deles com autorização para utilizar a Rota do Mar do Norte, sob jurisdição russa.
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