Pobrezinhos mas otimistas
Estamos verdadeiramente na cauda da Europa. Falta a isto juntar o efeito demolidor que terá na classe média, claramente a mais endividada, da subida das taxas de juro e das prestações mensais para amortizar crédito imobiliário ou ao consumo de cada família.
- Partilhar artigo
- ...
Depois de alguns anos em que nos fomos convencendo de que o país estava a crescer, as contas públicas a recuperar e que todos vivíamos um pouco melhor, eis que somos confrontados com uma situação, inesperada para uns quantos governantes, em que voltamos a estar perante a realidade. A dívida pública desceu pouco, os serviços públicos custam mais dinheiro, mas nem por isso são mais eficientes, as remunerações dos trabalhadores não subiram apesar do aumento significativo do salário mínimo, a riqueza produzida não regista aumentos em resultado da tão necessária melhoria da produtividade. Nestas circunstâncias surgiu uma pressão inflacionista que fez subir os preços de forma galopante e as medidas de compensação apresentadas são claramente insuficientes porque o orçamento continua muito rígido do lado da despesa e não é possível fazer milagres do lado da receita ou, por outras palavras, ainda não é desta que vemos suavizada a carga fiscal. O magnífico resultado do exercício orçamental de 2022 fica a dever-se, quase em exclusivo, ao efeito da inflação sobre o IVA.
Mais lidas