Prodigalidade, excentricidade e ilegalidade
No tempo dos escândalos com instituições financeiras, de que o caso Espírito Santo é o mais relevante, percebemos que o desporto nacional, que pensávamos ser o futebol, é afinal o "assobiar para o lado".
- Partilhar artigo
- ...
A propósito do relatório de auditoria à SAD do Futebol Clube do Porto recentemente divulgada, tive oportunidade de ouvir Carlos Barbosa da Cruz, pessoa que muito estimo pessoalmente, dizer que a situação poderia ser analisada segundo três prismas: o da prodigalidade, o da excentricidade e o da ilegalidade. De facto, assim é. Temos exemplos de tudo isto ao longo dos últimos cinco anos, nuns casos, e dez anos noutros. Para trás ninguém sabe, mas não é impossível prever que situações semelhantes tivessem ocorrido. A pouca-vergonha é grande e a falta de pudor inimaginável. Já nem me vou referir ao interesse público atribuído aos clubes desportivos, mas tão-só, àquela ideia angelical de que o amor ao nosso clube de coração, que é aliás para toda a vida, tornaria improvável que alguém lhe quisesse fazer mal ainda que por via de uma sociedade anónima que detém e sobre a qual a atenção dos sócios (que não a dos os acionistas) se recai, para o melhor e para o pior, a cada jogo de futebol. Certamente iremos ouvir ainda muitas histórias mais sobre este triste tema, em que tudo se mistura. O respeito pela legalidade e pela decência, mas também as relações pessoais e a consideração maior ou menor que temos pelos envolvidos, sem esquecer o princípio básico da presunção da inocência.
Mais lidas