Televisões sem declaração de interesses
Se não nos cansamos de dizer que a nossa democracia está madura, bom seria que a comunicação social e todos os que através dela emitem opinião, decidam o que fazer: o prosseguir a via da efetiva isenção e igualdade de tratamento ou em alternativa apresentarem a sua declaração de interesses.
- Partilhar artigo
- ...
Países há em que é conhecida a ligação entre órgãos de comunicação social e partidos políticos e em que o próprio estatuto editorial é claro na promoção e defesa de valores identificados em determinadas correntes ideológicas. Não só não vem daqui mal ao mundo como até os mais incautos ficam a saber o que estão a ler, ver ou ouvir. Em Portugal não só não é assim como, bem ao contrário, há uma certa tendência para defender interesses específicos querendo parecer imparcial aos olhos de todos. Ao início um pouco a medo, mais recentemente sem qualquer pudor. Como se tudo isto já não fosse suficientemente mau, temos também uma profusão de comentadores que nos beneficiam diariamente com as suas opiniões. Todas elas, uma vez mais, de total imparcialidade e cumprindo os mais elevados padrões de ética de um jornalista como muitos deles são. A velocidade vertiginosa com que alguns evoluem para o novo registo de “influencer” é notável. O problema é que ninguém lhes conhece pensamento ou orientação política. Em alguns casos não seria necessário, tal a limpidez com que exteriorizam as suas opiniões, designadamente as de antipatia.
Mais lidas