Sempre se poderá dizer que as expectativas não eram grandes. Mas talvez seja melhor começar assim. Ninguém sairá defraudado. A verdade é que o governo começou de forma pouco convencional e com alguns problemas de comunicação. O habitual período de contenção da oposição não aconteceu. Sendo minoritário, o governo poderia ter optado por uma estratégia de aproximação a quem com ele fizesse maioria. Mas escolheu a via do combate tentando encostar os adversários à parede. Desde logo com o “não é não” ao Chega e com a separação de águas com o anterior governo socialista pondo mesmo em causa os resultados das contas públicas. A eleição do presidente da Assembleia da República foi um momento triste e o anúncio da descida do IRS – que por sinal ainda está em discussão – também não foi um episódio que deixe saudade. O certo é que, paulatinamente, dia após dia, as coisas vão acontecendo e a gestão da comunicação de Montenegro começa a resultar. Falar quando faz sentido. Manter o silêncio quando nada se tem para dizer ou perante ataques da oposição. Há um momento certo para o fazer. O primeiro debate quinzenal foi disso prova e mostrou que estava preparado para continuar o combate.