Orçamento com malabarismo
Antes da apresentação e discussão do Orçamento do Estado para 2021, António Costa ensaiou uma crise política para amarrar os partidos de esquerda na aprovação do documento. Mas este ano ainda será uma crise num copo de água, a tempestade virá depois com a previsível derrapagem das contas públicas.
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A dramatização de António Costa face à atitude dos partidos de esquerda sobre o Orçamento do Estado é compreensível. O Governo precisa de aprovar, sem grandes danos, um documento difícil, em que não há muito para oferecer. A fatura da hibernação económica é enorme. A rigidez da despesa pública e os compromissos já assumidos, mesmo sem mais aumentos de salários no Estado e nas pensões, agravam o problema que João Leão tem de resolver. Mesmo com a aprovação garantida já seria um exercício muito difícil, tendo de haver negociação, o malabarismo vai ser ainda mais desafiante, sendo que o resultado final será um novo agravamento do défice e da dívida pública, que como sabemos será sempre pago, mais tarde pelos contribuintes com mais impostos.
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