Álvaro, moralistas vs vida real, Banco de Portugal
Álvaro Almeida não é uma opção tão defensiva para o SNS como diz Marcelo. O tratamento dado às mulheres no Bloco e as desventuras aeroportuárias de um deputado do Chega mostram a tensão entre moralismo e vida real. E a política, não a monetária, não larga o Banco de Portugal.
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Álvaro Almeida – opção “defensiva”? A direção executiva do SNS foi criada à medida do seu primeiro gestor, que tinha (e tem) uma reputação de competência. A ministra Ana Paula Martins aceitou correr o risco de afastar Fernando Araújo, empenhando o seu capital político em Gandra D’Almeida (cujas histórias eram conhecidas de alguns nos bastidores do SNS). O fracasso da escolha levou ao que o Presidente da República, numa farpa típica, chamou de opção “defensiva”: o economista Álvaro Almeida. Em parte percebe-se a palavra. Almeida gera opiniões consensuais positivas sobre a sua seriedade, competência e conhecimento da Saúde em termos “macro”, área em que tem um pensamento estruturado. Dali não virão surpresas. Mas o economista é alguém frontal e que não precisa daquele lugar, tendo mostrado no passado – na ARS Norte e no cargo de deputado do PSD de Rui Rio – que não fica onde não quer (é uma pessoa do Norte, no melhor sentido do chavão). Álvaro Almeida é, também, um liberal que tenderá a valorizar a articulação do SNS com a gestão privada, uma opção polémica, como é tudo na Saúde. O terceiro diretor executivo em pouco mais de dois anos não é uma escolha assim tão “defensiva” - sobretudo se o Governo quiser marcar passo numa área dada ao conflito e à exposição mediática.
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