As regras da greve precisam de uma reforma
Um sindicato da CP marca uma greve “em defesa da honra dos maquinistas”. Uma federação sindical com cinco mil sócios convoca uma greve geral para 690 mil trabalhadores. Um sindicato exorta uma classe a fazer greve por outra. A legislação sobre a greve no setor público não precisa só da alteração cirúrgica que o Governo quer fazer.
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Um sindicato da CP marcou uma greve para 6 de dezembro “em defesa da dignidade e da honra dos maquinistas”. Talvez antevendo o óbvio – a crítica inevitável a uma greve que não surge após uma negociação fracassada sobre melhores salários e condições de trabalho – o sindicato diz-nos que as greves “servem também para defender a honra e o respeito profissional”. A defesa é contra a associação que o ministro Leitão Amaro fez, em termos vagos, entre insegurança na ferrovia e o consumo de álcool pelos maquinistas. Esta greve “pela honra” surge na ressaca de outras paralisações parciais, como uma que durou seis dias consecutivos – seis dias – em outubro, convocada pelo sindicato dos revisores e funcionários das bilheteiras.
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