Esquerda e direita têm razão nos salários
A esquerda tem usado o salário mínimo para pressionar a mudança na cultura salarial portuguesa. A direita reclama uma redução ambiciosa da carga fiscal sobre o trabalho. Sem conciliar estas duas frentes não haverá rendimentos mais altos numa economia cujo problema de produtividade levará tempo a resolver.
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Uma das novidades desta campanha eleitoral face às anteriores está na preponderância maior de um tema antes remetido para um plano secundário: os salários. A omissão era escandalosa e um erro estratégico, sobretudo dos grandes partidos. A seguir à saúde, outro dos principais assuntos da campanha, a dupla salários-emprego constituía antes da pandemia o segundo tema mais prioritário para os eleitores. Dado que os salários aqui são reconhecidamente mais baixos do que na esmagadora maioria da Europa – e que o mercado português é escasso em oportunidades –, até é surpreendente que este não seja o tema principal para os eleitores.
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