João Caupers entra num café
Mais do que o seu posicionamento ideológico, os 47 textos de opinião escritos há uns anos expõem a falta de densidade e sofisticação intelectual do novo presidente do mais alto tribunal do país. A sua ascensão ao topo da instituição ilustra o défice que grassa no Constitucional.
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Ninguém pode dizer que João Caupers, o novo presidente do Tribunal Constitucional, é um homem que não assume as suas convicções. Entre 2010 e 2014, precisamente até ir para o Constitucional como juiz conselheiro, foi o cronista mais assíduo no espaço de opinião da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, assinando ali 47 textos muito francos sobre economia, costumes, os políticos e os media. Um catedrático com extensa obra publicada que, nas suas palavras, quer “agitar” o pensamento de uma plateia que se presume igualmente qualificada é algo que promete – quem geria aquele espaço de opinião na faculdade usava por vezes essa palavra, “promete”, para promover os textos. O que revelam, então, essas prosas sem filtro sobre a cabeça no topo do mais alto tribunal do país?
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