Nadar nu é mais difícil quando a maré baixa
A pergunta de fundo que está a ser feita na crise de confiança na banca é esta: “O que está nos balanços dos bancos e seguradoras depois de anos de taxas de juro negativas?”. Há razões para algum conforto, mas ouve-se o gelo a rachar. A incerteza voltou a aumentar muito.
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Uma crise de confiança na banca, como a que teve início nos Estados Unidos, é sempre uma oportunidade para nos lembrarmos do gelo fino em que um banco opera. “Os bancos são máquinas que transformam depósitos seguros em investimentos com risco”, escreveu há dias Matt Klein, autor da newsletter “The overshoot”. Um aspeto chave dessa transformação é, claro, o valor dos investimentos, essencial para a credibilidade da promessa de que se pagará aos depositantes. Outro Matt – o Matt Levine, da Bloomberg – nota que “um banco é uma coleção de estimativas sobre a avaliação” dos seus investimentos ou ativos. Em tempos normais ninguém põe muito em causa estas avaliações mas, mais tarde ou mais cedo, há um momento em que a pergunta é feita com maior premência – uma venda feita em stress pelo Sillicon Valley Bank (SVB) foi esse momento.
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