Seis pistas sobre a inflação recorde de 2022
Vamos ter um Verão quente na energia, a inflação alta não vai desaparecer assim tão depressa, a perda de poder de compra será duradoura – e, dada a restrição orçamental e as opções tomadas dentro desta, a austeridade é a escolha governativa. Mesmo que não seja assumida.
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1. Inflação mais alta não vai desaparecer tão cedo (I). Esta semana, o director de uma das maiores empresas globais de transacção de matérias-primas, a Trafigura, alertou para a “probabilidade alta” de os preços do petróleo chegarem a breve trecho aos 150 dólares por barril. A Trafigura é um dos discretos gigantes com enorme poder nas nossas vidas – descritos com mestria no excelente “The World for Sale”, dos jornalistas Javier Blas e Jack Farchy – e o aviso é para levar a sério. Não é, de resto, o primeiro: vamos ter um “Verão quente” nos postos de combustível. Os três grandes factores que pressionam os preços na produção mantêm-se inalterados: o impacto da invasão russa num sector de energia (e não só) que desinvestira na produção e na refinação de combustíveis fósseis; e o congestionamento das cadeias globais de abastecimento, motivado em parte (mas não só) pela política chinesa contra a covid-19; e a procura alta pós-pandemia.
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