A reforma sem estudo e a greve geral inevitável
Dizer que é preciso “preparar o futuro”, que os jovens já não querem “empregos para toda a vida” ou que temos de “aumentar a produtividade” é usar generalidades para justificar uma reforma politicamente delicada, num ambiente em que a esquerda luta por relevância.
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Foi em 2012 que se fez a última reforma dura das leis do trabalho em Portugal. Ainda mal tinha secado a tinta do acordo entre o governo e os parceiros sociais, incluindo a UGT, e já o FMI pressionava para se mexer mais na lei, baixando as indemnizações nos despedimentos por justa causa e alterando outras normas. O assunto foi dos que mais tensão causou em 2013 nos bastidores com a troika. Numa das reuniões, o então ministro Álvaro Santos Pereira, hoje governador do Banco de Portugal, gritou “Não somos ratos de laboratório!”, conta-se em “Segredos de Estado”, de Luís Reis Pires e Nuno Martins. A UGT viu-se praticamente coagida a assinar, para que uma das tranches do empréstimo da troika fosse libertada.
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