Uma amiga de longa data, advogada, desabafava numa conversa comigo há dias o seu receio de que a vergonha do atendimento no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras seja uma forma encapotada de limitar a imigração. A minha amiga argumenta que a rapidez com que o Estado disponibilizou os serviços do SEF para os refugiados ucranianos foi uma prova de que, quando há vontade política, as coisas acontecem. O contraste com os imigrantes de outros países - que desesperam por um atendimento no labirinto telefónico do SEF para exercer o direito de trazer a família para Portugal - é total. Não soube responder ao receio dela, mas avancei outra explicação mais provável: incompetência e omissão. E para explicar melhor o meu ponto falei-lhe no que se passa num dos principais serviços públicos: a Segurança Social.