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Cristina Siza Vieira
13 de Fevereiro de 2025 às 10:15

Dito e feito

É um espanto a utilidade dos provérbios, e ter à mão um bom provérbio para qualificar uma situação é muitas vezes a chave de ouro de uma boa interpretação. E que não só prova a compreensão de quem o usa, como, se o ouvidor for também culto nessa cultura popular, estabelece imediatamente um chão comum de mútua compreensão.

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Em setembro de 1913, a braços, mais uma vez, com dificuldades económicas, Fernando Pessoa tomou a iniciativa (há vários testemunhos do empreendedorismo do Poeta, ou de como “a necessidade aguça o engenho”) de escrever ao editor inglês Frank Palmer, dizendo que, tendo topado com uma coleção de pequenos livros por ele editados de provérbios de vários países do mundo, alguns em versão bilingue, e sabendo que estavam previstas outras edições, mas não de provérbios portugueses, se propunha empreender essa tarefa: compilar e traduzir para inglês (língua em que, como sabemos, estudara e domina na perfeição) 300 provérbios portugueses. Logo o editor lhe responde dizendo que sim, tem interesse em fazer essa publicação, com três ressalvas: primeira, que o preço que pagaria era baixo, 5 libras – ou seja, em valores atuais, 489,49 libras (calculadora do Banco de Inglaterra); segunda, que o trabalho era anónimo; e finalmente, com toda a cortesia britânica, “you are quite correct in saying that Portugal has not yet been included in the National Proverb Series. Although I have no doubt whatever that there is a very great distinction between Spanish and Portuguese peoples, you are probably aware that in England this difference is not actually realised”.

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