O cerco ao Governador
Clint Eastwood interpretou uma vez o papel de um agente de segurança do Presidente dos Estados Unidos. Numa das cenas ele confundia o ruído de um balão a rebentar com uma detonação.
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Aí saltava para cima do Presidente para o proteger. Desfeito o equívoco, o chefe de segurança repreendeu Clint, porque teria colocado em ridículo o Presidente. Clint retorquia: "Creio que estávamos aqui para salvar a sua vida." Ao que o chefe lhe chamava a atenção: "Sim, mas também a sua dignidade." As recentes detonações à volta do governador do Banco de Portugal já são mais do que meros balões a rebentar. São inequívocos sinais de alarme. Carlos Costa caiu ao mar e, na classe política, tem apenas como bóia de salvação o PSD de Passos Coelho. Como a própria Maria Luís Albuquerque deixou de poder emitir opinião a seu favor, porque ela própria tem de pensar na sua própria pele, Carlos Costa defronta-se com a sua própria sombra. Na mesa do seu gabinete não há agora postais de amor. Existem apenas SMS a pedir que disponibilize a cadeira onde se senta.
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