O inimigo público número 1
Sem o doutor Moriarty, Sherlock Holmes não seria um detective brilhante. E James Bond, sem Goldfinger, seria um fastidioso agente secreto. O valor de uma vitória tem sempre que ver com o poder do adversário.
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Alfred Hitchcock, que sabia como fazer tremer os espectadores, chegou mesmo a clamar: "As melhores histórias são as que têm os piores malvados." Porque, quando derrotados, permitem-nos despertar de um pesadelo profundo. Nesta crise das bolsas, dos bancos, do petróleo e das dívidas soberanas, todos procuram o seu inimigo público número 1 de estimação. Nada que admire muito: a culpa é sempre do outro. E assim podem-se criar ódios de estimação ao sabor das conveniências. Que são vendáveis às claques de apoio de cada lado da barricada. O que se está a passar com os juros da dívida pública, aliados a um OE de que muitos desconfiam, serve à vontade para se encontrar bodes expiatórios de conveniência.
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